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Campus:
CAMPUS CRATEUS
Tipo da Ação:
Projeto
Título:
Contribuindo com a formação de professores (as) da educação básica dos Sertões de Crateús sobre as temáticas afro-brasileiras e indígenas
Área Temática:
Educação
Linha de Extensão:
Diversidade Étnico-racial
Data de Início:
22/10/2020
Previsão de Fim:
22/01/2021
Nº mínimo de pessoas beneficiadas:
50
Nº máximo de pessoas beneficiadas:
100
Local de Atuação:
Urbano-Rural
Fomento:
Edital de extensão - fomento para Napnes e Neabis
Programa Institucional
NEABIs
Modelo de Oferta da Atividade:
Online
Formas de Avaliação:
Trabalhos Escritos
Reunião
Relatório
Frequência
Formas de Divulgação:
Site institucional
Redes sociais
E-mail
Cartaz
Atividades Realizadas:
Nome do Responsável:
Valeria Correia Lourenco
Equipe:
Nome Instituição Categoria Vínculo Receberá bolsa? Horas Semanais Dedicadas Início da Participação Fim da Participação
Valeria Correia Lourenco IFCE Coordenador Docente IFCE Não 4 15/10/2020 15/01/2021
Parcerias:
Instituição Parceira Parceria Formalizada? Instrumento Utilizado Número do Instrumento
Coordenadoria Regional de Desenvolvimento da Educação - CREDE 13 Não
Secretaria Municipal de Educação de Crateús Não
Orçamento:
Conta Valor
Passagens e Despesas com Locomoção 0,00
Outros Serviços de Terceiros - Pessoa Jurídica 0,00
Outros Serviços de Terceiros - Pessoa Física 0,00
Material de Consumo 0,00
Equipamento e Material Permanente 0,00
Encargos Patronais 0,00
Diárias - Pessoal Civil 0,00
Bolsa - Auxílio Financeiro a Pesquisadores 0,00
Bolsa - Auxílio Financeiro a Estudantes 2.400,00
Vínculos:
Ação Tipo
Apresentação
Através de reuniões ampliadas do NEABI, com esse projeto, pretendemos oferecer formação continuada aos (às) professores (as) da educação básica que atuam nos sertões de Crateús sobre as temáticas afro-brasileira e indígena, e também aos (às) integrantes do NEABI IFCE campus Crateús, através de meios remotos, durante o período de pandemia de COVID-19. Para os (as) professores (as), em especial, pretendemos possibilitar a capacitação dos mesmos para o planejamento e realização de futuras aulas e, através delas, contribuir para a construção de um ambiente escolar antirracista em que haja o respeito à diversidade cultural, preconizada pelas legislações educacionais (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional 9394/1996, Parâmetros Curriculares Nacionais, Lei 10.639/2003, Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana, Lei 11.645/2008, Base Nacional Comum Curricular) que regem o ensino em nosso país. E, para os (as) membros do NEABI, será uma oportunidade de ampliar os conceitos e os debates com os quais o grupo está alinhado.
Justificativa
Desde a década de 1980, especial na Constituição Federal (1988), alguns debates relacionados à identidade cultural brasileira e às relações étnico-raciais vêm sendo pensados no âmbito da educação. Os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs), aprovados pelo Ministério da Educação em 1998, mencionavam o ensino de História africana e, como Tema transversal, citavam a “Pluralidade Cultural”, como vemos a seguir: A ideia veiculada na escola de um Brasil sem diferenças, formado originalmente pelas três raças – o índio, o branco e o negro – que se dissolveram dando origem ao brasileiro, também tem sido difundida nos livros didáticos, neutralizando as diferenças culturais e, às vezes, subordinando uma cultura à outra. Divulgou-se, então, uma concepção de cultura uniforme, depreciando as diversas contribuições que compuseram e compõem a identidade nacional (BRASIL, 1998, p.126). A leitura desse trecho demonstra a preocupação governamental com uma espécie de educação plural, que abarcasse as três raças que fizeram parte da construção do Brasil. Ainda sob uma perspectiva da educação como colaboradora no combate às desigualdades étnico-raciais no Brasil, no ano de 2003, após demandas do Movimento Negro, o governo brasileiro aprovou a lei que trata da obrigatoriedade do ensino de História e Cultura africanas e afro-brasileiras nas instituições de ensino de todo o país. No ano seguinte, como forma de regulamentar a lei, o Conselho Nacional de Educação (CNE) aprovou as Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana, que a partir daqui denominamos DCNERERs. Alguns anos após, em 2008, a Lei 10.639/2003 foi modificada e, devido a mobilizações dos grupos indígenas do país, passa a incorporar o ensino de História e Cultura Indígena. Exatos quinze anos após a aprovação da Lei 10.639/2003, ainda se tem presenciado um aumento nos casos de racismo, preconceito racial e discriminação racial no país. Uma pesquisa recente mostrou que 24% das escolas públicas do país ainda não discutem o racismo[1]. E, no mês de março do ano corrente, a Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão, do Ministério Público Federal, criou um grupo de trabalho para atuar no combate à discriminação e no fortalecimento de políticas públicas voltadas à promoção da igualdade racial. Como primeira atividade, o grupo irá debater entre outros temas, o cumprimento da Lei Federal 11.645/2008[2]. Diante desse contexto e com base nas Leis Federais 10.639/2003, 11.645/2008, na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDB 9394/1996, nas DCNERER, nos propomos a realizar, de forma remota, reuniões ampliadas do NEABI IFCE campus Crateús, com especialistas nas temáticas descritas neste projeto e, com isso, pretendemos contribuir com a formação de professores (as) da educação básica que atuam nos sertões de Crateús. Desse modo, pretendemos contribuir com a implementação do ensino para as relações étnico-raciais instituições educacionais de Ensino Fundamental e Médio nos municípios do Sertão Cearense. [1] Disponível em: http://radioagencianacional.ebc.com.br/direitos-humanos/audio/2018-03/pesquisa-mostra-que-24-das-escolas-publicas-nao-discutem-o-racismo. Acesso em: 15 abr. 2018. [2] Disponível em: http://radioagencianacional.ebc.com.br/educacao/audio/2018-03/grupo-do-mpf-vai-atuar-no-combate-discriminacao-racial-e-debater-temas-como. Acesso em 15 abr. 2018.
Público Alvo
Professores (as) da educação básica dos Sertões de Crateús e comunidade em geral interessados (as) no debate sobre as relações étnico-raciais.
Objetivo Geral
Contribuir com a formação de professores (as) da educação básica que atuam nas escolas dos Sertões de Crateús no que se refere ao ensino da educação para as relações étnico-raciais, em atendimento às leis 10.639/2003 e 11.645/2008.
Objetivo Específico
A) Colaborar para a implementação da educação antirracista; B) Estreitar vínculos com entidades, instituições educacionais, grupos e comunidades com os quais o Neabi atua pensando na ampliação das parcerias; C) Difundir o trabalho do Núcleo na comunidade escolar; D) Colaborar com a formação dos/as estudantes e profissionais envolvidos/as na ação; Fortalecer a extensão social na perspectiva das questões étnico- raciais.
Metodologia
A proposta usará como recurso audiovisual o Google Meet, como plataforma para realização dos encontros síncronos. Nos encontros realizados, sob uma perspectiva de formação de grupo, usaremos como plataforma de dados (textos, vídeos, encontros registrados, fóruns etc.) o Google Classroom. Título e descrição da(s) live(s): Caminhos de uma Educação para as relações étnico-raciais - panorama histórico de como surgiram as demandas pelas leis 10.639/2003 e 11.645/2008; a importância da aplicabilidade de tais leis no ensino escolar. Territorialidades Indígenas no Ceará e em Crateús - debate sobre as comunidades indígenas do Ceará, suas lutas e resistências cotidianas; destaque para as comunidades indígenas do sertão de Crateús (Kariri, Tabajara, Potyguara, Kalabaça e Tupinambá). Territorialidades Quilombolas no Ceará e em Crateús - debate sobre as comunidades quilombolas que compõem o território cearense, suas lutas e resistências cotidianas; destaque para a comunidade quilombola das Queimadas, em Crateús. Descolonizando os currículos escolares - reunião sobre as possibilidades de implementação das Leis 10.639/2003 e 11.645/2008 em diversas disciplinas do ensino básico. Música, Religiosidade e Relações étnico-raciais - aula sobre aspectos culturais, em especial, a religiosidade e a música, em diálogo com as relações étnico-raciais. Mulheres negras e indígenas: trajetórias e resistências - com convidadas negras, indígenas e quilombolas, pretendemos debater quais os desafios dessas mulheres na atual sociedade brasileira. Como produto final do projeto, teremos a criação de um canal no YouTube em que as palestras ficarão armazenadas, além de uma turma no Google Classroom em que ficarão armazenados textos, vídeos, encontros registrados, fóruns entre outros materiais que forem indicados durante a realização do projeto. Esperamos, como resultado: um maior fortalecimento de vínculos entre os membros do NEABI IFCE campus Crateús; entre os membros do NEABI IFCE campus Crateús, a comunidade acadêmica do IFCE campus Crateús (professores (as), técnicos, estudantes e público externo) e os (as) professores (as) da educação básica do sertão de Crateús; uma potencialização da comunicação digital de nosso Núcleo através de divulgações no Facebook, Instagram e YouTube do NEABI IFCE campus Crateús. A avaliação terá caráter formativo, adotando a dialogicidade como recurso imprescindível a troca necessária entre os sujeitos do processo de ensino-aprendizagem. Esta ação contará com a entrega de declarações de 40h/a para a/o participante que computar um total de 75% de participação das lives e dos fóruns do classroom (podendo a/o participante assistir assíncrono no canal do YouTube registrando seu nome). E ainda, entregar ao final da ação um Plano de Aula onde apresente o tema das relações étnico-raciais e/ou da história e da cultura africana, afro-brasileira e indígena como conteúdo central da aula ou de forma transversal a outra área específica, por exemplo, Língua Portuguesa, Matemática, Ciências etc. O Plano de Aula é obrigatório para quem desejar receber a declaração, tendo em vista ter a função de complemento de carga horária (40h/a), o trabalho não terá nota ou devolutiva com comentários e deverá ser entregue em formato PDF, no google classroom, na última semana de atividades. Avaliação deste projeto se dará de duas formas, contínua: observando a frequência e participação da e do ingressante, abrindo fóruns de debates e feedback quanto às atividades propostas e pontual/final: através do google forms onde a/o participante poderá avaliar os objetivos, metodologias, materiais disponibilizados, ação das e dos palestrantes, bem como a relevância do projeto para sua formação continuada e superação das desigualdades étnico-raciais nos espaços da escola.