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Campus:
CAMPUS SOBRAL
Tipo da Ação:
Evento
Título:
O impacto da COVID 19 nos territórios indígenas da Região Norte do Estado do Ceará
Área Temática:
Direitos Humanos e Justiça
Linha de Extensão:
Diversidade Étnico-racial
Data de Início:
23/09/2020
Previsão de Fim:
24/09/2020
Nº mínimo de pessoas beneficiadas:
50
Nº máximo de pessoas beneficiadas:
250
Carga Horária de Execução do Evento:
6
Local de Atuação:
Urbano-Rural
Fomento:
-
Programa Institucional
-
Modelo de Oferta da Atividade:
Online
Formas de Avaliação:
Frequência
Formas de Divulgação:
Site institucional
Redes sociais
Cartaz
Atividades Realizadas:
Ciclo de Debates
Mesa Redonda
Nome do Responsável:
Emerson de Melo Freitas
Equipe:
Nome Instituição Categoria Vínculo Receberá bolsa? Horas Semanais Dedicadas Início da Participação Fim da Participação
Cacique Erbene Rosa Veríssimo (Erbene Tremembé) Liderança da Aldeia Buriti. Terra Indígena Tremembé da Barra do Mundaú, Itapipoca/CE Integrante Sem vínculo Não 1 23/09/2020 24/09/2020
Carlos Augusto Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA) Integrante Sem vínculo Não 6 23/09/2020 24/09/2020
Cristiane de Sousa Florencio IFCE Integrante Docente IFCE Não 1 08/09/2020 24/09/2020
Daniel de Sá Aguiar CREDE 5 Integrante Sem vínculo Não 6 23/09/2020 24/09/2020
Emerson de Melo Freitas IFCE Coordenador Docente IFCE Não 1 23/09/2020 24/09/2020
Emmanuel Kant da Silveira e Alves IFCE Integrante Técnico Administrativo IFCE Não 2 08/09/2020 24/09/2020
Francisca Paula de Oliveira Ferreira IFCE Integrante Discente IFCE Não 2 08/09/2020 24/09/2020
Ivo Rodrigues Alexandrino IFCE Integrante Discente IFCE Não 2 08/09/2020 24/09/2020
Iziane Silvestre Nobre IFCE Integrante Docente IFCE Não 1 08/09/2020 24/09/2020
Maria de Jesus do Nascimento IFCE Integrante Técnico Administrativo IFCE Não 2 08/09/2020 24/09/2020
Maria Elisangela de Sousa IFCE Integrante Docente IFCE Não 1 08/09/2020 24/09/2020
Raimundo Felix Jacinto Neto (Neto Pitaguary) Secretaria Especial de Saúde Indígena (SESAI) Integrante Sem vínculo Não 6 23/09/2020 24/09/2020
Tatiane Vieira Barros IFCE Integrante Docente IFCE Não 1 08/09/2020 24/09/2020
Parcerias:
Instituição Parceira Parceria Formalizada? Instrumento Utilizado Número do Instrumento
Universidade Estadual Vale do Acaraú Não
Escola Indígena Tremembé José Cabral de Sousa Não
Orçamento:
Conta Valor
Passagens e Despesas com Locomoção 0,00
Outros Serviços de Terceiros - Pessoa Jurídica 0,00
Outros Serviços de Terceiros - Pessoa Física 0,00
Material de Consumo 0,00
Equipamento e Material Permanente 0,00
Encargos Patronais 0,00
Diárias - Pessoal Civil 0,00
Bolsa - Auxílio Financeiro a Pesquisadores 0,00
Bolsa - Auxílio Financeiro a Estudantes 0,00
Vínculos:
Ação Tipo
Apresentação
Este evento possui o intuito de discutir os impactos da pandemia da COVID-19 nos territórios indígenas da região norte do Ceará. Volta-se para um diálogo sobre as principais questões dos povos indígenas da região, bem como nos aproxima dos problemas que as comunidades indígenas enfrentam durante o período da pandemia. Para isto, convidamos professores(as) e lideranças indígenas a fim de realizarmos um debate com estudantes, professores, indígenas e demais interessados na temática.
Justificativa
Esta iniciativa surge devido às angústias provocadas por este contexto de pandemia e crise sanitária que ocorre no mundo e vem afetando fortemente as populações tradicionais e as regiões interioranas do Ceará. Considerando que esta região foi uma das primeiras do estado afetadas pela pandemia, associado a todos os outros problemas decorrentes das comunidades indígenas que compõem esta região, os NEABI’s aqui representados vêem a necessidade de promover um debate acerca da questão étnico-racial em tempos de pandemia da COVID-19. Na oportunidade do mês de agosto, na data do dia 09, ser comemorado o dia internacional dos povos indígenas, os núcleos apontam a necessidade institucional, social e intelectual de promover debates reflexivos acerca do impacto da COVID-19 para estas comunidades. Dados divulgados pela APOINME (ARTICULAÇÃO DOS POVOS E ORGANIZAÇÕES INDÍGENAS DO NORDESTE, MINAS GERAIS E ESPÍRITO SANTO) no informativo de 11 de agosto de 2020, mostram que o Ceará contava com 551 casos confirmados de COVID entre indígenas, chegando ao total de 08 óbitos. Histórico sobre a etnia Tremembé de Almofala De acordo com dados da FUNAI (Fundação Nacional do Índio), o Ceará é habitado pelos povos indígenas: Anacé (Caucaia e São Gonçalo do Amarante), Gavião (Monsenhor Tabosa), Jenipapo-Kanindé (Aquiraz), Kalabaça (Poranga, Crateús), Kanindé (Aratuba, Canindé), Kariri (Crateús), Pitaguary (Maracanaú), Potyguara (Crateús, Monsenhor Tabosa, Novo Oriente e Tamboril), Tabajara (Poranga, Tamboril, Monsenhor Tabosa, Crateús e Quiterianópolis), Tapeba (Caucaia), Tapuia-Kariri (São Benedito) Tremembé (Acaraú, Itarema, Itapipoca) e Tubiba-Tapuia (Monsenhor Tabosa), contando com uma população de 19.336 habitantes classificados como índios (IBGE, 2010). Dentre as etnias indígenas presentes no Ceará, percebe-se uma escala de crescimento significativo da população Tremembé, desde 1950 até o ano de 2010. O povo Tremembé é uma comunidade indígena situada ao norte do Ceará, mais especificamente na zona litorânea desse espaço. Sobrevive tradicionalmente da caça, da agricultura e da pesca. Segundo Aragão (1996), os tremembés procedem da Costa Litorânea maranhense, migrando até o litoral cearense para a atual cidade de Camocim, depois para as terras do Rio Coreaú e posteriormente para a Bacia do Acaraú, de onde alcançaram o Apodi no Rio Grande do Norte. De acordo com pesquisa de campo feita em 2014 pela Coordenação Técnica Local de Itarema (FUNAI) os Tremembé somam hoje 4.579 pessoas vivendo na região norte do estado, divididos nos 42 municípios de Itarema, Acaraú e Itapipoca, sendo Almofala o seu distrito mais conhecido. Quanto aos números, é necessário considerar que essa quantidade seja significativamente maior, uma vez que desde a realização do censo, nasceram novas pessoas e também não foram contados os Tremembé que vivem nas áreas urbanas de Fortaleza. Além do Ceará há registro da presença dos Tremembés em Tutóia, no Maranhão. O povo Tremembé do aldeamento de Almofala, situado no município de Itarema a 198 km de Fortaleza, ocupava, nos tempos coloniais, desde a foz do rio Gurupi, no Maranhão, até a Serra de Ibiapaba, no Ceará, até a foz do rio Aracatimirim, a etnia chegou a habitar ou ter habitado pelo menos cinco municípios cearenses: Acaraú, Camocim, Chaval, Granja e Marco (ARAÚJO, 2015). Atualmente o aldeamento de Almofala conta com uma população estimada em 3.500 pessoas compreendendo uma faixa de 4.900 hectares, subdividida em duas áreas: Região da Praia e Região da Mata, separadas pelo rio Aracatimirim. De um lado, a Região da Mata, constituída de várias comunidades: Camundongo, Varjota, Tapera, Batedeira I, Batedeira II;Do outro lado, a Região da Praia, constituída pelas comunidades de Panã, Sítio Urubu, Saquinho, Lameirão, Curral do Peixe, Mangue alto, Praia e Passagem Rasa, Camboa da Lama, Aningas do Mulato, Cabeça do Boi, Barro Vermelho e Praia do Caburé (MATIAS, 2014), tendo a aldeia da Varjota a maior representatividade populacional dentre as demais (17% do povo Tremembé da região norte, segundo dados de 2014). Nestes municípios há diferentes aldeias, onde cada tremembé, com seu objetivo em comum: a luta pela demarcação de sua terra iniciada entre os anos 70 e 80, tenta guardar como algo precioso o registro da memória de seu povo, estando presente na oralidade das antigas lideranças Tremembé (CABRAL, 2014). O aldeamento Tremembé de Almofala teria garantido por documento registrado no cartório de Acaraú a “doação” de 14.400 hectares de terra aos velhos índios velhos pela coroa Portuguesa. Uma grande parte dessa terra foi invadida: do lado da praia, pelos posseiros, e, do lado da mata, pela empresa Ducoco, resultando na redução para 4.900 hectares (MATIAS, 2014).
Público Alvo
Comunidade interessada na temática Membros das comunidades indígenas Estudantes e profissionais da educação e da saúde Comunidade interna beneficiada:
Objetivo Geral
Debater sobre os impactos da Pandemia da Covid-19 nas comunidades indígenas da região Norte do Ceará.
Objetivo Específico
Dar visibilidade às comunidades indígenas brasileiras, especificamente à realidade das comunidades indígenas localizadas na região norte do Ceará. Compreender o contexto histórico sobre as políticas públicas que impactam as comunidades indígenas dessa região. Promover o debate sobre saúde para a população indígena da região Norte do Ceará
Metodologia
O planejamento pedagógico para o evento compreende as reuniões entre as coordenações de Neabis que se propuseram ao diálogo para construção da evento. Foram realizadas 04 reuniões virtuais entre os meses de julho e agosto, onde as coordenações gerais dos referidos núcleos propuseram debater sobre as comunidades indígenas adscritas na região norte do estado do Ceará, tratando das especificidades da pandemia do Coronavírus e o histórico das políticas públicas dirigidas aos povos indígenas desta área geográfica. Diante das relações próximas entre os Neabis de cada campus, pertencentes a este projeto, e as comunidades indígenas de referência da região, a proposta é uma aproximação virtual onde seja possível uma reflexão sobre as especificidades dos impactos da COVID-19 às comunidades indígenas desta região. Será realizada por meio do aplicativo de videoconferência Google Meet (possibilidade de compartilhar simultaneamente com Youtube) A transmissão será realizada via canal do audiovisual Sobral no youtube com mediação de comentários realizada pela equipe do evento. Os membros da palestra estarão debatendo em uma sala privada que vai ser re-transmitida para o canal do youtube utilizando o software OBS para realizar o stream.