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Campus:
CAMPUS ACARAU
Tipo da Ação:
Projeto
Título:
Roda Negrada
Área Temática:
Direitos Humanos e Justiça
Linha de Extensão:
Diversidade Étnico-racial
Data de Início:
16/10/2020
Previsão de Fim:
16/01/2021
Nº mínimo de pessoas beneficiadas:
40
Nº máximo de pessoas beneficiadas:
50
Local de Atuação:
Urbano-Rural
Fomento:
Edital de extensão - fomento para Napnes e Neabis
Programa Institucional
NEABIs
Modelo de Oferta da Atividade:
Online
Formas de Avaliação:
Reunião
Relatório
Participação
Frequência
Debate
Formas de Divulgação:
Site institucional
Redes sociais
E-mail
Atividades Realizadas:
Nome do Responsável:
Maria Elisangela de Sousa
Equipe:
Nome Instituição Categoria Vínculo Receberá bolsa? Horas Semanais Dedicadas Início da Participação Fim da Participação
Catarina Angelica Antunes da Silva IFCE Integrante Docente IFCE Não 4 16/10/2020 16/01/2021
Cristiane de Sousa Florencio IFCE Integrante Docente IFCE Não 3 16/10/2020 16/01/2021
Elidiane Ferreira Serpa IFCE Integrante Técnico Administrativo IFCE Não 3 16/10/2020 16/01/2021
Francelio Angelo de Oliveira IFCE Integrante Docente IFCE Não 3 16/10/2020 16/01/2021
Maria Elisangela de Sousa IFCE Coordenador Docente IFCE Não 4 16/10/2020 16/01/2021
Parcerias:
Instituição Parceira Parceria Formalizada? Instrumento Utilizado Número do Instrumento
Orçamento:
Conta Valor
Passagens e Despesas com Locomoção 0,00
Outros Serviços de Terceiros - Pessoa Jurídica 0,00
Outros Serviços de Terceiros - Pessoa Física 0,00
Material de Consumo 0,00
Equipamento e Material Permanente 0,00
Encargos Patronais 0,00
Diárias - Pessoal Civil 0,00
Bolsa - Auxílio Financeiro a Pesquisadores 0,00
Bolsa - Auxílio Financeiro a Estudantes 2.400,00
Vínculos:
Ação Tipo
Apresentação
O projeto de extensão Roda Negrada é resultado da seleção simplificada de projeto de extensão para NAPNES e NEABIS. Trabalhando a diversidade etnico-racial.
Justificativa
Justificativa A trajetória da população negra no Brasil é permeada por um processo de exclusão por meio da negação de condições materiais para o acesso e permanência nos espaços educacionais, vulnerabilidade socioeconômica, subemprego, acesso precário ao sistema de saúde, entre outros problemas. Tudo isso nos leva a refletir que passados mais de 300 anos de escravidão o processo abolicionista não foi suficiente para solucionar a dívida histórica que o Brasil possui para com a população afrodescente. Ademais, o processo de escravidão brasileiro deixou um legado de opressão e marginalização que vem se perpetuando e se reinventando ao longo da história, de modo que o próprio racismo se atualiza a cada momento. Assim como os homens são seres sociais, que se fazem historicamente no instante em que constroem suas condições de existência, é possível afirmar que a consciência humana é uma instância do ser que embora materializada no âmbito da interioridade, também se produz mediante determinações da realidade objetiva ao mesmo tempo em que constitui a concretude desse real. Se a consciência é uma produção histórica e cultural, as relações concretas do conjunto dos homens de uma sociedade são orientadas por essa realidade subjetiva numa oposição dialética de mútua constituição. Essas relações se materializam tanto na ação do homem para com a natureza quanto do homem em sua dimensão interpessoal e intrapessoal. Isto nos leva a refletir sobre a natureza social das relações humanas em oposição a um pensamento essencialista ou naturalizante que aparta essas relações de suas condicionantes históricas. Logo, sendo a consciência uma produção social que baliza as relações humanas, é possível constatar que as subjetividades podem ser construídas enquanto resultantes dessas relações que são engendradas mediante conflitos, disputas e embates por interesses hegemônicos. A mentalidade escravocrata, por exemplo, atendeu a uma proposta de dominação eurocêntrica que visava a construção e a consolidação de um poder que subjugou um determinado grupo humano. Podemos destacar as ideologias como um dos elementos constitutivos dessa consciência. Entendemos aqui como ideologia os construtos sociais que fabricam imagens distorcidas do real para ocultar realidades. Em outras palavras, ideologias são mecanismos de ocultação da própria realidade. O processo de escravidão que “diasporizou” e dizimou milhões de pessoas, sobretudo do continente africano, teve como sustentáculo a ideologia da desumanização. A produção de seres humanos desumanizados, desalmados, autoriza a subjugação e a exploração sem que se ponha em dúvidas uma ética que atende o homem em sua genericidade. Isto posto, é possível afirmar que, se a consciência racista é uma produção social que se constrói em um dado momento histórico e que orienta a ação humana, não seria possível combater o racismo sem a produção de uma mentalidade anti racista. Ou seja, é urgente a construção de uma nova consciência revolucionária, intolerante a todas as formas de opressão. Essa consciência não será dada ou presenteada, mas o produto de uma ação intencional que no campo de disputa se propõe a construir um modo de sociabilidade mais equânime, que admita o longo passado de opressão, mas que, sobretudo reconheça o potencial humano de sujeito histórico capaz de produzir, reescrever e recontar um modelo de relação social que entenda a diversidade humana como fator de complementaridade e não de inferioridade. Dentro dessa perspectiva, apontamos a relevância desse projeto como um instrumento que poderá contribuir para a promoção e disseminação do debate antirracista por meio da discussão de temas que afetam a população negra brasileira. Acreditamos numa que o conhecimento, sobretudo, numa perspectiva crítica se constitui uma potente arma no combate a todas as formas de opressão.
Público Alvo
● Professores e estudantes de nível médio e superior da rede pública e privada; ● Comunidade externa interessada na temática; ● Membros dos NEABIs do IFCE de outros campi, além de representantes de outros movimentos que tratam da temática étnico-racial.
Objetivo Geral
Promover o debate sobre temas diversos que afetam o cotidiano da população negra do Brasil com vistas a construção de uma consciência crítica e comprometida com a desconstrução do racismo estrutural.
Objetivo Específico
Entender como ideologia os construtos sociais que fabricam imagens distorcidas do real para ocultar realidades. Em outras palavras, ideologias são mecanismos de ocultação da própria realidade.
Metodologia
Título e descrição da(s) live(s) O “Projeto Roda Negrada” é constituído por um ciclo de entrevistas (on line) que ocorrerão quinzenalmente por meio da plataforma Google Meet e/ou Youtube. Há cada live, um convidado será entrevistado por um grupo rotativo de 5 entrevistadores que deverão estudar previamente o tema para um aprofundamento do debate. Na última rodada dos debates a discussão será semanal para contemplar os 7 temas escolhidos. O processo de entrevista será conduzido por um mediador escolhido previamente pela bancada dos 5 entrevistadores. Cumpre ressaltar que o mediador também será rotativo. As temáticas a serem discutidas nas lives serão as seguintes: ❏ Identidade negra e racismo Reflexões sobre a construção da identidade racial da população negra na sociedade brasileira e no mundo e as situações de racismo, discriminação racial e preconceito sofridas por essa população. ❏ Feminismo negro Abordagem das principais linhas teóricas do pensamento feminista negro nas Américas, bem como o cotidiano da mulher negra na sociedade. ❏ Colorismo e racismo Discussão sobre discriminações com base nas implicações sociais que vêm com os significados culturais atribuídos à cor. ❏ Discutindo a branquitude Reflexões sobre a participação de brancos e negros nos espaços de poder e os problemas e dificuldades que a consciência da branquitude têm causado aos processos de alienação da cultura e humanidade negras através do ideal do branqueamento. ❏ Os movimentos negros no Brasil: estagnações, conquistas e retrocessos Debate sobre o processo histórico de formação dos movimentos negros, suas principais reivindicações, conquistas por meio de políticas públicas afirmativas e desafios enfrentados. ❏ Direitos humanos: racismo e injúria racial Discussão acerca da situação do racismo e da injúria racial no Brasil, bem como os meios de combate adotados pela legislação vigente a fim de erradicá-los. ❏ Cultura alimentar dos povos indígenas e quilombolas Debate sobre a importância da preservação da cultura alimentar das comunidades tradicionais indígena e quilombola como modo de resistência.