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Campus:
CAMPUS CRATO
Tipo da Ação:
Projeto
Título:
Projeto mulheres no campo: Um modelo de assistência técnica para promoção da igualdade de gênero no meio rural
Área Temática:
Trabalho
Linha de Extensão:
Tecnologias Sociais
Data de Início:
05/01/2022
Previsão de Fim:
31/12/2022
Nº mínimo de pessoas beneficiadas:
20
Nº máximo de pessoas beneficiadas:
60
Local de Atuação:
Urbano-Rural
Fomento:
Captação de recursos externos
Programa Institucional
Nenhum
Modelo de Oferta da Atividade:
Presencial
Municípios de abrangência
Crato
Formas de Avaliação:
Trabalhos Escritos
Reunião
Relatório
Participação
Frequência
Debate
Formas de Divulgação:
Site institucional
Redes sociais
Folder
E-mail
Cartaz
Atividades Realizadas:
Nome do Responsável:
Francisco Messias Alves Filho
Equipe:
Nome Instituição Categoria Vínculo Receberá bolsa? Horas Semanais Dedicadas Início da Participação Fim da Participação
Damiana De Lima Da Costa IFCE Integrante Sem vínculo Sim 6 05/01/2022 30/12/2022
Erika dos Santos IFCE Integrante Sem vínculo Sim 40 05/01/2022 30/12/2022
Fernanda Larissa da Silva Ribeiro IFCE Integrante Sem vínculo Sim 40 05/01/2022 30/12/2022
Francisca Tatiana Silva Coelho IFCE Integrante Sem vínculo Sim 40 05/01/2022 30/12/2022
Francisco Messias Alves Filho IFCE Coordenador Docente IFCE Sim 6 05/01/2022 31/12/2022
Ingrid Major Muniz IFCE Integrante Sem vínculo Sim 40 05/01/2022 30/12/2022
Laiane Ferreira de Almeida Lima Bolsista Agroresidência Integrante Sem vínculo Sim 40 01/04/2022 31/12/2022
Magali Makeba Felix Mota Bolsista Agroresidência Integrante Sem vínculo Sim 40 01/04/2022 31/12/2022
Maxilanya Sousa Oliveira IFCE Integrante Sem vínculo Sim 40 05/01/2022 30/12/2022
Silvia Letícia Silvestre Martins IFCE Integrante Sem vínculo Sim 40 05/01/2022 30/12/2022
Parcerias:
Instituição Parceira Parceria Formalizada? Instrumento Utilizado Número do Instrumento
Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA) Não
Instituto Flor do piqui Não
Sindicato dos trabalhadores e trabalhadoras rurais de Crato Não
Empresa Vetor de Projetos Agropeciária Não
Associação Cristã de Base (ACB) Não
Ematerce- Escritório de Crato Não
Orçamento:
Conta Valor
Passagens e Despesas com Locomoção 0,00
Outros Serviços de Terceiros - Pessoa Jurídica 0,00
Outros Serviços de Terceiros - Pessoa Física 0,00
Material de Consumo 0,00
Equipamento e Material Permanente 0,00
Encargos Patronais 0,00
Diárias - Pessoal Civil 0,00
Bolsa - Auxílio Financeiro a Pesquisadores 1.000,00
Bolsa - Auxílio Financeiro a Estudantes 1.200,00
Vínculos:
Ação Tipo
Apresentação
Historicamente, existe uma grande segregação entre homens e mulheres no meio rural. Essa separação é vista não só na realização de trabalhos na agricultura ou pecuária, mais também na contratação e/ou na aceitação de trabalhos de assistência técnica, na busca por financiamento rural, por capacitações e tecnologias. FIÚZA et al., (2009) mostram, em seu trabalho, a existência de uma minimização da mulher no meio rural, principalmente no que diz respeito a busca por conhecimentos científico e tecnológico. Em sua pesquisa, esses autores demonstraram que, mesmo na oferta de cursos para o público em geral, é possível observar uma separação cultural, evidenciando, claramente, uma divisão sexual, onde há uma maior participação de mulheres em cursos nas áreas de artesanato ou em áreas de processamento de alimentos. Enquanto os homens, buscam mais as atividades voltadas para os grandes animais e para o mercado produtor. Essa é uma questão visível no dia-a-dia do exercício da prática agrícola em uma propriedade rural. É possível observar uma cultura de que os homens trabalham com grandes áreas de lavouras e pecuária de corte, além de ter a visão que são os responsáveis pelo sustento da família, enquanto que as mulheres, realizam atividades voltadas para o cultivo de hortaliças e a criação de pequenos animais que são direcionados para a alimentação familiar. Apesar de uma parcela da sociedade enxergar o trabalho da mulher no meio rural como uma atividade invisível (HERRERA, 2012), COSTA et al., (2016) demonstra que o trabalho feminino na agricultura está assegurando o sustento familiar. Essa afirmação, corrobora com YUNUS (2010) onde demonstra que as mulheres possuem talentos e habilidades para produzir sua própria renda e que seu trabalho proporciona maiores benefícios às suas famílias, atuando, principalmente no empenho de tarefas e atividade que promovem a segurança alimentar, o combate a pobreza e a fome.
Justificativa
Segundo dados da organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO, 2011; 2017) existe uma grande diferença referente a oportunidades disponibilizadas para os homens e negadas para as mulheres, no tocante ao acesso à terra, à tecnologias e a comercialização agrícola. Apesar de ser reconhecido que as mulheres são responsáveis por produzir mais da metade de todos os alimentos do mundo, elas ainda são marginalizadas no meio rural, onde apenas 30% são proprietárias de suas terras, 10% conseguem crédito rural e 5% recebem assistência técnica. HERRERA (2012) afirma que, segundo esse relatório, se as mulheres tivessem as mesmas oportunidades que os homens tem em termos produtivo, a fome no mundo poderia ser reduzida entre 12 a 17%. Na realização dos trabalhos de extensão e assistência técnica rural, ainda observamos no Nordeste brasileiro uma cultura machista com discursos de que as mulheres não devem se matricular em cursos de ciências agrárias, devido a dificuldade de exercer a profissão por ainda existir muito preconceito. Neste projeto “mulheres no campo”, buscamos inserir as mulheres dos cursos técnicos em agropecuária e bacharelado em zootecnia nas atividades de assistência técnica, de forma a estimular a igualdade de gênero, além de promover a desmistificação de uma cultura, ainda presente na zona rural no Nordeste brasileiro, de que a mulher não deve trabalhar com assistência técnica no meio rural. O projeto mulheres no campo será implantado e desenvolvido em cidades da região metropolitana do Cariri Cearense. Historicamente, essa região apresenta uma alta taxa de violência contra a mulher. Segundo SANTANA (2019) o estado do Ceará se mantém o 4º lugar no ranking de estados brasileiros com mais feminicídio com 8,1% das mortes, sendo o Cariri, a região do estado que apresenta as maiores taxas de agressão contra as mulheres. Acreditamos, que o estimulo e o aumento da inclusão de profissionais, mulheres, nos trabalhos de assistência técnica e transferência de tecnologia, possamos reduzir o preconceito, ainda vigente em muitas propriedades rurais, aumentar a participação das mulheres na busca por novas tecnologias e capacitações que visem melhorar as atividades desenvolvidas nas propriedades rurais. Com a participação mais ativa das mulheres nos trabalhos de transferência de tecnologias no campo, será possível observar uma maior valorização e engajamento das produtoras rurais. Esse conjunto de ações apresentadas nessa proposta de projeto, não só trará benefício teórico e prático que auxiliará na formação das recém formadas profissionais Técnicas em agropecuária e Zootecnistas, como também, buscará reduzir os preconceitos em relação a atuação das mulheres no meio rural, a violência no campo, além de proporcionar o desenvolvimento das atividades agrícolas nas pequenas propriedades rurais.
Público Alvo
Associações e comunidades rurais do distrito de Santa Fé em Crato. Associação comunitária da Baixa do Maracujá/Crato. Associação comunitária do Cruzeiro/Crato Associação comunitária das mulheres do Cruzeiro/Crato
Objetivo Geral
Proporcionar o aumento do número de mulheres nas atividades de assistência técnica e produção rural, facilitando as transferências de tecnologias para agricultoras no Semiárido Nordestino.
Objetivo Específico
- Estimular a redução do preconceito em relação ao trabalho de assistência técnica prestadas por mulheres em propriedades agrícolas no Nordeste brasileiro. - Reduzir as desigualdades de gênero no meio rural. - Proporcionar que as mulheres se tornem agentes ativos no processo de desenvolvimento do meio rural. - Estimular o aumento na participação das mulheres nos trabalhos de assistência técnica rural. - Atuar em atividade de forma a estimular a agricultura familiar, promovendo o desenvolvimento dos pequenos produtores rurais. - Estimular a implantação de hortas comunitárias administradas por agricultoras. - Melhorar os sistemas de produção de hortaliças nas propriedades rurais. - Implantar sistemas de criação de galinha caipira para produção de ovos. - Fazer o acompanhamento técnico dos sistemas de produção de galinha caipira. - Inserir as profissionais, recém-formados, no mercado de trabalho. - Estimular a inserção das mulheres nos arranjos produtivos locais (APL’S).
Metodologia
O projeto “mulheres no campo”, será desenvolvido em Unidades Residência Profissional Agrícola localizadas no município de Crato/CE, e terá duração de dois anos, sendo divididos em dois ciclos. Cada ciclo, buscará atender 10 alunas residentes, sendo cinco do curso técnico em agropecuária e cinco do curso de bacharelado em zootecnia. Somando um total de 20 alunas residentes durante os dois anos de execução do projeto. As estudantes serão divididas em Unidades-residência Profissional Agrícola (Ematerce- Escritório de Crato, Instituto Flor do Pique, Empresa Vetor de Projetos Agropecuários, Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais de Crato e Associação Cristã de Base (ACB). Os recursos aplicados no projeto são oriundos da aprovação junto ao Edital Nº 01/2020 do Programa de Residência Profissional Agrícola, Secretaria de Agricultura Familiar e Cooperativismo (SAF) do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). As Unidades Residência Profissional Agrícola encaminharam as estudantes para prestar assistência técnica as agricultoras e produtoras rurais do distrito de Santa Fé, município de Crato/CE. O projeto “mulheres no campo”, será dividido em oito etapas: 1ª Etapa: Seleção das famílias beneficiadas. As estudantes farão visitas as comunidades (sítio Santo Antônio e Baixa do Maracujá) onde serão apresentados os objetivos, as metas e a metodologia que serão desenvolvidas no projeto. Após a apresentação do projeto, serão feitos os cadastros de 20 famílias, sendo 10 famílias em cada comunidade (Sítio Santo Antônio e Baixa do Maracujá). Essas comunidades fazem parte do distrito de Santa Fé, município de Crato/CE. Para seleção serão observados os seguintes critérios: exercer uma atividade agropecuária familiar, está inserido nas áreas de atuação das Unidades Residência, maior número de filhos menores de idade/família e os índices de vulnerabilidade social, entre outros indicativos que a equipe julgar pertinente. 2ª Etapa: Visita de diagnóstico As estudantes deverão realizar visitas as agricultoras/produtoras rurais do distrito de Santa Fé, município de Crato/CE, de forma elaborar um diagnóstico produtivo descrevendo as atividades realizadas nas unidades familiares de produção, o potencial técnico, os recursos naturais existentes e a capacidade de ampliação e/ou implantação de uma nova cultura/criação. As atividades de visitas as propriedades rurais, serão registradas através de formulários próprios, relatórios, fotos e vídeos, sendo, posteriormente, arquivados em pastas digitais exclusivo do projeto. 3ª Etapa: Acompanhamento das atividades junto a comunidades. As visitas serão realizadas de forma periódica (quinzenal durante os dois primeiros meses) afim de promover um acompanhamento mais próximo as agricultoras. Posteriormente, serão realizadas visitas mensais. Durante as visitas, serão avaliadas as atividades produtivas: implantação e/ou acompanhamento dos nos quintais produtivos; canteiros de hortaliças e produção de pequenos animais. Todas as atividades de visitas serão registradas através de folha de presença, diário de atividades com a descrição das ações realizadas, relatórios e fotos. 4ª. Fase de implantação das unidades de produção de alimento. Em cada comunidade (Sítio Santo Antônio e Baixa do Maracujá) serão implantas as unidades de produção de alimento: hortas comunitárias, cultivo de hortaliças em quintais produtivos e criação de galinha caipira. Hortas comunitárias Cada grupo formado por seis agricultoras atendidas pelas alunas residentes com formação em técnica em agropecuária, deverão implantar nas atendidas pelas Unidades Residência uma horta comunitária e realizar a administração das práticas de manejo e comercialização. As hortas comunitárias serão implantadas em espaços cedidos por instituições públicas, privadas ou associações comunitárias. Horta em quintais produtivos As alunas residentes formadas no curso técnico em agropecuária, ficarão, junto com as agricultoras, responsáveis pela implantação e do acompanhamento técnico dos cultivos de hortaliças nos quintais das agricultoras. As alunas residentes deverão fazer o acompanhamento das práticas de manejo de solo, do preparo dos canteiros, das práticas de adubação, da escolha das hortaliças a serem plantadas, da escolha das melhores sementes, da montagem do sistema de irrigação, das práticas de controle agroecológico de pragas e insetos, dos processos de colheita e armazenamento dos produtos. Todas as hortaliças cultivadas nas hortas comunitárias, bem como nas hortas em quintais produtivos, serão implantadas utilizando dos princípios agroecológicos e sustentabilidade na produção de alimento. Galinha caipira As alunas residentes do curso de bacharelado em zootecnia, ficarão responsável pelo acompanhamento técnico dos cultivos de galinha caipira, orientando as agricultoras/produtoras nas construções e manejo sanitário das instalações (galinheiros), na escolha das matrizes e reprodutores, no acompanhamento nas diferentes fases de manejo (inicial, crescimento, postura/terminação), da formulação das rações, do manejo alimentar, do acompanhamento dos parâmetros zootécnicos e do abate. 5ª. Fase de avaliação Mensalmente, será realizado uma reunião, com todas as agricultoras envolvidas no projeto, com os responsáveis técnico das Unidade de Residência e com as alunas residentes, para uma avaliação dos trabalhos ao longo do período. As reuniões de avaliação serão registradas em atas e depois arquivadas para compor o relatório final do projeto. 6ª etapa: Planejamento e avaliação das atividades Quinzenalmente, será realizado uma reunião com as alunas residentes, com o professor-orientador, com o técnico da propriedade e com as Unidades residentes, visando realizar um planejamento e avaliação das metas e objetivos alcançados ao longo da semana. 7ª etapa: Feira da agricultura familiar Ao final do projeto, será realizado no município do Crato, uma feira da agricultura familiar, onde as agricultoras/produtoras terão a oportunidade de comercializar seus produtos diretamente aos consumidores. 8º etapa: Publicação dos resultados do projeto “mulheres no campo” As estudantes deverão registrar, em um diário de atividade, as ações, as experiências e os desafios encontrados durante o período de trabalho nas Unidades Residência. Esses relatos de vivência deverão ser publicados em forma de cartilha, artigos científicos, resenhas, livros ou outros meios de divulgação.