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Campus:
CAMPUS ACARAU
Tipo da Ação:
Projeto
Título:
Projeto Roda Indígena
Área Temática:
Educação
Linha de Extensão:
Diversidade Étnico-racial
Data de Início:
01/09/2021
Previsão de Fim:
15/12/2021
Nº mínimo de pessoas beneficiadas:
20
Nº máximo de pessoas beneficiadas:
100
Local de Atuação:
Urbano-Rural
Fomento:
Edital de arte e cultura (Proext/IFCE)
Programa Institucional
NEABIs
Modelo de Oferta da Atividade:
Online
Formas de Avaliação:
Frequência
Reunião
Relatório
Questionário
Debate
Formas de Divulgação:
Site institucional
Redes sociais
Mala direta
Folder
E-mail
Cartaz
Áudio
Atividades Realizadas:
Nome do Responsável:
Catarina Angelica Antunes da Silva
Equipe:
Nome Instituição Categoria Vínculo Receberá bolsa? Horas Semanais Dedicadas Início da Participação Fim da Participação
Ana Clara Souza Araújo IFCE Integrante Discente IFCE Sim 12 01/09/2021 15/12/2021
Ana Cléssia Lima de Araújo IFCE Integrante Discente IFCE Sim 12 01/09/2021 15/12/2021
Camila Franco IFCE Integrante Docente IFCE Não 3 01/09/2021 15/12/2021
Catarina Angelica Antunes da Silva IFCE Coordenador Docente IFCE Não 3 01/09/2021 15/12/2021
Cristiane de Sousa Florencio IFCE Integrante Docente IFCE Não 3 01/09/2021 15/12/2021
Elidiane Ferreira Serpa IFCE Integrante Técnico Administrativo IFCE Não 3 01/09/2021 15/12/2021
Fernando Nunes de Vasconcelos IFCE Integrante Docente IFCE Não 3 01/09/2021 15/12/2021
Francisco Ismael de Araújo dos Santos IFCE Integrante Discente IFCE Sim 12 01/09/2021 15/12/2021
Maria Elisangela de Sousa IFCE Integrante Docente IFCE Não 3 01/09/2021 15/12/2021
Maria Lidiane da Silva IFCE Integrante Discente IFCE Não 12 01/09/2021 15/12/2021
Saulo Victor Silva Vasconcelos IFCE Integrante Discente IFCE Sim 12 01/09/2021 15/12/2021
Parcerias:
Instituição Parceira Parceria Formalizada? Instrumento Utilizado Número do Instrumento
Orçamento:
Conta Valor
Bolsa - Auxílio Financeiro a Estudantes 2.800,00
Passagens e Despesas com Locomoção 0,00
Outros Serviços de Terceiros - Pessoa Jurídica 0,00
Outros Serviços de Terceiros - Pessoa Física 0,00
Material de Consumo 0,00
Equipamento e Material Permanente 0,00
Encargos Patronais 0,00
Diárias - Pessoal Civil 0,00
Bolsa - Auxílio Financeiro a Pesquisadores 0,00
Vínculos:
Ação Tipo
Apresentação
A opressão da população indígena no Brasil teve início com a invasão dos portugueses. Esse ato foi uma verdadeira catástrofe para os nativos e resultou inicialmente na escravização como base da formação da economia colonial e posteriormente, no extermínio de muitos povos indígenas no Brasil. A trajetória da população indígena em nosso país é permeada por processos excludentes expressos na negação da garantia de uma vida digna a essa população que vive atolada na pobreza e na maioria das vezes não têm acesso a serviços básicos. Passados 521 anos, a dívida histórica que nossa nação possui com os indígenas só aumenta e o legado de marginalização e opressão vem se perpetuando. Assim como os homens são seres sociais, que se fazem historicamente no instante em que constroem suas condições de existência, é possível afirmar que a consciência humana é uma instância do ser que embora materializada no âmbito da interioridade, também se produz mediante determinações da realidade objetiva ao mesmo tempo em que constitui a concretude desse real. Se a consciência é uma produção histórica e cultural, as relações concretas do conjunto dos homens de uma sociedade são orientadas por essa realidade subjetiva numa oposição dialética de mútua constituição. Essas relações se materializam tanto na ação do homem para com a natureza quanto do homem em sua dimensão interpessoal e intrapessoal. Isto nos leva a refletir sobre a natureza social das relações humanas em oposição a um pensamento essencialista ou naturalizante que aparta essas relações de suas condicionantes históricas. Logo, sendo a consciência uma produção social que baliza as relações humanas, é possível constatar que as subjetividades podem ser construídas enquanto resultantes dessas relações que são engendradas mediante conflitos, disputas e embates por interesses hegemônicos. A mentalidade escravocrata, por exemplo, atendeu a uma proposta de dominação eurocêntrica que visava a construção e a consolidação de um poder que subjugou um determinado grupo humano. Podemos destacar as ideologias como um dos elementos constitutivos dessa consciência. Entendemos aqui como ideologia os construtos sociais que fabricam imagens distorcidas do real para ocultar realidades. Em outras palavras, ideologias são mecanismos de ocultação da própria realidade. O processo de escravidão que “diasporizou” e dizimou milhões de pessoas, sobretudo do continente africano, teve como sustentáculo a ideologia da desumanização. A produção de seres humanos desumanizados, desalmados, autoriza a subjugação e a exploração sem que se ponha em dúvidas uma ética que atende o homem em sua genericidade. Isto posto, é possível afirmar que, se a consciência racista é uma produção social que se constrói em um dado momento histórico e que orienta a ação humana, não seria possível combater o racismo sem a produção de uma mentalidade anti racista. Ou seja, é urgente a construção de uma nova consciência revolucionária, intolerante a todas as formas de opressão. Essa consciência não será dada ou presenteada, mas o produto de uma ação intencional que no campo de disputa se propõe a construir um modo de sociabilidade mais equânime, que admita o longo passado de opressão, mas que, sobretudo reconheça o potencial humano de sujeito histórico capaz de produzir, reescrever e recontar um modelo de relação social que entenda a diversidade humana como fator de complementaridade e não de inferioridade.
Justificativa
Dentro dessa perspectiva, apontamos a relevância desse projeto como um instrumento que poderá contribuir para a promoção e disseminação do debate antirracista por meio da discussão de temas que afetam a população indígena brasileira. Acreditamos que o conhecimento, sobretudo, numa perspectiva crítica que se constitui uma potente arma no combate a todas as formas de opressão. O projeto Roda índigena promoverá o debate sobre temas diversos que afetam o cotidiano da população indígena do Brasil com vistas a construção de uma consciência crítica e comprometida com a desconstrução do racismo estrutural, trata-se da continuidade de projeto lançado no ano anterior e que teve amplo alcance da comunidade interna e externa do Campus: o roda indígena. Vale ressaltar que na região do Baixo Vale do Acaraú, onde está situado nosso Campus, existem povos indígenas da etnia Tremembé, presente nos municípios de Acaraú e Itarema, que habitam atualmente nas áreas indígenas de Tremembé de Queimadas (Acaraú), Córrego João Pereira (Itarema e Acaraú), Córrego das Telhas (Acaraú) e Tremembé de Almofala (Itarema). Assim sendo, este projeto possibilitará o compartilhar saberes do patrimônio cultural e histórico dos povos afro-brasileiros e indígenas dos municípios de Itarema e Acaraú no IFCE – Campus Acaraú.
Público Alvo
Docentes e alunos da educação básica municipal e estadual, bem como, toda a comunidade externa e outras pessoas envolvidas indiretamente. Além disso, a própria população indígena das regiões de Itarema e Acaraú.
Objetivo Geral
Promover o debate sobre temas que afetam o cotidiano da população indígena do Brasil, com vistas ao desenvolvimento de uma consciência crítica e comprometida da sociedade como um todo, e assim, visando a desconstrução do racismo estrutural.
Objetivo Específico
Promover programação artístico-cultural que valorize o estrato cultural das comunidades indígenas situadas nos municípios de Itarema e Acaraú, localidades onde o IFCE encontra-se inserido. Difundir as atividades de arte e cultura e possibilitar debate sobre aspectos relacionados à espiritualidade e manifestações religiosas e artísticas dos remanescentes indígenas dos municípios de Itarema e Acaraú. Possibilitar o conhecimento quanto ao o patrimônio imaterial, histórico e cultural dos remanescentes indígenas de Itarema e Acaraú junto à comunidade acadêmica (servidores e discentes) e comunidade externa; Oportunizar o intercâmbio com outros espaços de arte e cultura, e instituições afins. Discutir sobre temáticas que ameaçam a continuidade dos povos indígenas, tais como o avanço do racismo ambiental. Discutir sobre temáticas relacionados à história das comunidades indígenas para contribuição do reconhecimento da dívida histórica junto aos povos originários. Desenvolver playlist das temáticas abordadas e lives realizadas no canal do YouTube IFCE Campus Acaraú para acesso posterior a sua realização de forma síncrona, a ser disponibilizada também no site do IFCE Campus Acaraú.
Metodologia
A proposta se classifica na linha de extensão artísticas e culturais Audiovisual. O Projeto Roda Indígena é constituído por um ciclo de entrevistas (online) que ocorrerá quinzenalmente por meio da plataforma Stream Yard com transmissão no canal do IFCE Campus Acaraú no Youtube. E terá duração entre os meses de outubro, novembro e dezembro, totalizando a duração de 3 meses e realização de 5 entrevistas. Em cada live, um convidado será entrevistado por um grupo rotativo de 3 entrevistadores que deverão estudar previamente o tema para um aprofundamento do debate. Cada edição do evento terá duração de 1 hora e será conduzido por um mediador fixo escolhido previamente. Serão convidados a participar no papel de entrevistados, representações indígenas da etnia Tremembé, presente na região do Baixo Vale do Acaraú, bem como de outras etnias presentes no Ceará, além de convidados especialistas no tema e que desenvolvem pesquisa no referido tema. A banca de entrevistadores será composta por 1 membro do Neabi, 1 docente do IFCE Campus Acaraú e 1 convidado da comunidade externa. Para realização de atividades de planejamento e logística serão necessários 3 bolsistas para desenvolvimento do evento. As temáticas a serem discutidas em cada um das lives serão as seguintes: Propostas de temas (a definir) Lutas, territórios e demarcações Povos indígenas do Ceará Mulheres indígenas: defensoras da vida e da terra Racismo Ambiental Espiritualidade indígena Após realização das lives o projeto terá como produto final a disponibilização do conteúdo no YouTube para o alcance de público que não acompanhou na forma síncrona, bem como disponibilização do material no site do IFCE Campus Acaraú para consulta futura. Há ainda a possibilidade de submissão do projeto e temáticas abordadas no formato de resumo expandido ou artigo em eventos ou revistas temáticas, para que dessa forma haja um compartilhamento do conteúdo e vivências relatadas a partir da experiência.