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Campus:
CAMPUS CRATEUS
Tipo da Ação:
Projeto
Título:
CORPO(S) EM GESTAÇÃO: SENTIR, MOVER E CONHECER - UM PROJETO COM GRÁVIDAS E MÃES
Área Temática:
Saúde
Linha de Extensão:
Saúde Humana
Data de Início:
01/10/2020
Previsão de Fim:
31/03/2021
Nº mínimo de pessoas beneficiadas:
10
Nº máximo de pessoas beneficiadas:
30
Local de Atuação:
Urbano
Fomento:
-
Programa Institucional
-
Modelo de Oferta da Atividade:
Online
Formas de Avaliação:
Participação
Frequência
Debate
Formas de Divulgação:
Site institucional
Redes sociais
Mala direta
Folder
E-mail
Cartaz
Atividades Realizadas:
Nome do Responsável:
Jacqueline Rodrigues Peixoto
Equipe:
Nome Instituição Categoria Vínculo Receberá bolsa? Horas Semanais Dedicadas Início da Participação Fim da Participação
Ana Karine Lopes Camelo Nutricionista, Residente em Saúde da Família e Comunidade, pela Escola de Saúde Pública do Ceará Integrante Sem vínculo Não 4 01/10/2020 31/03/2021
Antonia Rodrigues Santana Enfermeira ( Residente em Neonatologia pela Santa Casa de Misericórdia de Sobral) Integrante Sem vínculo Não 4 01/10/2020 31/03/2021
Edna Mota Loiola Assistente Social - Residente em Saúde da Família e Comunidade pela Escola de Saúde Pública do Ceará. Especialista em Políticas Públicas, Seguridade Social e Serviço Social Integrante Sem vínculo Não 4 01/10/2020 31/03/2021
Francisca Meiriane Pereira Lima Fisioterapeuta Residente em Saúde Coletiva pela Escola de Saúde Pública do Ceará) Fisioterapeuta Residente em Saúde Coletiva pela Escola de Saúde Pública do Ceará) Integrante Sem vínculo Não 4 01/10/2020 31/03/2021
Gleiciane Domingos Soares Psicóloga Residente em Saúde Coletiva Integrante Sem vínculo Não 4 01/10/2020 31/03/2021
Jacqueline Rodrigues Peixoto IFCE Coordenador Docente IFCE Não 4 07/10/2020 31/03/2021
Maria Ivaneide Feitosa Rodrigues Enfermeira Obstetra e Residente em Saúde Mental pela Escola de Saúde Pública do Ceará Integrante Sem vínculo Não 4 01/10/2020 31/03/2021
Raquel Simoes Monteiro Alves IFCE Integrante Técnico Administrativo IFCE Não 4 01/10/2020 31/03/2021
Taís Freitas Gomes Assistente Social Especialista em Políticas Públicas,Saúde e Assistência Social Integrante Sem vínculo Não 4 01/10/2020 31/03/2021
Parcerias:
Instituição Parceira Parceria Formalizada? Instrumento Utilizado Número do Instrumento
Orçamento:
Conta Valor
Passagens e Despesas com Locomoção 0,00
Outros Serviços de Terceiros - Pessoa Jurídica 0,00
Outros Serviços de Terceiros - Pessoa Física 0,00
Material de Consumo 0,00
Equipamento e Material Permanente 0,00
Encargos Patronais 0,00
Diárias - Pessoal Civil 0,00
Bolsa - Auxílio Financeiro a Pesquisadores 0,00
Bolsa - Auxílio Financeiro a Estudantes 0,00
Vínculos:
Ação Tipo
Apresentação
O projeto tem como intento propiciar às participantes uma maior conscientização corporal numa experiência de sentir, mover e conhecer. Além do empoderamento sobre os processos de gestar, parir, nutrir e maternar, por meio de atividades teórico/práticas. Para tanto, serão realizadas aulas práticas de respiração, atividades leves e relaxamento com técnicas de consciência corporal alicerçadas nas práticas de Educação Somática (Eutonia, Ginástica Holística e Body Mind Centering - BMC) adequadas às condições do período gestacional, com base em referencial teórico prático sobre as alterações no corpo da mulher grávida, as questões emocionais deste período, além das precauções para uma gravidez mais saudável. As técnicas utilizadas para isso partem de estudos que contribuíram para a pesquisa relativa ao corpo e movimento, quais sejam: práticas somáticas, estudo do movimento, consciência corporal, além de recursos não farmacológicos para alívio da dor aprendidos no curso de doula que a proponente deste projeto fez. Além do trabalho de consciência corporal, alguns temas serão abordados com base nos referenciais teóricos da Medicina Baseada em Evidências, da Humanização da Assistência Pré Natal, dos Direitos Reprodutivos da Mulher e do Direito à escolha informada por parte da gestante sobre a forma de dar à luz. Os assuntos serão trabalhados pela equipe deste projeto, mas também por outros profissionais parceiros convidados (nutricionista, psicólogo, dentista, pedagogo, assistente social), quais sejam: cuidados corporais e emocionais na gravidez (o cuidado de si), o corpo e gravidez: o trabalho de consciência corporal, nutrição na gravidez, cuidados odontológicos, mitos e tabus sobre sexualidade no período gestacional e pós parto, tipos de parto com suas respectivas indicações e riscos associados, fases do trabalho de parto, a experiência e a função da dor do parto, plano de parto, diretrizes da assistência humanizada ao parto, violência obstétrica, autonomia feminina e direitos da gestante e parturiente, primeiros cuidados com o bebê, amamentação, puerpério, fusão emocional, parentalidade positiva e consciente, dentre outros assuntos que o grupo demonstre interesse dentro do contexto gravídico-puerperal.
Justificativa
As discussões sobre o corpo marcam os debates contemporâneos. O fato pode ser decorrente de que o tema está ligado a áreas do conhecimento: educação, artes, antropologia, filosofia, sociologia, psicologia, medicina, engenharia genética, comunicação, dentre outras. O corpo grávido requer cuidados específicos diante a situação em que a mulher se encontra na gestação de um ser. Há experiência e comunicação profunda e transformadora que nos possibilita um armazenamento das nossas sensações e experimentações confluindo em nossa história. Desta forma, o corpo da mulher grávida não pode ser mais pensado apenas como parte de um todo, mas como uma unidade psico-mecânica que gera o todo. Notamos que há na sociedade contemporânea um corpo fábrica - fundado em mandatos que reafirmam uma impossibilidade de ser expressivo e por isso vivo, é alimento dos preceitos de uma sociedade capitalista ancorada em valores materiais. Uma vez que o corpo é o lugar de devires e ele se instaura como um campo de potencialidades que se constroem ao longo das experiências vividas pelo mesmo. Parafraseando Spinoza (2013), a potência deste corpo aumenta ou diminui à medida dos bons ou maus encontros com estas experiências. Na gravidez observamos uma necessidade ainda maior de cuidados corporais, uma vez que à medida que a gestação adianta-se, há necessidades de uma rede apoio que possibilite a esta mulher uma tranqüilidade pelo momento que atravessa. Além disso, é preciso encorajar as mulheres grávidas a acreditarem na sua capacidade de gestar, parir e maternar, visto o modelo tradicional intervencionista de assistência ao pré - natal e ao nascimento ainda vigente no Brasil, país campeão em realização do parto por cirurgia cesariana eletiva ou de indicações médicas, no mínimo, questionáveis. Tal modelo se pauta em um viés de gênero, que considera o corpo feminino frágil, imperfeito, potencialmente ameaçador ao bebê e sempre dependente de tecnologias embutidas em uma série de procedimentos invasivos de rotina, por vezes, sem real indicação ou evidência científica que, ao invés de conceder segurança para a dupla mãe-bebê, como pretensamente busca se justificar, expõem a mulher a mais riscos e lhe rouba o direito em exercer seu protagonismo e autonomia no seu processo de tornar-se mãe. (BALASKAS, 2012, DINIZ e DUARTE, 2004) Diniz e Duarte, 2004, também resgatam que a partir do século XX, o parto natural, além de ser considerado um evento arriscado; em sua forma estética também passa a ser visto como algo desagradável, degradante para a mulher, que se ver submetida a uma exposição humilhante de suas genitais a estranhos, que se sentem no direito de realizar intervenções em seu corpo, sem qualquer consentimento prévio e esclarecido dos efeitos e consequências, ou seja, um pesadelo a ser evitado, uma “doença” a ser remediada, ou ainda, a ser prevenida por meio de um procedimento cirúrgico (cesariana). O paradigma no qual este projeto se ancora e que também é do movimento de humanização na saúde, é de enxergar a mulher grávida de forma integral, como protagonista diante do grande desafio de gestar, parir e maternar a si e a sua criança, para isso, explorando as dimensões saudáveis, positivas, emocionantes e belas desta experiência, que se traduz intensamente no corpo, mas que, na verdade, representa uma transição profunda de impactos em diversos aspectos do ser mulher. Desta forma, o corpo da mulher tem na pelve uma “anatomia como portal” (BALZIANO, 2019) que o trabalho aqui proposto agencia nesta direção de ampliar a percepção da mulher tanto para o trabalho de parto como para o maternar que envolve um aprofundamento da relação mente -corpo ancorado nas emoções entre mãe e bebê, a fusão emocional como explicita a renomada terapeuta argentina, Laura Gutman (2018). É válido salientar que “[...] devemos ter consciência do nosso corpo para termos consciência da vida; se o corpo é a nossa casa, devemos ter aconchego e conforto nele e, ao construirmos nossas sensações e percepções, construímos uma nova linguagem”. (Vianna, 1990). Ou seja, um trabalho de consciência corporal torna-se essencial para um que haja um melhor reconhecimento do corpo do educando, na busca do reconhecimento de si e do outro. Afinal, somos também o nosso próprio corpo. Nas palavras de Vaz (1999): “[...] o que é o mundo e o que é estar corporalmente no mundo”. Com o imediatismo das novas tecnologias, nossas capacidades motoras hoje recebem interferências que nos levam a repensar a relação corpo/ tempo/ espaço. Por ser uma linguagem que investiga a dimensão do corpo e do movimento, a dançaterapia e a Educação Somática (alinhadas com as bases de Eutonia, BMC e Ginástica Holística) que uma das proponentes deste projeto atua e tem formação para tal, pode tornar-se um subsídio de autocuidado como recurso de apoio às mulheres/mães. Pensamos que aprofundar os estudos do corpo como um procedimento poderia incitar a esta mulheres um leque de possibilidades para desenvolver a sua relação consigo, com o mundo e com o outro (no caso, a criança). Além disso, estas são práticas que engendram a descoberta da potência da mulher na relação com ela, corpo. Como pontua Eliane Bio (2015, p. 78) autora importante do livro que trata do corpo da mulher no trabalho de parto, “o corpo ocupa o centro da vivência do trabalho de parto, há uma potência ali, um corpo feminino, a ser descoberto e o preparo para isso para esta experiência é muito importante. Enfatizamos a relevância em propor a dança, a dançaterapía e a consciência corporal como intervenção pedagógica e terapêutica por serem práticas corporais que possibilitam a reeducação dos sentidos e propiciam uma ressignificação do ser humano na relação consigo, com o outro e com o meio, portanto, equaliza uma nova visão de mundo. “O corpo tece sentido como mundo, em sentido agido pelo movimento”. (GIL, 2004, 71). A ideia de mundo que se carrega adequa-se à nossa vida, a nossa própria história, única e intransferível da realidade. Diante do exposto, este projeto possibilitará um aguçamento da percepção corporal dos participantes, além de um início de implantação de um/ núcleo de pesquisas e estudos do corpo), dialogicizando formações teóricas/ práticas e grupos de estudos acerca da temática do corpo de forma trandisciplinar .
Público Alvo
Grávidas e mães
Objetivo Geral
Possibilitar às gestantes e mães uma articulação prática/teórico da percepção do corpo grávido por meio de práticas somáticas e debates com temáticas que potencializem sua formação como ser humano e mulher-mãe.
Objetivo Específico
Perceber o corpo em sua estrutura músculo - esquelética – articulatória, relacionando-a com as possibilidades do movimento no cotidiano; Propiciar exercícios de propiocepção, autocuidado e consciência corporal; Discutir a experiência do corpo grávido numa abordagem teórico- prática; Proporcionar um espaço de trocas de experiência e discussão de temas relacionados aos desafios vivenciados no ciclo gravídico puerperal; Fomentar o empoderamento feminino nos processos de gestar, parir e maternar
Metodologia
Utilização de vídeos e outros materiais disponíveis de forma on line.. Encontros virtuais serão quinzenais nos meses de outubro e novembro e semanalmente de dezembro a março, com práticas corporais guiadas e discussão de temas relacionados pela plataforma virtual Google Meet Criação de grupo virtual em canal do Telegram para suporte e troca de experiência contínua entre as participantes Envio de Áudios com práticas guiadas de meditação e autocuidado