Exibir Ação

Campus:
CAMPUS JUAZEIRO DO NORTE
Tipo da Ação:
Projeto
Título:
Cognoscência na dislexia
Área Temática:
Educação
Linha de Extensão:
Desenvolvimento Humano
Data de Início:
05/06/2023
Previsão de Fim:
06/10/2023
Nº mínimo de pessoas beneficiadas:
20
Nº máximo de pessoas beneficiadas:
40
Local de Atuação:
Urbano
Fomento:
-
Programa Institucional
Nenhum
Modelo de Oferta da Atividade:
Presencial
Municípios de abrangência
Juazeiro do Norte
Formas de Avaliação:
Debate
Reunião
Relatório
Formas de Divulgação:
Redes sociais
Site institucional
Atividades Realizadas:
Nome do Responsável:
Francisco Salviano Sales Nobre
Equipe:
Nome Instituição Categoria Vínculo Receberá bolsa? Horas Semanais Dedicadas Início da Participação Fim da Participação
Bruna Maria de Oliveira Ribeiro IFCE Integrante Discente IFCE Não 6 05/06/2023 06/10/2023
Erlanda Pereira Lourenço Silva IFCE Integrante Discente IFCE Não 6 05/06/2023 06/10/2023
Francisco Salviano Sales Nobre IFCE Coordenador Docente IFCE Não 4 05/06/2023 06/10/2023
Jose Julio Silva Rodrigues IFCE Integrante Discente IFCE Não 6 05/06/2023 06/10/2023
Regilania Mariano Gualberto IFCE Integrante Discente IFCE Não 6 05/06/2023 06/10/2023
Parcerias:
Instituição Parceira Parceria Formalizada? Instrumento Utilizado Número do Instrumento
Escola Modelo de Ensino Fundamental Lili Neri Não
Orçamento:
Conta Valor
Passagens e Despesas com Locomoção 0,00
Outros Serviços de Terceiros - Pessoa Jurídica 0,00
Outros Serviços de Terceiros - Pessoa Física 0,00
Material de Consumo 0,00
Equipamento e Material Permanente 0,00
Encargos Patronais 0,00
Diárias - Pessoal Civil 0,00
Bolsa - Auxílio Financeiro a Pesquisadores 0,00
Bolsa - Auxílio Financeiro a Estudantes 0,00
Vínculos:
Ação Tipo
Apresentação
Trata-se de um projeto que dá continuidade a um Programa SIGProj aprovado pelo Ministério da Educação em 2011, entretanto, apoiado nos atuais conhecimentos desenvolvidos na neurociência que apontam para uma associação entre a proficiência em habilidades motoras fundamentais e desenvolvimento cognitivo e psicológico. Desta forma, a presente proposta de extensão tem como objetivo implantar um projeto que sirva de referência para pedagogos, professores de educação e agentes sociais que visem promover atividades que conglomerem em suas ações aulas de educação física e reforço escolar. A intervenção motora nas aulas de educação física e o reforço escolar ocorrerá dois dias por semana e durante duas horas, uma hora destinada a cada tipo de atividade. Aulas de educação física centradas no desenvolvimento de habilidades locomotoras (correr, saltar, saltitar, etc) e habilidades de controle de objetos (ex: arremessar, rebater, chutar, etc), por meio do método de Aprendizagem Universal. A proposta se baseia na efetivação de atividades instrucionais e jogos pré-desportivos e populares que que contribuam para aquisição de habilidades motoras em nível de proficiência. Uma pedagoga envolvida no projeto capacitará os bolsistas para realizar as atividades de reforço escolar. Para verificar a eficiência do Projeto sobre o desenvolvimento das habilidades motoras fundamentais utilizar-se-á o Test of Gross Motor Development 3 – TGMD 3 (ULRICH, 2013, VALENTINI, 2017). O impacto do projeto sobre o desempenho escolar será avaliado por meio do Teste de Desempenho Escolar – TDE (STEIN, 1994), sobre o autoconceito da criança por meio do Self Perception Profile for Children (HARTER, 2000; VALEINITI et al., 2010) e, o Social Skills Rating System – SSRS) -, conhecido no Brasil como Escalas de Habilidades Sociais, Comportamentos Problemáticos e Competência Acadêmica (SSRS-BR) direcionado à crianças do o Ensino Fundamental (BANDEIRA et al., 2009; FREITAS, C. L.; DEL PRETTE, Z. A. P., 2015; FREITAS; DEL PRETTE, 2011) será utilizado para verificar o impacto do projeto sobre as habilidades sociais das crianças. Espera-se que o projeto melhore a qualidade de vida das crianças e se consolide como um laboratório ativo e permanente para ser visitado por profissionais de diferentes áreas (professores de educação física, pedagogas, agentes sociais) que tenham por meta promover o desenvolvimento de crianças de 7 a 10 anos de vida na escola e em projetos sociais.
Justificativa
O processo da alfabetização está associado a fatores sociais e biológicos (ALVES; SOARES, 2013). No que diz respeito aos fatores sociais, Monteiro e Silva (2015) e Alves e Franco (2008) advertem que a estrutura escolar bem como a precária formação e capacitação contínua docente pode limitar possibilidades de êxito no ensino-aprendizagem. Não obstante, docentes compactuam da crença de que o ambiente familiar também interfere no desempenho escolar e argumentam que alunos com mau desempenho vivem frequentemente ambiente familiar desestruturado, com pouco estímulo e recursos para promover o desempenho acadêmico, enquanto alunos com desempenho de mediano a bom convivem geralmente em ambientes domésticos favoráveis à formação acadêmica (RIBEIRO; CIASCA; CAPELATTO, 2016). Por outro lado, ao considerarmos os problemas de ordem Biológica que afetam a aprendizagem, um problema em particular tem atraído à atenção de educadores e pesquisadores: a dislexia. Trata-se de um transtorno específico de aprendizagem de origem neurobiológica, caracterizada por dificuldade no reconhecimento preciso e/ou fluente da palavra, na habilidade de decodificação e em soletração. Essas dificuldades normalmente resultam de um déficit no componente fonológico da linguagem e são inesperadas em relação à idade e outras habilidades cognitivas (INTERNATIONAL DYSLEXIA ASSOCIATION - IDA, 2002). É sabido que o desempenho escolar é multifatorial (D’AVILA-BACARJI; MARTURANO; ELIAS, 2005b), não podendo assim desconsiderar a inter-relação que se dá neste processo envolvendo as características da família, da escola e da própria criança (MARCONDES;SIGOLO, 2010) Há que se reconhecer também a influência das políticas públicas em níveis macro e micro sobre esse problema, de modo que é certo afirmar que as políticas educacionais brasileira vêm ao longo das últimas décadas se adequando às exigências das políticas sociais determinadas pelas agências internacionais para a redução da pobreza dando origem a uma escola pública que mais tem servido ao cumprimento de um papel de acolhimento social do que aquilo que se espera dela que é a transmissão dos conhecimentos historicamente produzidos pela sociedade. Como consequência, a curto prazo não consegue promover a aprendizagem escolar e a longo prazo destitui qualquer possibilidade de promover o desenvolvimento pleno dos educandos (LIBâNEO, 2012). Quando se fala em aprendizado escolar, tal qual destacado no Relatório Educação para Todos, observa-se que o mesmo está concentrado na alfabetização e matemática, não estando claro as questões relativas ao desempenho pleno equitativo e muito menos o que veria ser as habilidades essenciais à vida. Tal fato pode se dá em função do valor significativo que o tipo de habilidade representa para a sociedade (FREITAS; SHELTON; TUDGE, 2008). Assim, Neto (2003) esclarece que quando a ênfase da cultura escolar está no intelectual, não é de se admirar que a mesma valorize mais as disciplinas de conteúdo fatual e deixe as disciplinas de conteúdo mais procedimental em segundo plano. Entendemos, contudo, neste trabalho, que as habilidades motoras fundamentais são essenciais à vida. Assim como uma criança que não sabe ler e escrever é considerada escolarmente analfabeta, uma criança que também não domine habilidades motoras fundamentais tais como correr, saltar, quicar, rebater e ou chutar uma bola, por exemplo, também pode ser considerada motoramente analfabeta (GOODWAY; ROBINSON; CROWE, 2010). Ao que nos parece, uma atenção especial deveria ser dada as aulas de educação física em termos quantitativos e qualitativos para desenvolver a motricidade infantil. Apesar de ainda não está muito claro, evidencias cientificas sugerem existir uma provável associação entre desempenho motor e desempenho escolar (ÁLVAREZ-BUENO et al., 2017; VAN DER FELS et al., 2015). Sob uma perspectiva cognitivista é aceito que a interação da criança com o ambiente é mediada pelo refinamento e coordenação da sua motricidade, a qual oportuniza a criança interagir, aprender e fazer (CADORET et al., 2018). Do ponto de vista da neurociência sabe-se que funções motoras e cognitivas são desempenhadas pelas mesmas estruturas cerebrais, estando o cerebelo envolvido simultaneamente em funções motoras e cognitivas, e o córtex pré-frontal desempenha um papel importante nessas estruturas por meio de ligações neurais (DIAMOND, 2000; STOODLEY, 2012). Ademais, crianças que apresentam déficits cognitivos também apresentam déficits em variáveis de desempenho escolar como na aritmética, leitura e escrita (LOPES et al., 2013; WESTENDORP et al., 2011). Sob essas evidências sugere-se que implantar projetos e programas que consigam conglomerar em sua proposta atividades extracurriculares de apoio a realização das atividades escolares em conjunto com o desenvolvimento e refinamento das habilidades motoras, se mostra uma estratégia interessante, visto que o desenvolvimento de habilidade motoras em um nível de proficiência favorece o amadurecimento das estruturas neurais para o aprendizado cognitivo (DIAMOND, 2000; STOODLEY, 2012), também, dão suporte a família e a escola, duas instituições que em contextos de vulnerabilidade social têm se frágeis para promover o desempenho escolar e motor das crianças ( MARCONDES; SIGOLO, 2010; LIBÂNEO, 2012; NOBRE; COUTINHO; VALENTINI, 2014). Neste sentido, apesar de se saber que crianças assistidas por projetos sociais apresentam uma melhor percepção de competência do que aquelas não assistidas (NOBRE et al., 2015), entende-se que os projetos sociais, a exemplo dos projetos de extensão, não devam ser depósitos de crianças (HECKTHEUER, 2012), e ou espaço de entretenimento, mas, que os mesmos se façam valer de todo o conhecimento produzido na academia para auxiliar no desenvolvimento motor (NOBRE; VALENTINI, 2014), escolar e social (EVANS et al., 2017) dos seus assistidos. Mediante o exposto, o presente projeto se justifica no fato de cumprir as diretrizes estabelecidas para o que se espera de um projeto de extensão, promovendo o intercâmbio entre instituições de ensino e ação social, além de exercer sua função amparado nas atividades educacionais, sociais e se apropriando do conhecimento obtido para gerar publicações científicas. Sob essa perspectiva, o Projeto Cognoscência se constitui um laboratório ativo com a proposta de um método inovador de referência para pedagogos, professores de educação física e agentes sociais que trabalhem com o desenvolvimento de crianças de 7 a 10 anos de vida.
Público Alvo
Crianças com déficit de aprendizagem diagnosticadas com sinais de dislexia
Objetivo Geral
O presente projeto tem por objetivo dar continuidade ao Programa SIGProj N°: xxxxxxxxxxxxxxxxxxx2011 aprovado pelo Ministério da Educação e implantar um projeto de intervenção pedagógico motora que sirva de referência para ações interventivas que visem desenvolver as habilidades motoras fundamentais e promova conquistas na área sócio-emocional e desempenho escolar em crianças de famílias que vivem em situação de vulnerabilidade social.
Objetivo Específico
Avaliar o Desenvolvimento Motor, Desempenho Escolar e Habilidades Sociais das crianças para verificar o impacto das estratégias interventivas; Organizar grupos conforme suas potencialidades e deficiências em termos de desempenho escolar e motor para compor turmas de alfabetização motora e cognitiva; Realizar as ações interventivas com equipe multidisciplinar formada por pedagogas e professores de educação física; Usar o projeto como modelo para que o método de intervenção adotado sirva de referência para gestores escolares, gestores de projetos sociais, profissionais de educação física e pedagogia.
Metodologia
Inicialmente já identificamos as crianças com sinais de dislexia por meio do Questionário para identificação de sinais de risco para dislexia (SENO, 2020). O questionário foi elaborado considerando seu uso por professores do 1º e 2º ano do Ensino Fundamental I, de escolas públicas e privadas, uma vez que visa identificar precocemente os escolares que apresentam sinais de risco para a dislexia. Para elaboração dos itens que compuseram o questionário foi realizada uma ampla revisão de escalas já validadas, na literatura nacional e internacional, relacionadas aos fatores sugeridos para o constructo em questão, especialmente aquelas construídas para identificação (screening) e avaliação da dislexia. Para análise dos pontos obtidos em cada categoria deve se considerar que quanto maior a somatória, menor e o risco que o escolar apresenta para a dislexia. Agora faremos a intervenção por meio de aulas de reforço escolar e aulas de educação física, usando o método de jogos para desenvolver a inteligência.