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Campus:
CAMPUS ACARAU
Tipo da Ação:
Projeto
Título:
Escolinha de Vela Náutica
Área Temática:
Tecnologia e Produção
Linha de Extensão:
Desenvolvimento de Produtos
Data de Início:
10/03/2020
Previsão de Fim:
13/03/2026
Nº mínimo de pessoas beneficiadas:
2
Nº máximo de pessoas beneficiadas:
10
Local de Atuação:
Rural
Fomento:
-
Programa Institucional
Incubadoras de Empresas
Modelo de Oferta da Atividade:
Presencial
Municípios de abrangência
Cruz
Jijoca de Jericoacoara
Itarema
Acaraú
Formas de Avaliação:
Testes Subjetivos
Testes Objetivos
Participação
Debate
Formas de Divulgação:
Site institucional
Redes sociais
Atividades Realizadas:
Nome do Responsável:
Hernan Gustavo Ruiz
Equipe:
Nome Instituição Categoria Vínculo Receberá bolsa? Horas Semanais Dedicadas Início da Participação Fim da Participação
Alexandre Batalha Incubadora de empresas Integrante Sem vínculo Não 20 14/04/2021 11/03/2024
Antonio Conceição Feitosa Filho IFCE Integrante Discente IFCE Não 20 10/03/2020 11/03/2024
Antonio Gilson de Freitas Sem instituição Integrante Sem vínculo Não 20 14/03/2022 11/03/2024
Hernan Gustavo Ruiz IFCE Coordenador Docente IFCE Não 3 10/03/2020 13/03/2026
José Joel Silveira IFCE Integrante Discente IFCE Não 20 14/04/2021 11/03/2024
Luciano de Lima Sobrinho IFCE Integrante Docente IFCE Não 3 10/03/2020 11/03/2024
Parcerias:
Instituição Parceira Parceria Formalizada? Instrumento Utilizado Número do Instrumento
Orçamento:
Conta Valor
Equipamento e Material Permanente 0,00
Material de Consumo 0,00
Outros Serviços de Terceiros - Pessoa Física 0,00
Passagens e Despesas com Locomoção 0,00
Outros Serviços de Terceiros - Pessoa Jurídica 0,00
Encargos Patronais 0,00
Diárias - Pessoal Civil 0,00
Bolsa - Auxílio Financeiro a Pesquisadores 0,00
Bolsa - Auxílio Financeiro a Estudantes 0,00
Vínculos:
Ação Tipo
Apresentação
São duas as problemáticas a serem destacadas para esta proposta. A primeira delas recai na conclusão da tese de doutorado em Ciências Geográficas de Santos (2013): “Analisando o desinteresse desses jovens pelo ofício da pesca, chega-se a conclusão que tal decisão pode representar o abandono de todo um conjunto de saberes, que são de extrema importância no conjunto das práticas sociais e dos elementos simbólicos que compõem o patrimônio imaterial dos moradores pescadores de Outra Banda em Acaraú - CE. Assim, se analisa este espaço do bairro de Outra Banda como um lugar com risco de perda de memória e expressão do cotidiano de um povo ribeirinho, do barco e do mar, à espera de quem os veja com novos usos e ocupação, mas ajustado ao rearranjo socioespacial, com o mínimo de impactos negativos capazes de continuar produzindo relações cotidianas ao modo de vida dos ribeirinhos e povos do mar”. (SANTOS, 2013, p.104) A segunda envolve discussões sobre educação que vem sendo centro de atenção no país e que focaremos no embate da vinculação teoria e prática no ensino, onde Souza (2014) destaca: “Buscam-se diferentes práticas de ensino, para que estas despertem o interesse nos alunos em estudar ciências, de fazer com que a mesma leve o aluno a fazer questionamentos, estabelecer relações entre fenômenos bem como incentivá-los a pesquisa. Nessa concepção de ensino, apresenta-se o problema e o aluno necessita usar seus conhecimentos para solucioná-los, pois se entende que o estudo realizado através de descobertas pelo próprio aluno tem mais eficácia” (Souza, et. al, 2014) Propõe-se uma parceria com escolas públicas que, além de apresentarem um IDEB baixo, apresentem uma identidade marítima inerente na maioria dos seus alunos. A presente proposta tenta trazer à tona a importância marítima da comunidade construindo cinco embarcações do tipo dingue que servirão tanto para aulas de iniciação à vela costeira quanto para o ensino das ciências nas escolas. O Dingue é o primeiro veleiro monotipo (com regras definidas) projetado e construído no Brasil. Foi idealizado em 1978 pelo engenheiro naval carioca Miguel Pomar para ser um veleiro de baixo custo ideal para passeios de fim de semana e em família, mas que também pudesse ser utilizado em regatas e competições. O entrevistado E da tese de Santos (2013) comenta que nunca frequentou escola e que não sabe fazer outra coisa a não ser pescar. Quando indagado sobre o gosto de ver os filhos seguirem sua profissão, afirma que “a vida no mar é muito sofrida e que por isso prefere ver os filhos em terra para poderem estudar e arrumarem profissão melhor”. Diante da possibilidade dos filhos darem continuidade à profissão de pescador, Santos comenta que são unânimes em afirmar que infelizmente, o ofício da pesca tende a desaparecer. Destaca o depoimento de um dos pescadores ao escrever que: “... esta profissão é devagar, não tem futuro por causa do sofrimento que se passa no mar debaixo de sol e chuva; paga muito mal, é trabalho pesado, muito perigoso e corre-se o risco de ir e não voltar, como aconteceu com muitos amigos, por isso não quero que meus filhos continuem com este ofício” (Depoimento do entrevistado B, 2011-2012 apud SANTOS 2013). Entendendo que uma das realidades sociais que os alunos, das escolas do Município de Acaraú, possuem é a atividade da pesca, na qual muitos dos pais desses alunos realizam em embarcações artesanais desprovidas de novas tecnologias e segurança para a atividade fim, gerando um desinteresse no aluno em dar continuidade à atividade do pai, é que as propostas nas escolas de educação básica serão preferencialmente, através de projetos de construção de embarcações mais modernas a serem desenvolvidos no próprio Instituto. Os projetos desenvolvidos visam à integração entre as disciplinas, visto que, as tarefas a serem realizadas demandarão conhecimentos e habilidades que estarão diretamente vinculados aos temas por elas discutidos. Ao final da produção das embarcações, propõe-se constituir uma escolinha de vela náutica que fomente o esporte como instrumento auxiliar no processo educacional, que valorize e preserve a vida marinha e promova um desenvolvimento sustentável dos oceanos, sendo estes valores irrevogáveis da presente proposta. É fundamental a presença desta escolinha para que a mesma seja a responsável pela continuidade do projeto dentro das escolas de ensino básico. Caberá a ela o ensino da navegação a vela e arrecadar fundos para manutenção e construção de novas embarcações a serem construídas por alunos do ensino básico de maneira a fortalecer a parceria entre Escolas Públicas, IFCE e Escolinha de Vela Náutica.
Justificativa
O método de ensino a se adotar em uma Instituição de Ensino é de fundamental importância para que o aluno possa aprender a vencer os desafios profissionais que lhes serão apresentados em sua trajetória no futuro. Em razão disso, faz-se necessário que o docente valorize procedimentos didático-pedagógicos que possam auxiliar os discentes na sua formação de vida. Contextualizar os conhecimentos sistematizados com as experiências cotidianas dos discentes sem perder de vista a (re)construção do saber escolar, organizar um ambiente educativo voltado às diversas dimensões da formação dos futuros discentes que articule múltiplas atividades e favoreça a transformação das informações em conhecimentos diante das situações reais de vida, são alguns desses procedimentos que podem ser utilizados. Entendendo que a educação básica leva aos alunos diversos conhecimentos, porém muitas vezes sem suas aplicabilidades reais, esta proposta objetiva a integração teoria-prática, com base no princípio da interdisciplinaridade, devendo constituir-se em um espaço de complementação,ampliação e aplicação dos conhecimentos (re)construídos durante o as disciplinas de ciências da natureza, tendo em vista a intervenção no mundo do trabalho e na realidade social daquele aluno, contribuindo, ainda,para a solução de problemas, caso detectados.
Público Alvo
Comunidades litorâneas dos municípios de Acaraú, Cruz, Itarema e Jijoca de Jericoacoara. Iniciando por Acaraú e expandindo para os outros municípios.
Objetivo Geral
Desenvolver uma metodologia de ensino diferenciada na integração de teoria e prática, aplicando e validando os conteúdos teóricos de ciências apresentados constantemente em salas de aula em atividades práticas reais na construção de cinco embarcações de pequeno porte, assim como no uso das próprias embarcações construídas para o ensino das ciências da natureza e sua influência na navegação a vela.
Objetivo Específico
Um sonho e dois objetivos nos motiva a escrever esta proposta:  Demonstrar que a “vida no mar”não necessariamente tem que ser sofrida.  Analisar e representar, com o uso de softwares e ferramentas específicas, as transformações e conservações de matéria, de energia e de movimento para realizar previsões sobre comportamento da embarcação em situações cotidianas e no processo construtivo de maneira a priorizar o desenvolvimento sustentável, o uso consciente dos recursos naturais e a preservação da vida marinha.  Utilizar estratégias, conceitos e procedimentos matemáticos para interpretar desenhos técnicos que permitam a construção das embarcações. As metas traçadas para atingir nossos objetivos serão:  Adquirir os materiais básicos que serão utilizados na construção das embarcações.  Alinhar o processo construtivo com a matemática e suas tecnologias.  Contextualizar a construção dos dingues com a história da comunidade marítimo-pesqueira.  Criar uma escola de vela náutica que fomente o esporte como instrumento auxiliar no processo educacional.  Estudar a viabilidade econômica do protótipo na pesca artesanal.  Tentar incluir o pescado no Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) que oferece alimentação escolar e ações de educação alimentar e nutricional a estudantes de todas as etapas da educação básica pública.
Metodologia
Focaremos na aprendizagem baseada em projetos para desenvolver, além das habilidades técnicas inerentes, debates e discussões que fomentem a criatividade, a colaboração e o pensamento crítico dos alunos e professores. A metodologia que propomos para voltar o interesse dos filhos de pescadores ao povo ribeirinho, do barco e do marque eles representam é construir eles mesmos as embarcações. Por questões de condições e segurança no trabalho, os alunos e professores serão convidados a trabalhar no laboratório de Construção Naval do Campus aonde se encontrarão com os planos construtivos, ferramentas e materiais necessários para começar a construção da embarcação. Inicialmente serão instruídos quanto ao uso do maquinário com segurança e EPIs (Equipamentos de Proteção Individual) obrigatórios. Para logo após, começar com os trabalhos de construção em si. As diferentes etapas e cronograma de atividades para concretizar a construção das embarcações se encontram detalhadas no subitem (f). Elas englobam: construção do picadeiro, corte e laminação das anteparas, alinhamento. Corte, laminação e costura das laterais e fundo do casco e convés. Construção do leme e bolina. Mastreação. Construção de peças e componentes para controle do velame e da embarcação. Corte e costura das velas. Massa e pintura a embarcação. A proposta de construir cinco embarcações se deve a dois motivos fundamentais: primeiro, criar um clube de vela náutica que permita aos construtores testar suas próprias embarcações e propor melhorias. Segundo, colocar grupos diferentes de trabalhos com um mesmo fim para criar uma competição saudável entre eles, ou seja, quem constrói a embarcação mais bonita, com melhor acabamento, em menor tempo possível? Deixando livre a parte de estética final para os alunos que tenham habilidades ou desejem desenvolver as artes do desenho e pintura em embarcações e velas. O processo construtivo deverá estar acompanhado do conhecimento científico e tecnológico para compreender os fenômenos e conhecer o mundo, o ambiente, a dinâmica da natureza. A própria construção das embarcações oferece aos alunos as condições necessárias para ser tornarem protagonistas aumentando o interesse pela vida social e pela busca de uma identidade própria. Na elaboração dos currículos e das propostas pedagógicas das escolas é fundamental preservar a articulação entre os vários campos da Matemática, com vistas à construção de uma visão integrada de Matemática e aplicada à realidade. Segundo a BNCC, é importante que os saberes matemáticos, do ponto de vista pedagógico e didático, sejam fundamentados em diferentes bases, de modo a assegurar a compreensão de fenômenos do próprio contexto cultural do indivíduo e das relações interculturais. Por este motivo, a seguir comentamos algumas das competências específicas tanto do ensino fundamental anos finais quanto ensino médio que se enquadrariam na presente proposta de aprendizagem baseada em projetos: • (EF06MA24) Resolver e elaborar problemas que envolvam as grandezas comprimento, massa, tempo, temperatura, área (triângulos e retângulos), capacidade e volume (sólidos formados por blocos retangulares), sem uso de fórmulas, inseridos, sempre que possível, em contextos oriundos de situações reais e/ou relacionadas às outras áreas do conhecimento. • (EF06MA28) Interpretar, descrever e desenhar plantas baixas simples de residências e vistas aéreas(plano de linhas das embarcações). • (EM13CNT207) Identificar, analisar e discutir vulnerabilidades vinculadas às vivências e aos desafios contemporâneos aos quais as juventudes estão expostas, considerando os aspectos físico, psicoemocional e social, a fim de desenvolver e divulgar ações de prevenção e de promoção da saúde e do bem-estar. • (EM13MAT201) Propor ou participar de ações adequadas às demandas da região, preferencialmente para sua comunidade, envolvendo medições e cálculos de perímetro, de área, de volume, de capacidade ou de massa. Construídas e testadas as embarcações, propõe-se uma comparação entre elas e as canoas de pesca artesanal utilizadas pelos pais e avós dos alunos. Busca-se com esta comparação trazer à tona uma premissa de que a arte da pesca é sofrida. Seria possível adaptar estes dingues à pesca? Seriam este tipo de embarcações fatíveis de pescar à par das canoas? Questões de pesca, segurança e conforto no mar serão estudados e avaliados trazendo as gerações mais experientes neste assunto para um debate saudável com seus filhos com o intuito de manter e aprimorar o conhecimento em pesca sustentável e de qualidade. Procura-se que surja deste encontro de gerações uma renovada comunidade pesqueira identificada com sua história e cultura local. Que possam contar com o apoio constante do IFCE para que ele venha a cumprir com o objetivo principal da sua implantação na cidade de Acaraú. Para o funcionamento da Escolinha de Vela Náutica propõe-se uma parceria com Prefeitura ou se procurará um local apropriado que sirva para, no mínimo, guardaria dos dingues construídos. Outra possibilidade seria utilizar parte dos 40% de recursos do Fundeb para aquisição de imóveis já construídos ou de terrenos para construção de prédios, destinados a escolas ou órgãos do sistema de ensino. Sendo que nesta proposta, a escolinha de vela pode ser considerada parte constituinte do sistema de ensino.