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Campus:
CAMPUS BATURITE
Tipo da Ação:
Projeto
Título:
Paisagens do Maciço de Baturité nas crônicas de Rachel de Queiroz: história, memória e identidade através da literatura
Área Temática:
Cultura
Linha de Extensão:
Literatura
Data de Início:
14/08/2023
Previsão de Fim:
27/11/2023
Nº mínimo de pessoas beneficiadas:
10
Nº máximo de pessoas beneficiadas:
40
Local de Atuação:
Urbano
Fomento:
-
Programa Institucional
-
Modelo de Oferta da Atividade:
Semi-Presencial
Formas de Avaliação:
Participação
Questionário
Relatório
Frequência
Formas de Divulgação:
Cartaz
Folder
Sistema acadêmico
Redes sociais
Atividades Realizadas:
Nome do Responsável:
Paulo Massey Saraiva Nogueira
Equipe:
Nome Instituição Categoria Vínculo Receberá bolsa? Horas Semanais Dedicadas Início da Participação Fim da Participação
Paulo Massey Saraiva Nogueira IFCE Coordenador Docente IFCE Não 3 14/08/2023 27/11/2023
Parcerias:
Instituição Parceira Parceria Formalizada? Instrumento Utilizado Número do Instrumento
Orçamento:
Conta Valor
Passagens e Despesas com Locomoção 0.0
Outros Serviços de Terceiros - Pessoa Jurídica 0.0
Outros Serviços de Terceiros - Pessoa Física 0.0
Material de Consumo 0.0
Equipamento e Material Permanente 0.0
Encargos Patronais 0.0
Diárias - Pessoal Civil 0.0
Bolsa - Auxílio Financeiro a Pesquisadores 0.0
Bolsa - Auxílio Financeiro a Estudantes 0.0
Vínculos:
Ação Tipo
Apresentação
Em 1930, a publicação de “O quinze” foi um acontecimento cultural que, desde a estreia, consagrou a jovem escritora cearense Rachel de Queiroz. Em sua carreira como jornalista, autora de inúmeras crônicas e artigos publicados nos grandes veículos de imprensa, e como romancista, tendo algumas de suas obras traduzidas e amplamente divulgadas através do teatro, do cinema e da televisão, Rachel se tornou não apenas a primeira mulher a ingressar na Academia Brasileira de Letras, em 1977, mas acima de tudo se firmou como uma referência intelectual maior, um verdadeiro clássico dentre os intérpretes da nação, ao figurar em sua criação literária as questões fundamentais de seu tempo, de sua terra e sua gente, unindo passado e presente na produção de imagens decisivas na construção do Nordeste e do Brasil. Em pelo menos três dessas crônicas - que serão analisadas e debatidas a cada mês, de acordo com o cronograma do grupo de leitura em que consiste o projeto -, a escritora trata de cidades do Maciço, como Guaramiranga e Baturité, ora lembrando sua infância nos anos 1920 na região ora tratando de questões econômicas, políticas e sociais do momento em que escrevia, na década de 1950, enfrentado os poderosos e afirmando que esse paraíso verde era o refúgio dos flagelados em tempos de seca. Nessas crônicas, são muitas as referências a lugares, pessoas, fatos e costumes que, mergulhadas na memória coletiva, quase perdidas, podem ser recuperadas, tendo em vista seu valor como patrimônio histórico-cultural, material e não-material, constitutivos da identidade local, regional e nacional. Numa delas, Rachel diz: “Falam em Petrópolis, Teresópolis, Friburgo... Não é por bairrismo que o digo [...] mas que vale Petrópolis e toda a serra dos Órgãos, diante da vila da Conceição, a vila de Guaramiranga, na serra do Baturité?”. As crônicas valem pelo que são, como registro de época, mas também pela beleza da composição e pela atualidade, sobretudo quanto à possibilidade de relacionar a aprendizagem, a excursão turística e a imersão cultural em pontos das referidas cidades, ampliando a experiência de leitura dos participantes do projeto, uma vez que, nas narrativas, são mencionadas a Estação ferroviária e a capelinha do Putiú, a igreja de Lourdes e tantos outros locais, como o sítio Monte-Flor ou o Sinimbu, onde nasceu o presidente interino, José Linhares, a quem a cronista se dirige, em novembro de 1945, depois de comentar o poema que Humberto de Campos dedicou às rosas de Guaramiranga. A menção a esses lugares compõe um verdadeiro panorama da região, ainda mais pelas relações afetivas e familiares que enraízam a escrita memorialística e os depoimentos de Rachel. Além disso, em questões de fundo existencial, a autora imprime uma visão própria entre os romancistas nordestinos, mais próxima de Graciliano Ramos e Jorge Amado, com sua crítica social à moderna sociedade de classes, mas também alinhada a Gilberto Freyre e José Lins do Rego no memorialismo do patriarcado sertanejo – o que, por isso mesmo, diversificou e fortaleceu a literatura, a cultura e o pensamento regionalistas.
Justificativa
Um levantamento prévio constatou a existência de poucos trabalhos sobre a produção cronística de Rachel de Queiroz, e bem menos ainda sobre aquelas que tratam “da serra do Baturité”. Muito mais conhecidos e comentados, decerto, são seus romances. O conhecimento mais amplo desta produção, pelos usuários da cidade, residentes nativos ou não, parece oportuno. O desenvolvimento do turismo, em especial o turismo de experiência, tem explorado cada vez mais os potenciais do patrimônio histórico-cultural dos lugares. No que diz respeito à cultura letrada, os escritores consagrados, filhos dessas cidades, tem sua memória e legado reabilitados através da construção de roteiros literários que pretendem mediar e enriquecer a experiência de visitação não apenas aos pontos turísticos já estabelecidos, mas também descobrir e reconhecer, a partir das criações e registros feitos por esses autores, a importância histórica de vários outros elementos, contribuindo para a valorização do conjunto dos bens culturais materiais e não-materiais do município. Cidades como Ilhéus e Salvador, na Bahia, são exemplos de roteiros turístico-literários construídos a partir da vida e obra de Jorge Amado. É o caso também da Itabira de Carlos Drummond, em Minas Gerais. Quixadá, Guaramiranga e Fortaleza, no Ceará, possuem vários registros de sua relação com Rachel de Queiroz, homenageada com estátuas, praças, teatros, museus e parques. Baturité, cenário das crônicas que serão analisadas e discutidas no grupo de leitura, inclusive com a proposta de visitação à Estação e à Igreja do Putiú com os participantes do projeto, tem muito a fazer neste mesmo sentido, sobretudo a partir da compreensão de que o turismo não é apenas uma oportunidade de negócios, mas, aliado a isso e ao uso das tecnologias da informação e da comunicação, é também um meio de conhecimento da história e da realidade de nossas cidades, uma vivência profunda dos valores, costumes e tradições do povo cearense, na sua nordestinidade brasileira, uma maneira, enfim, de consolidar a identidade e a consciência nacional.
Público Alvo
Profissionais da educação e estudantes da rede pública e privada, do ensino médio, técnico e superior; guias turísticos e profissionais do setor hoteleiro; agentes culturais; residentes excursionistas e comunidade local de cidadãos.
Objetivo Geral
Promover o conhecimento das relações da escritora cearense Rachel de Queiroz com as cidades do Maciço, em especial Guaramiranga e Baturité, registradas em suas crônicas.
Objetivo Específico
Formar um grupo de leitura para a análise e discussão dos vários temas presentes nas crônicas escritas por Rachel de Queiroz que tratam de suas memórias e de suas relações afetivas, familiares e políticas na região do Maciço de Baturité; relacionar a aprendizagem, a visitação a pontos turísticos e a imersão cultural, visando a ampliar a experiência de leitura dos participantes do projeto; descobrir e reconhecer a importância histórico-cultural de vários outros lugares, personagens, acontecimentos e práticas identificadoras que contribuam para a constituição do patrimônio material e não-material do município.
Metodologia
Inicialmente, depois de devidamente planejado, será feita a divulgação do projeto, através de redes sociais próprias e institucionais (grupos de professores e alunos no whatsapp, perfil do campus no Instagram, lista de e-mail das coordenações), e junto a entidades representativas dos setores de educação, cultura e turismo, apresentando a ideia do projeto, a proposta de criação do grupo de leitura, seus objetivos, formas de participação e cronograma. As inscrições serão feitas por formulário virtual, com limite de vagas e período determinado. Em seguida, será criada uma sala no "google classroom", para a inclusão dos participantes com inscrições deferidas, bem como para a postagem dos materiais que serão lidos, analisados e debatidos, de acordo com o cronograma previamente estabelecido, em encontros presenciais mensais, além de atividades de avaliação, vídeos e uma bibliografia complementar. Os encontros estão previstos para os dias 29.08, 26.09 e 31.10, a partir das 14h e ocorrerão nas áreas comuns ou em salas do IFCE, campus Baturité, caso haja disponibilidade. Pelo menos um dos encontros ocorrerá através de visitação a um ponto turístico mencionado nas crônicas. A fase seguinte, coincidindo com o final do projeto, consistirá na produção de materiais informativos e/ou didáticos pelos participantes, incluindo os alunos matriculados na disciplina de Projeto Social do curso de Licenciatura em Letras, ministrada pelo coordenador do projeto, que terão como atividade didática o acompanhamento das ações acima referidas. Os participantes deverão perfazer 75% da frequência para a obtenção de declaração de participante e/ou de membro da equipe de execução do projeto. O materiais informativos e/ou didáticos produzidos serão aproveitados para a elaboração de um site/blog confeccionado e hospedado em plataforma "gratuita" (Canva), com uso de recursos interativos, atrativos, para além do texto, como banners animados, vídeos curtos, fotografias, ilustrações, documentação primária etc., disponíveis no site cujo endereço circulará pelos meios através dos quais o projeto foi incialmente divulgado (redes sociais próprias e institucionais), e pelos meios a que os participantes tenham acesso, tendo em vista alcançar amplamente o público externo.