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Campus:
CAMPUS BATURITE
Tipo da Ação:
Programa
Título:
Observatório Participação e Avaliação em Contextos de Crises Humanitárias na América Latina
Área Temática:
Direitos Humanos e Justiça
Linha de Extensão:
Direitos Individuais e Coletivos
Data de Início:
15/07/2022
Previsão de Fim:
29/12/2023
Nº mínimo de pessoas beneficiadas:
500
Nº máximo de pessoas beneficiadas:
1000
Local de Atuação:
Urbano-Rural
Fomento:
-
Programa Institucional
NEABIs
Modelo de Oferta da Atividade:
Presencial
Municípios de abrangência
Baturité
Formas de Avaliação:
Reunião
Participação
Frequência
Debate
Formas de Divulgação:
Site institucional
Redes sociais
Folder
E-mail
Cartaz
Atividades Realizadas:
Nome do Responsável:
Cicero Waldemir Vital da Silva
Equipe:
Nome Instituição Categoria Vínculo Receberá bolsa? Horas Semanais Dedicadas Início da Participação Fim da Participação
Alcides Fernando Gussi Universidade Federal do Ceará Integrante Sem vínculo Não 6 15/07/2022 29/12/2023
Aline Gomes Lima Universidade Federal do Ceará Integrante Sem vínculo Não 4 15/07/2022 29/12/2023
Antonia Beatriz Silva Lourenco IFCE Integrante Discente IFCE Não 12 15/07/2022 29/12/2023
Cicero Waldemir Vital da Silva IFCE Coordenador Docente IFCE Não 3 15/07/2022 29/12/2023
Cintia Carla Campos de Oliveira Universidade Federal do Rio de Janeiro Integrante Sem vínculo Não 4 15/07/2022 29/12/2023
Cristiane Gonzaga Oliveira IFCE Integrante Técnico Administrativo IFCE Não 4 15/07/2022 29/12/2023
Gabriella Martins Mota IFCE Integrante Discente IFCE Não 1 15/07/2022 29/12/2023
Heloisa Caminha Gomes Universidade Federal do Ceará Integrante Sem vínculo Não 12 15/07/2022 29/12/2023
Júlia Anne Braz de Oliveira Sociedade Civil Integrante Sem vínculo Não 2 15/07/2022 29/12/2023
Lorena Loiola Batista Sociedade Civil - Universidade de Salamanca Integrante Sem vínculo Não 2 15/07/2022 29/12/2023
Marcelo Lima dos Santos Egresso - IFCE campus Baturité Integrante Sem vínculo Não 2 15/07/2022 29/12/2023
Márcia Malaquias Braz Universidade Federal do Rio de Janeiro Integrante Sem vínculo Não 4 15/07/2022 29/12/2023
Marcos Alberto de Oliveira Vieira IFCE Integrante Docente IFCE Não 3 18/07/2022 29/12/2023
Maria Rayane de Castro Santos UFC Integrante Sem vínculo Não 2 22/08/2022 29/12/2023
Paola Romanova do Nascimento Costa IFCE Integrante Discente IFCE Não 3 15/07/2022 29/12/2023
Regislany de Sousa Morais Trabalhadora Humanitária Integrante Sem vínculo Não 4 15/07/2022 29/12/2023
Renata Eusebio dos Santos IFCE Integrante Técnico Administrativo IFCE Não 2 15/07/2022 29/12/2023
Ronald Vizzoni Garcia Universidade Federal do Rio de Janeiro Integrante Sem vínculo Não 4 15/07/2022 29/12/2023
Rozana Rodrigues Lemos IFCE Integrante Técnico Administrativo IFCE Não 2 15/07/2022 29/12/2023
Tatiana Paz Longo IFCE Integrante Docente IFCE Não 3 15/07/2022 29/12/2023
Telma Queiroz de Sousa IFCE Integrante Técnico Administrativo IFCE Não 4 15/07/2022 29/12/2023
Temilson Costa IFCE Integrante Docente IFCE Não 3 15/07/2022 29/12/2023
Vitória Fonseca Campanha UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO Integrante Sem vínculo Não 2 15/07/2022 29/12/2023
Vladia da Silva Souza IFCE Integrante Docente IFCE Não 3 15/07/2022 29/12/2023
Parcerias:
Instituição Parceira Parceria Formalizada? Instrumento Utilizado Número do Instrumento
UNILAB Não
UECE Não
UFRJ Não
UFC Não
Orçamento:
Conta Valor
Passagens e Despesas com Locomoção 0,00
Outros Serviços de Terceiros - Pessoa Jurídica 0,00
Outros Serviços de Terceiros - Pessoa Física 0,00
Material de Consumo 0,00
Equipamento e Material Permanente 0,00
Encargos Patronais 0,00
Diárias - Pessoal Civil 0,00
Bolsa - Auxílio Financeiro a Pesquisadores 0,00
Bolsa - Auxílio Financeiro a Estudantes 0,00
Vínculos:
Ação Tipo
PREPARATÓRIO PARA AS SIMULAÇÃOES DA ONU Projeto
Grupo de Estudos sobre Relações étnico Raciais NEABI Baturité Projeto
Apresentação
A Ação Humanitária, compreendida como um conjunto de ações baseado na aplicação dos princípios de Humanidade, Imparcialidade, Neutralidade e Independência, tendo por objetivo “salvar vidas e aliviar o sofrimento humano” (PIÑEDA E RODRIGUEZ, 2012, p.14) em situações de desastres, conflitos armados e outras situações de violência que ocasionam consequências humanitárias, apresenta-se como um campo emergente para o desenvolvimento de estudos e práticas de avaliação de programas e políticas e da efetiva participação dos afetados nos contextos de crises humanitárias. A natureza do trabalho e as especificidades próprias do campo humanitário exigem que o profissional de avaliação possua, além das qualificações técnicas nessa área, compreensão ampla e profunda acerca dos conceitos e princípios que regem a ação humanitária, tais como diretrizes e normativas que guiam o trabalho nessa área e, sobretudo, possua habilidades para atuar com questões complexas, como as que abarcam o tema de Proteção Humanitária, realizada em situações adversas em contextos inseguros e politicamente conflituosos. Notadamente, o sistema humanitário é um campo de especialização potente para profissionais que atuam com avaliação em todo o mundo, em especial no que tange às práticas de avaliações que incorporem a participação de pessoas e comunidades afetadas por crises humanitárias. Neste âmbito, o campo exige que os profissionais de avaliações desenvolvam capacidades e habilidades técnicas para atuar com o fomento da participação em contextos complexos e urgentes, como os que abarcam a atuação da ação humanitária. É diante desse contexto que surge a proposta do Programa “Observatório de Participação e Avaliação em Contextos de Crises Humanitárias na América Latina”, direcionado para estudantes e professores de avaliação de programas e políticas públicas, bem como para profissionais do setor humanitário, público, Terceiro Setor e agências multilaterais, os atingidos e demais interessados na temática. O Programa tem por objetivo promover reflexões sobre a prática avaliativa no setor humanitário, em especial, no que tange à prática avaliativa que incorpora à dimensão da participação. Para tanto, propõe, como Observatório, um percurso dialógico qualificado, interinstitucional e em rede, com esse campo, a partir da criação de grupos de estudo; levantamento, compilação, classificação, análise e divulgação de material bibliográfico e documental; criação de espaços de debate e compartilhamento de experiências (palestras, seminários, eventos científicos) e desenvolvimento de cursos de formação (modalidade de extensão, minicursos e FIC). Trata-se de uma iniciativa inovadora no país, qual seja, a de aproximar a prática avaliativa do setor humanitário à vivência acadêmica, concernente à extensão, em articulação ao ensino e à pesquisa. Este projeto integra-se ao curso Bacharelado em Gestão de Políticas Públicas (DEINTER/CCA/UFC), aos Mestrado em Avaliação de Políticas Públicas – MAPP e Programa de Pós-Graduação de Avaliação de Políticas Públicas (ambos alocados no CCA/UFC). Finalmente, o Programa agrega, como parceiros interinstitucionais, o “Projeto Cultura Avaliativa: Desafios e Perspectivas” da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e o Instituto Federal do Ceará - campus Baturité. No IFCE campus Baturité, o programa está vinculado ao Neabi dessa unidade, a partir do estreito diálogo entre as pautas na área temática ‘Direitos Humanos e Justiça’. Assim, como se propõe, em um segundo momento, firmar parceria com o Napne. Atualmente, relaciona-se com as ações ‘Grupo de Estudos sobre Relações Étnico Raciais NEABI Baturité’ e ‘Preparatório para as Simulações da ONU’. Isso ocorreu a partir do diálogo com as proponentes dessas ações para, de forma conjunta, atuarmos naquilo que houver comum acordo. Frisa-se que estamos em diálogo com alguns campi do IFCE para articular as ações de forma conjunta. Dessa articulação, tem-se a proposta a ser formalizada via processo no SEI com o IFCE campus Jaguaribe para a questão da criação da logomarca e a parte audiovisual. No IFCE campus Umirim a proposta é que esse nos auxilie na criação do site institucional. E no IFCE campus Quixadá o diálogo é para o suporte na formalização dos convênios. Este último aspecto se refere a um diálogo já existente com a UNILAB, UECE e organizações do campo da Avaliação.
Justificativa
Nos últimos anos, as crises humanitárias apresentam-se cada vez mais multifatoriais, decorrentes de um conjunto de fatores sobrepostos, como o crescimento demográfico, problemas econômicos, catástrofes naturais e tecnológicas, conflitos, mudanças climáticas, entre outros, e de permanecerem em um largo espectro temporal (FERRIZ, 2004; KENT, 2004). Essas crises demandam das organizações humanitárias o desafio de estruturar suas respostas a partir de estratégias sustentáveis de longo prazo, que primam pelo fortalecimento das capacidades de comunidades e pessoas afetadas, reconhecendo que essas são as principais especialistas em identificar suas vulnerabilidades e potencialidades e centrando essas estratégias na inclusão das pessoas em decisões que afetem suas vidas (CICR, 2018; ASOCIACIÓN ESFERA, 2018). A estruturação de uma resposta humanitária qualificada está diretamente relacionada à sua capacidade de responder a uma crise de forma responsável, eficaz e sem causar danos ainda maiores à população. A ausência dessa premissa ou a ineficiência em garanti-la foi uma das grandes catalisadoras das transformações ocorridas a partir dos anos 1990 na ação humanitária, exposta de forma exponencial no estudo “The international response to conflict and genocide: Lessons from the Rwanda experience: Humanitarian aid and effects”, realizado em 1996, que avaliou a provisão da ajuda humanitária pela comunidade internacional em resposta à crise humanitária de Ruanda nos anos 1990. O estudo avaliativo conclui que a resposta humanitária em Ruanda foi frágil e, em alguns âmbitos, inadequada, e que grande parte das respostas não pôde ser adequadamente avaliada por não haver coerência e uma notória ausência de coordenação entre as organizações que atuaram neste contexto humanitário. A referida avaliação apresentou grande importância na introdução de novas ideias a respeito da qualidade do trabalho humanitário e da importância da prestação de contas, tanto para os beneficiários quanto para os financiadores do trabalho realizado, como sinalizado no texto de conclusão da avaliação “The Team was struck by the very limited attempts by agencies to obtain the views of beneficiaries on the assistance they were provided with” (BORTON et al., 1996, p. 12). As conclusões dessa avaliação foram pontos de partida para grandes iniciativas de melhoria da ação humanitária, como o Projeto Esfera, iniciado em 1997 por um grupo de organizações humanitárias, com o intuito de elaborar um conjunto de normas mínimas universais, aplicáveis a âmbitos essenciais de resposta humanitária (PIÑEDA; RODRIGUES, 2012), tendo sido essenciais para o reconhecimento de que se faz necessário investir conhecimento e recursos no desenvolvimento de avaliações. Isso fomentou o surgimento, em 1997, da Active Learning Network for Accountability and Performance in Humanitarian Action - ALNAP, rede global composta por diversos atores organizacionais e acadêmicos que atuam com a ação humanitária, dedicada a apoiar a aprendizagem e a melhorar a qualidade das avaliações realizadas, além de monitorar o desempenho do sistema humanitário. Contudo, as transformações pelas quais passou a Ação Humanitária, após a experiência em Ruanda, também foram influenciadas por uma nova configuração do cenário político-econômico mundial, que se desenvolveu com a emergência de valores em anuência ao neoliberalismo econômico. Nesse período, a ação humanitária passou também a se apropriar dos conceitos de qualidade, defendidos pela OCDE em suas ações, à medida que aumentava a pressão por parte dos doadores para maior eficácia e eficiência nas ações (URGOITI E REY, 2007; PIÑEDA E RODRIGUES, 2012). Desse modo, conceitos como Eficácia, Eficiência, Impacto, Sustentabilidade e Pertinência, próximos do ideário neoliberal, influenciaram o debate sobre as avaliações no campo humanitário. Em decorrência disso, as avaliações de ações humanitárias hegemonicamente fundamentam-se no modelo de avaliações de desenvolvimento difundido pela OCDE/CAD e estruturam-se com foco na gestão e nos mecanismos institucionais para a tomada de decisão, baseando-se nos cinco critérios de avaliação da OCDE/CAD: a pertinência e o alcance dos objetivos, a eficiência, a eficácia, o impacto e a sustentabilidade de um programa de desenvolvimento (OECD, 1991); além de incorporar outros critérios que atendam à especificidade da ação humanitária, como os critérios de cobertura, conectividade e coerência. Em termos gerais, essas avaliações possuem uma orientação clara para a mensuração dos objetivos, resultados e impactos. Marcadas por uma agenda neoliberal, característica da organização que fundamenta o marco teórico dessas avaliações, vê-se que o objetivo sobressalente é a prestação de contas para aqueles que financiam e que determinam o destino dos valores a serem investidos em ação humanitária. Porém, de outro modo, o sistema humanitário apresenta enfaticamente o discurso direcionado à participação para pessoas e comunidades afetadas por crises humanitárias e esse tem sido um desafio à avaliação no setor humanitário. Contudo, a participação efetiva, na condução da avaliação, tem apresentado resultados limitados (Morais, 2020). O estudo da epistemologia que sustenta as práticas avaliativas nesse campo apresenta-se como necessário e pertinente para substanciar a compreensão crítica acerca dessas práticas, seus limites e possibilidades. Ademais, faz-se necessário incorporar outros horizontes teórico-metodológicos que extrapolem à compreensão de avaliação como um exercício tecnicista e possibilitem subsidiar a construção de desenhos de avaliação que agreguem os debates mais emergentes do campo, em especial no tange à especificidade de desenvolver práticas avaliativas com ênfase em Participação. Além disso, é preciso que esse conhecimento construído esteja claro e facilmente acessível à sociedade como um todo. Por tudo isso, salienta-se que o Observatório terá um papel de suma importância na incidência científica, política, prática e institucional no campo da Ação Humanitária.
Público Alvo
Representantes da sociedade civil, trabalhadores da ação humanitária, profissionais da avaliação de políticas públicas na comunidade local, regional, nacional e latino-americana. Assim como comunidades indígenas, quilombolas, ribeirinhas, trabalhadores do campo, populações em situação de risco, mulheres, negros, juventudes, LGBTQIA+, PcDs.
Objetivo Geral
Criar e desenvolver um espaço profissional e acadêmico, em rede, para informação, reflexão e formação em avaliação e participação em contextos de crises humanitárias na América Latina.
Objetivo Específico
Promover reflexões e pesquisas sobre teorias e práticas em avaliação e participação em ações humanitárias, como respostas a contextos de crises por governos, sociedade civil, organizações humanitárias e agências multilaterais; Coletar, informar e analisar criticamente documentos normativos, referências bibliográficas e relatórios públicos de avaliação em ações humanitárias; Conhecer e identificar metodologias e técnicas de pesquisas em avaliação com ênfase na participação e protagonismo de pessoas e comunidades afetadas por crises humanitárias, consideradas em suas diversidades (étnico-raciais, gênero, idade, LGTBQIA+, pessoas com deficiências); Articular saberes e conhecimentos do campo de avaliação em crises humanitárias para incidir em mudanças visando promover a participação e afirmação dos direitos humanos; Desenvolver espaços de formação em avaliação e participação situada em diferentes contextos de crises humanitárias e suas implicações;
Metodologia
O Programa Observatório de Participação e Avaliação em Contextos de Crises Humanitárias na América Latina desenvolverá atividades de extensão, articuladas à pesquisa e ao ensino, que proporcionarão a informação, reflexão e formação em avaliação e participação em contextos de crises humanitárias na América Latina e Caribe, a seguir relacionadas conforme a METODOLOGIA de: Promoção de Grupos de Estudos: Essa ação visa qualificar, por meio de estudos orientados, o público-alvo por meio do fomento de encontros periódicos que visam promover o intercâmbio de saberes e experiências sobre a temática. Levantamento, classificação, análise e publicização de material bibliográfico e documental: Essa ação fundamenta-se em uma pesquisa de natureza qualitativa, a partir de pesquisa bibliográfica e documental. A primeira, tem “a finalidade de buscar relações entre conceitos, características e ideias” (ALMEIDA, 2014, p. 28), e a segunda propõe-se a analisar documentos organizacionais, governamentais ou mesmo de um indivíduo que ainda não tenha sido trabalhado nesse sentido” (idem). Serão levantadas, especificamente, práticas avaliativas do setor humanitário que incorporam a dimensão da participação de pessoas afetadas por crises humanitárias. Para a análise do material coletado, realizada a partir da leitura de relatórios de avaliação, tem-se como referência Gussi (2019), que define quatro categorias analíticas com vistas a verificar dimensões epistemológicas, teóricas, metodológicas e políticas de avaliações de políticas públicas, a saber: i) marcos teóricos: paradigmas de avaliação adotados, afiliações teóricas e autores referenciados; e discussões teóricas em avaliação realizada; (ii) metodologias de avaliação, técnicas e pesquisas e análise empregadas; (iii) resultados concretos das políticas avaliadas, com a produção de indicadores; (iv) impactos políticos e institucionais das avaliações realizadas. Fóruns de Discussão, palestras com especialistas e relatos de sujeitos afetados por crises humanitárias: Trata-se de ação que articula a organização e realização de fóruns de discussão com bolsistas, estudantes, técnicos e professores, bem como palestras e seminários temáticos para apresentação dos resultados de análises realizadas, em interlocução com especialistas e profissionais na área de estudo e sujeitos afetados por crises humanitárias. Desenvolvimento de cursos de formação: Trata-se de ação de ensino, articulada com os grupos de estudos e as pesquisas e análises bibliográfica, prevendo-se a realização de Curso de Extensão para formação teórica, metodológica e prática geral em avaliação e participação em diferentes contextos de crises humanitárias, bem como formação específica, considerando as particularidades dos sujeitos afetados (étnico-raciais, de gênero, LGBTQIA+, idade, pessoas com deficiências). Propõe-se inicialmente a criação de minicurso e/ou FIC e, caso seja viável, será criado também curso na modalidade de especialização. Ainda quanto aos aspectos metodológicos, o Observatório surgiu a partir das indicações da dissertação de Morais (2020). Em seguida essa e seu orientador, Alcides Gussi, em parceria com a UFRJ, desenvolveram e implantaram o ‘Ciclo de Estudos Participação e Avaliação na Ação Humanitária’. Esses encontros ocorreram de forma on-line de maio a setembro de 2021 e contaram com a participação de diversos trabalhadores humanitários, estudantes e profissionais da educação, de vários estados do Brasil, Equador, Honduras, Venezuela e México. Houve aproximadamente 100 inscritos, a partir de formulário on-line. Esses foram selecionados de tal forma que pudéssemos ter uma ampla diversidade, que englobou pessoas que conheciam e trabalhavam na ação humanitária, mas também quem não conhecia. As formas de divulgação foram e-mail, WhatsApp, Instagram, Facebook, grupos de trabalhadores humanitários e de avaliação, entre outros, assim como pretendemos melhorar a forma de divulgação. A partir desse Ciclo de Estudos, o IFCE campus Baturité foi convidado a compor a coordenação do Observatório. Frisa-se que, atualmente, as reuniões do grupo têm ocorrido de forma on-line, pois engloba trabalhadora humanitária, pessoas do Rio de Janeiro, assim como de Fortaleza e Baturité e, para conciliar essas distâncias físicas, a forma utilizada tem sido reuniões via Google Meet. Nessas reuniões, tem-se discutido alguns aspectos de implantação efetiva do Observatório, como a formalização de parcerias tanto dentro das instituições como entre as que já são parceiras (UFC, UFRJ e IFCE) e as próximas a serem efetivadas (UNILAB, UECE, entre outras). Essas parcerias têm o intuito de criar espaço de diálogo sobre o campo da Avaliação e quanto à Participação dos afetados em crises humanitárias, e, de forma prática, serão efetivadas por meio da criação de site institucional do Observatório, de instrumentais para convênios, de repositório virtual, cursos de extensão (minicursos e/ou FIC), entre outras. Inclusive, um dos debates a serem realizados é a forma de maior divulgação do Observatório, assim como da implantação de um espaço físico para esse. Isso com o intuito de que possamos nos aproximar ainda mais do público que queremos atingir, qual seja: discentes, docentes, técnicos-administrativos(as), terceirizados(as), comunidades indígenas, quilombolas, ribeirinhas, trabalhadores do campo, populações em situação de risco, mulheres, negros, juventudes, LGBTQIA+, PcDs, entre outros que sofrem cotidianamente com as opressões de uma sociedade desigual e fundada no patriarcado, racista e elitista. Esse programa proporcionará a formação dos mais variados atores, mas, principalmente dos discentes, o que dialoga com algumas das diretrizes da extensão, quais sejam: impacto na formação do estudante, e impacto e transformação social. E, para tal ação, compreende a relação da Extensão com Ensino e Pesquisa de forma indissociável e, como tal, possui um potencial grandioso quando se efetiva, realmente, em articulação com os que têm sido colocados à margem da sociedade brasileira, desde sua invasão. Assim, a equipe inicial do programa foi escolhida de tal forma que agregue, ao menos, parte desses que são excluídos da sociedade, como os quilombolas (Serra do Evaristo), indígenas (Kanindés), PcD, mulheres, entre outras. No entanto, após a aprovação desse programa no IFCE, teremos um momento de apresentação aos demais membros da comunidade acadêmica e da sociedade para que possamos agregar ainda mais essas diversidades. O Programa “Observatório de Participação e Avaliação em Contextos de Crises Humanitárias na América Latina” parte da compreensão de que o ensino e a pesquisa devem ser sustentados pela produção de conhecimentos, proporcionados pela pesquisa em sua função social, quando viabiliza ações extensionistas que contemplem as demandas sociais no campo da avaliação de políticas públicas, área temática em que a UFC possui reputada trajetória em virtude do Curso de Bacharelado em Gestão de Políticas Públicas (DEINTER/UFC), Mestrado em Avaliação de Políticas Públicas (MAPP) e Programa de Pós-Graduação em Avaliação de Políticas Públicas (PPGAPP). Dessa forma, o Programa Observatório pretende promover a formação e criticidade ao grupo de estudantes, professores, representantes da sociedade civil e profissionais da avaliação de políticas públicas na comunidade local, regional, nacional e latino-americana. A seguir, serão apresentados os objetivos específicos e seus respectivos indicadores de resultados. Objetivos específicos Promover reflexões e pesquisas sobre teorias e práticas em avaliação e participação em ações humanitárias, como respostas a contextos de crises por governos, sociedade civil, organizações humanitárias e agências multilaterais. Indicadores: 20 Encontros mensais (1 encontro x 10 meses x 2 anos) Coletar, informar e analisar criticamente documentos normativos, referências bibliográficas e relatórios públicos de avaliação em ações humanitárias Indicadores: Repositório virtual do material coletado Indicadores: Criação de um site institucional Conhecer e identificar metodologias e técnicas de pesquisas em avaliação com ênfase na participação e protagonismo de pessoas e comunidades afetadas por crises humanitárias, consideradas em suas diversidades (étnico-raciais, gênero, idade, LGTBQIA+, pessoas com deficiências). Indicadores: Elaboração de Relatórios Analíticos Articular saberes e conhecimentos do campo de avaliação em crises humanitárias para incidir em mudanças, visando promover a participação e afirmação dos direitos humanos. Indicadores: 10 palestras e 1 seminário final Desenvolver espaços de formação em avaliação e participação situada em diferentes contextos de crises humanitárias e suas implicações. Indicadores: 1 Curso de Extensão Dessa forma, para atingir os objetivos específicos desse programa, e, respectivamente, os indicadores de resultados, serão percorridas algumas etapas de forma dialogada, participativa e processual entre os diversos integrantes do observatório. Isso acontecerá, a priori, por meio de reuniões on-line, Via Google Meet, com todo o grupo, em que será formalizada a divisão de atividades para cada integrante. Poderá ainda ocorrer reuniões presenciais no IFCE campus Baturité para ações que se realizem presencialmente nesse município. Vislumbra-se, ainda, articulação com a ação ‘Preparatório para as simulações da ONU’ para o levantamento de dados sobre o município e as comunidades tradicionais existentes na região. Assim como por meio da ação ‘Grupo de Estudos sobre Relações Étnico Raciais NEABI Baturité’ pretende-se aprofundar o debate sobre as questões étnico-raciais e a relação com as políticas públicas a partir do campo da Avaliação em diálogo com a Participação efetiva desse grupo. Pretende-se criar instrumentais on-line e outros a serem aplicados de forma presencial para a avaliação dos eventos realizados, assim como para a equipe de atuação. Isso de forma dialogada entre todo o grupo e, principalmente, com a UFRJ, que possui experiência nesse tipo de ação. Dentre esses instrumentais, frisa-se como etapa a implementação de edital para que mais discentes do IFCE possam ingressar no Observatório, inclusive, com bolsas. Sobre essas bolsas, pretendemos dialogar para que no próximo ano seja direcionado ‘auxílio formação’ do recurso da Assistência Estudantil do campus de Baturité, o que temos dialogado com a Assistente Social do campus e que faz parte da equipe desse programa. Inclusive, tem-se analisado editais de fomento para uma possível adesão no próximo semestre, ou ano. Isso, tendo em vista que os recursos institucionais estão cada vez mais escassos e que pretendemos não somente disponibilizar bolsas aos estudantes, mas, inclusive, equipar um espaço para instalação física do Observatório. Frisa-se que isso ainda será melhor elaborado nas pautas dos debates do grupo. A partir da parceria com o NAJA (Núcleo de Audiovisual de Jaguaribe), teremos a logomarca e o layout das divulgações do Observatório. E, assim, continuaremos com as criações de materiais a partir do Canva e a divulgação por meio de e-mail, WhatsApp, Instagram, Facebook, Youtube, sites institucionais do Observatório e das instituições/organizações parceiras. Frisa-se que as redes sociais do Observatório somente serão criadas após a formalização da logomarca desse. Toda essa etapa será construída a partir das reuniões do grupo de forma processual e dialogada. Após essa etapa inicial, de planejamento e execução de determinadas atividades constitutivas do Observatório, ocorrerão as atividades de palestras, eventos, efetivação do grupo de estudos, criação de curso de extensão (minicurso e/ou FIC). Processo esse que demandará momentos de reuniões on-line, divisão de tarefas, instrumentais de monitoramento e avaliação, divulgação, entre outras atividades. Por fim, após todas essas ações, faremos momentos avaliativos da instituição do Observatório e pensaremos nos próximos passos a seguir. Além disso, é claro, construiremos de forma coletiva o relatório final a ser anexado no SIGPROEXT.