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Campus:
CAMPUS JAGUARIBE
Tipo da Ação:
Evento
Título:
NARRATIVAS LITERÁRIAS: A PALAVRA FALADA, A PALAVRA ESCRITA
Área Temática:
Cultura
Linha de Extensão:
Literatura
Data de Início:
21/10/2020
Previsão de Fim:
27/10/2020
Nº mínimo de pessoas beneficiadas:
8
Nº máximo de pessoas beneficiadas:
10
Carga Horária de Execução do Evento:
39
Local de Atuação:
Urbano-Rural
Fomento:
-
Programa Institucional
-
Modelo de Oferta da Atividade:
Online
Formas de Avaliação:
Trabalho em grupo
Participação
Frequência
Formas de Divulgação:
Redes sociais
Folder
Atividades Realizadas:
Minicurso
Nome do Responsável:
Maria Efigenia Alves Moreira
Equipe:
Nome Instituição Categoria Vínculo Receberá bolsa? Horas Semanais Dedicadas Início da Participação Fim da Participação
Maria Efigenia Alves Moreira IFCE Coordenador Docente IFCE Não 1 21/10/2020 27/10/2020
Parcerias:
Instituição Parceira Parceria Formalizada? Instrumento Utilizado Número do Instrumento
Orçamento:
Conta Valor
Passagens e Despesas com Locomoção 0,00
Outros Serviços de Terceiros - Pessoa Jurídica 0,00
Outros Serviços de Terceiros - Pessoa Física 0,00
Material de Consumo 0,00
Equipamento e Material Permanente 0,00
Encargos Patronais 0,00
Diárias - Pessoal Civil 0,00
Bolsa - Auxílio Financeiro a Pesquisadores 0,00
Bolsa - Auxílio Financeiro a Estudantes 0,00
Vínculos:
Ação Tipo
Apresentação
O minicurso de Extensão “Narrativas literárias – a palavra falada, a palavra escrita” tem o intuito de ofertar formação sobre narrativas literárias, coletar contos populares junto aos povoamentos do Vale do Jaguaribe e escrever esses contos. Para que haja a transposição da oralidade para a escrita se faz necessário um trabalho com a linguagem, como estudos sobre os elementos que compõem a narrativa. Assim será realizado inicialmente um trabalho com os gêneros narrativos, especificamente o conto, com ênfase no conto de tradição oral. Nesse arcabouço, serão discutidos os subgêneros (ou afluentes) do conto popular: mito, lenda, fábula, conto jocoso, anedota, conto acumulativo (história de lenga-lenga). Ressalta-se que nesse contexto, as terminologias conto popular, conto de tradição oral e conto tradicional referem-se as histórias anônimas (ou já coletadas), pertencentes ao imaginário coletivo, que vai passando de geração a geração. No que diz respeito a metodologia, o referido minicurso trabalhará aspectos teóricos e práticos. O primeiro subsidiará o trabalho realizado posteriormente na escrita e reescrita dos contos. Na parte prática do curso, será realizada a coleta de contos de tradição oral nas comunidades, bem como partilhas orais desses contos no grupo, escritas e reescritas, de forma individual e coletiva, para um maior aprendizado. Deseja-se que, ao final do curso, possamos ter uma coletânea de vinte contos, o que será uma grande contribuição social, uma vez que existem muitos contos na oralidade e, se não for feito um trabalho de coleta, poderá se perder pela ausência de contadores do cotidiano. Embora muitos desses contos de tradição tenham sido coletados, muitos ainda permanecem no âmbito da oralidade, e mesmo os já coletados acabam ganhando diferentes contornos em cada comunidade. A prioridade será para os contos não coletados, como forma de manter viva determinadas narrativas orais de pertencimento da região. Além dos estudos das composições narrativas (elementos presentes no texto narrativo, características, funções), nos encontros serão experienciados a oralização de histórias, contadas ou lidas com intenção marcada. Também serão discutidos o ato de narrar e autores que realizaram coletas de contos tradicionais, como Charles Perrault, Irmãos Grimm, Hans Cristian Andersen, Câmara Cascudo, Henriqueta Lisboa, Regina Pamplona e outros. Os encontros serão realizados através do google meet, diariamente, com atividades síncronas e assíncronas, a partir das 18h. As avaliações serão qualitativas, considerando a participação, o envolvimento e propriedade nas discussões, oralização das histórias, bem como a escrita e reescrita dos contos, o que constitui o aspecto prático. Acredita-se que este Curso será importante, tanto do ponto de vista formativo do cursista, através dos estudos e experimentos com a oralização e escrita de narrativas, quanto pelo fato de deixar escrito as histórias que o povo conta, através das coletas dos contos de tradição oral que circundam o Vale do Jaguaribe.
Justificativa
O minicurso de Extensão “Narrativas literárias – a palavra falada, a palavra escrita” surgiu da necessidade de cumprir um estágio em literatura e da possibilidade de aproveitar esse momento para contribuir com a comunidade jaguaribana na coleta e escrita de contos de tradição oral. Desse modo, foi possível estabelecer essa parceria UFC-IFCE, uma vez que a ministrante do referido Curso é doutoranda pela UFC em Literatura Comparada e professora do IFCE Campus Jaguaribe. No entanto, a importância desse Curso dar-se pela possibilidade de salvaguardar, através da escrita, histórias de tradição que estão apenas no âmbito da oralidade. Inicialmente esses contos serão organizados em coletânea digital, podendo posteriormente passar para a forma impressa. Outro aspecto importante é poder formar um grupo de pessoas no contexto das narrativas, tanto orais quanto escritas. Imagina-se que os estudos propostos sobre os elementos narrativos, bem como os experimentos que serão realizados nesse sentido contribuirá para uma maior compreensão e sensibilidade da palavra falada e da palavra escrita, oralidade e escrita de narrativas. Segundo Patrini (2005, p.13), “a origem do homem é marcada pelas histórias contadas”. Somos sujeitos da narrativa, reinventamos o mundo através das histórias. Histórias de povos, de bichos, de coisas, de fenômenos da natureza; narrativas do dia a dia e de outras temporalidades, quando o mundo era explicado pelas histórias. Através dos relatos reais ou iventados, as pessoas vão tentando explicar os acontecimentos naturais e sociais. Essas narrações do cotidiano foram ganhando elementos simbólicos e tomando forma, por assim dizer, literárias. Os contos maravilhosos e tradicionais são os precursores da nossa literatura e são verdadeiras fontes de imersão no mundo mágico, fantástico. “O conto constitui uma memória da comunidade – maneira de ver o mundo, esperanças e medos, anseio de transcendência – possibilitando sua transferência às novas gerações”. (PATRINI, 2005, p. 17). O ato de narrar é tão antigo quanto o próprio homem. Os mais antigos contavam histórias nos mais diferentes contextos. No Brasil, especialmente no Nordeste, as contações de histórias ocorriam em debulhas de feijão, em farinhada, nas costuras coletivas, em calçadas, ao pé de fogueiras ou para colocar crianças para dormir. Mas com o avanço científico e tecnológico, o ato de contar histórias foi aos poucos desaparecendo. No entanto, muitos escritores, linguísticas e etnólogo fizeram coleta dessas histórias e traspuseram para a escrita. “Com Perrault, a cultura escrita procurou tornar imperdível a riqueza das culturas orais. Dois séculos depois, na Alemanha, os Irmãos Grimm tiveram a mesma preocupação. Trabalho semelhante foi realizado décadas atrás por Câmara Cascudo no Nordeste do Brasil” (PATRINI, 2005, p. 15). Com o surgimento dos contadores de história modernos, essas coletas possibilitaram que muitos profissionais se apropriassem desses contos de tradição oral escritos, de modo que eles retomassem a forma de oralização, nas práticas de contação de histórias. Essas histórias voltam para as comunidades nos livros e também na boca dos narradores. No entanto, muitas dessas histórias ainda permanecem no âmbito da oralidade e os contadores do cotidiano estão cada vez mais raros, tanto por questões de memória quanto principalmente por audiência. São minguados os espaços de escuta dentro do ambiente familiar, quase não se tem mais o hábito de ouvir histórias contados por pais e avós, o que chamamos de contadores do cotidiano. O minicurso “Narrativas literárias – a palavra falada, a palavra escrita” se apresenta como uma possibilidade de, a partir de um espaço formativo, propor recolha desses contos de tradição, fazer um trabalho com a linguagem, no processo de escrita e reescrita e organizar uma coletânea, como forma de resguardar essas histórias que ainda estão na memória dos mais velhos. Antes da imersão no trabalho com a palavra, os cursistas terão possibilidades de discutir aspectos que constituem as narrativas, bem como conhecer um pouco do percurso dos contos de tradição oral e seus catalogadores, bem como partilhar narrativas. Só após esses aspectos mais teórico e de fruição é que os cursistas iniciarão o trabalho de coleta, escrita e reescrita dos contos, sempre com discussões coletivas do trabalho linguístico. Entende-se que esse estudo subsidiará outros trabalhos com a linguagem. Assim, através de discussões teóricas, da imersão em contos, em oficinas de escrita e reescrita criativa, espera-se que este curso instrumentalize o cursista para uma maior sensibilidade com a palavra e possa, ao final, termos uma coletânea de contos das nossas comunidades, para ser disponibilizada nos espaços educativos, como escolas e biblioteca.
Público Alvo
Público em geral interessado em processos de escrita criativa.
Objetivo Geral
Discutir os elementos que compõe as narrativas literárias, fazer análise de textos literários, conhecer percursos do conto tradicional e realizar coletas de contos de tradição oral, fazendo patilha em sala de aula, bem como escrita e reescrita das histórias coletadas que serão organizadas em coletânea.
Objetivo Específico
 Discutir os elementos que compõem as narrativas literárias, com ênfase nos contos de tradição oral;  Dialogar sobre os autores que realizaram coletas de contos de tradição e partilhar narrativas desses autores;  Realizar coleta de histórias orais e partilhar oralmente as histórias coletadas;  Elaborar a escrita e reescrita das histórias coletadas;  Organizar coletânea de contos de tradição oral.
Metodologia
O Curso “Narrativas literárias – a palavra falada, a palavra escrita” tem uma carga horária de 39h e será ministrado pela docente Maria Efigênia Alves Moreira. Os encontros serão semanais e acontecerão de dezoito às vinte horas da segunda-feira, no campus Jaguaribe, sala a definir, no bloco didático. No que se refere a questões metodológicas, serão trabalhados referenciais teóricos que discutem tipos de narrativas, como conto, novela, romance, com ênfase no conto e seus afluentes ou subgêneros (mito, lenda, fábula, conto jocoso, conto acumulativo, anetoda); a função e composição da narrativa, como enredo/efabulação, personagens, tempo, espaço, narrador, linguagem ou discurso narrativo. Os cursistas receberão trechos de narrativas para identificação de fragilidades, que serão feitas de forma coletiva e realizar reescrita desses trechos como forma de experimentar o trabalho com a linguagem. Nos encontros formativos também serão estudados um pouco do percurso das coletas dos contos tradicionais e sua catalogação por autores como Perrault, os irmãos Grimm, Câmara Cascudo, Regina Pamplona dentre outros. Também terá momentos de imersão em contos, lidos ou narrados. As narrativas permearão todos os encontros, sejam para estudos ou para apreciação. Teoria e prática serão trabalhadas conjuntamente, à medida que for se discutindo os aspectos teóricos, vamos também realizando atividades práticas. As aulas constarão de leitura e discussão, apresentação de slides para mobilizar debates e experimentos práticos com a oralização de histórias. Os textos a serem discutidos serão selecionados previamente pela docente do curso e entregue aos cursistas ou projetado em slides. Outra possibilidade a ser discutida com o grupo é que os cursistas, em duplas ou trios, levam um texto e no encontro seguinte apresentar os principais pontos, mobilizando discussão. E, quando os cursistas estiverem com subsídios teóricos para um trabalho mais apurado com a linguagem, será realizado a coleta de contos nas comunidades, a partilha oral desses contos em sala de aula, a escrita e reescrita individual, com mostras coletiva para uma maior aprendizagem do grupo.