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Campus:
CAMPUS QUIXADA
Tipo da Ação:
Projeto
Título:
O sertão que cura - Levantamento e catalogação das plantas medicinais da caatinga utilizadas pela Comunidade Quilombola Sítio Veiga, Quixadá-CE.
Área Temática:
Meio Ambiente
Linha de Extensão:
Produção e Consumo Sustentáveis
Data de Início:
31/10/2019
Previsão de Fim:
01/05/2020
Nº mínimo de pessoas beneficiadas:
15
Nº máximo de pessoas beneficiadas:
50
Local de Atuação:
Rural
Fomento:
-
Programa Institucional
NEABIs
Modelo de Oferta da Atividade:
Presencial
Municípios de abrangência
Quixadá
Formas de Avaliação:
Reunião
Relatório
Participação
Debate
Formas de Divulgação:
Redes sociais
E-mail
Cartaz
Atividades Realizadas:
Nome do Responsável:
Caroline Vitor Loureiro
Equipe:
Nome Instituição Categoria Vínculo Receberá bolsa? Horas Semanais Dedicadas Início da Participação Fim da Participação
Caroline Vitor Loureiro IFCE Coordenador Docente IFCE Não 4 31/10/2019 01/05/2020
Eluziane Gonzaga Mendes IFCE Integrante Docente IFCE Não 3 31/10/2019 01/05/2020
Joicyanna Darllay e Silva IFCE Integrante Discente IFCE Não 4 31/10/2019 01/05/2020
Raimundo Aterlane Pereira Martins IFCE Integrante Docente IFCE Não 3 31/10/2019 01/05/2020
Wilber Madson Pinheiro Holanda IFCE Integrante Discente IFCE Não 4 31/10/2019 01/05/2020
Parcerias:
Instituição Parceira Parceria Formalizada? Instrumento Utilizado Número do Instrumento
Orçamento:
Conta Valor
Material de Consumo 150,00
Equipamento e Material Permanente 50,00
Passagens e Despesas com Locomoção 0,00
Outros Serviços de Terceiros - Pessoa Jurídica 0,00
Outros Serviços de Terceiros - Pessoa Física 0,00
Encargos Patronais 0,00
Diárias - Pessoal Civil 0,00
Bolsa - Auxílio Financeiro a Pesquisadores 0,00
Bolsa - Auxílio Financeiro a Estudantes 0,00
Vínculos:
Ação Tipo
Apresentação
No início da década de 1990, a Organização Mundial de Saúde (OMS) divulgou que 65-80% da população dos países em desenvolvimento dependiam das plantas medicinais como única forma de acesso aos cuidados básicos de saúde. A OMS então reconhece a medicina tradicional como pilar essencial nos cuidados primários de saúde. No Brasil, entre 2013 e 2015, a busca por tratamentos à base de plantas medicinais e medicamentos fitoterápicos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) mais que dobrou: o crescimento foi de 161%, segundo dados do Ministério da Saúde. Tal conhecimento quando assimilado pelas comunidades, torna-se prática importante no combate às doenças e manutenção de práticas culturais. As comunidades tradicionais se destacam em relação às demais no que se refere ao uso dessas plantas, pois buscam a manutenção de práticas culturais. Segundo o Decreto Federal nº. 6.040 de 7 de fevereiro de 2000, Povos e Comunidades Tradicionais “[...] são grupos culturalmente diferenciados e que se reconhecem como tais, que possuem formas próprias de organização social, que ocupam e usam territórios e recursos naturais como condição para sua reprodução cultural, social, religiosa, ancestral e econômica, utilizando conhecimentos, inovações e práticas gerados e transmitidos pela tradição." Dentro deste contexto, destacamos a Comunidade Quilombola Sítio Veiga, situada na zona rural do município de Quixadá-CE que, de acordo com Moreno (2014) “[...] é um agrupamento reconhecido enquanto “comunidade remanescente de quilombos”, localizado em Quixadá, sertão central, cujo vínculo desse agrupamento com o território remete aos descendentes das populações negras escravizadas no Ceará” (pág. 02). Moreno (2014) aponta ainda que “Uma prática comum desta coletividade, herdada do “tempo dos antigos”, são os chamados “remédios do mato”, que são ervas medicinais, utilizadas para curar determinadas doenças como pedras nos rins, dor-de-cabeça, febre, dor de dente, cólicas e inflamações em geral” (pág. 58). Conhecer, levantar, entender e catalogar o uso dessas plantas junto à comunidade, bem como compreender seus processos de cura, pode vir a auxiliar na preservação dessas plantas, bem como fortalecer as práticas culturais do Quilombo.
Justificativa
Nos países em desenvolvimento, onde há pessoas que não possuem condições financeiras para comprar medicamentos é comum ter no uso de plantas medicinais a única alternativa para garantir sua saúde, sendo essa prática importante. Porém, a utilização inadequada dos fitoterápicos como a automedicação, pode trazer uma série de efeitos colaterais (PASSOS et al., 1999). Quando bem utilizadas e administradas por profissionais capacitados, as práticas naturais e complementares de saúde podem trazer grandes benefícios. Partindo desse pressuposto, reconhecemos a importância de reconhecer e valorizar esse saber, sobretudo, disseminando os conhecimentos acerca de um uso correto e benéfico. No que se refere ao uso das plantas medicinais, esses conhecimentos vêm sofrendo ameaças constantes para sua manutenção, devido à influência direta da medicina moderna e pelo desinteresse dos jovens das comunidades, interrompendo assim o processo de transmissão de saberes entre as gerações (Amorozo 1996). Consideramos, portanto, a extrema importância de se perpetuar tais saberes, não apenas para a manutenção da cultura brasileira, mas como mecanismo de resistência de fortalecimento dos quilombos.
Público Alvo
Comunidade Quilombola Sítio Veiga, situada na Serra do Estevão, Distrito de Dom Maurício, zona rural do município de Quixadá-CE.
Objetivo Geral
O presente trabalho teve como objetivo identificar as formas de uso de plantas medicinais nativas do Bioma Caatinga pela Comunidade Quilombola Sítio Veiga, bem como compreender suas práticas de “cura”.
Objetivo Específico
- Levantar as plantas medicinais da Caatinga utilizadas no tratamento de enfermidades pela comunidade; - Compreender os processos de “cura” adotados; - Sistematizar as informações coletadas e devolver em forma de cartilha para as lideranças do quilombo para que a Comunidade tenha nesse instrumento uma forma de apresentar em seus encontros e intercâmbios uma parcela de suas práticas.
Metodologia
Para o alcance dos objetivos propostos, realizaremos as seguintes atividades: 1- Participar de reunião com as principais lideranças do Quilombo Sítio Veiga a fim de apresentar a proposta de trabalho; 2- Realizar encontro com os rezadores e rezadeiras da Comunidade objetivando compreender suas práticas de cura; 3- Orientar uma oficina sobre o uso das plantas medicinais já utilizadas pelo Quilombo, tendo como público-alvo os moradores mais jovens; 4- Sistematizar as informações acerca das plantas medicinais por meio de cartilha ilustrativa e informativa a ser elaborada em conjunto com os membros do Quilombo detentores desse saber.