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Campus:
CAMPUS CRATO
Tipo da Ação:
Programa
Título:
AGROECOLOGIA EMANCIPADORA PARA CAMPONESAS/ES SOBRE OS PARÂMETROS EPISTEMOLÓGICOS DOS POVOS ORIGINÁRIOS E QUILOMBOLAS
Área Temática:
Educação
Linha de Extensão:
Agroecologia e Agroextrativismo
Data de Início:
15/11/2023
Previsão de Fim:
21/12/2024
Nº mínimo de pessoas beneficiadas:
11000
Nº máximo de pessoas beneficiadas:
120000
Local de Atuação:
Urbano-Rural
Fomento:
Captação de recursos externos
Programa Institucional
Nenhum
Modelo de Oferta da Atividade:
Semi-Presencial
Formas de Avaliação:
Participação
Relatório
Frequência
Debate
Trabalhos Escritos
Trabalho em grupo
Formas de Divulgação:
E-mail
Folder
Sistema acadêmico
Site institucional
Redes sociais
Convite
Jornal e TV
Articulações institucionais
Entrega presencial de convites
Rádio
Atividades Realizadas:
Nome do Responsável:
Verioni Ribeiro Bastos
Equipe:
Nome Instituição Categoria Vínculo Receberá bolsa? Horas Semanais Dedicadas Início da Participação Fim da Participação
Alaide Regia Sena Nery de Oliveira IFCE Integrante Técnico Administrativo IFCE Não 5 15/11/2023 13/12/2023
BEATRIZ QUIROZ GONZÁLEZ Organização Juquira Candiru - Bombeira Agroecológica México Integrante Sem vínculo Não 2 15/11/2023 13/12/2024
Brisa do Svadeshi Cabral de Melo IFCE Integrante Docente IFCE Não 3 15/11/2023 19/12/2024
Erivaldo Erbo Alves dos Santos IFCE Integrante Técnico Administrativo IFCE Não 5 15/11/2023 13/12/2024
Francisco Gauberto Barros dos Santos IFCE Integrante Docente IFCE Não 3 15/11/2023 13/12/2024
Gabriel Vitor Virginio Barreto IFCE Integrante Discente IFCE Não 5 15/11/2023 06/12/2024
ISRAEL DIONICIO Y DE JESÚS Organização Juquira Candiru - Bombeiro Agroecológica México Integrante Sem vínculo Não 2 15/11/2023 13/12/2024
Janailton Coutinho UFCA Integrante Sem vínculo Não 2 15/11/2023 13/12/2024
Joseilde Amaro dos Santos IFCE Integrante Técnico Administrativo IFCE Não 5 15/11/2023 13/12/2024
Keliane Pedro de Castro IFCE Integrante Discente IFCE Não 5 15/11/2023 06/12/2024
Melissa Michelotti Veras IFAM Integrante Sem vínculo Não 4 15/11/2023 13/12/2024
Oliver Humberto Naves Blanco OJC Integrante Sem vínculo Não 4 15/11/2023 06/12/2024
Sebastião Reginaldo da Silva Pinheiro UFRGS Integrante Sem vínculo Não 10 15/11/2023 13/12/2024
Silver Jonas Alves Farfan IFRPE Integrante Sem vínculo Não 2 05/12/2023 13/12/2024
Verioni Ribeiro Bastos IFCE Coordenador Técnico Administrativo IFCE Não 10 15/11/2023 13/12/2024
Vinina Silva Ferreira UNIVASF Integrante Sem vínculo Não 2 15/11/2023 13/12/2024
Parcerias:
Instituição Parceira Parceria Formalizada? Instrumento Utilizado Número do Instrumento
Escola de Ancestralidades Não
Organização Juquira Candiru Satyagraha Não
Escola Urucongo Não
GRUNEC Não
Bomberos Agroecologicos de Angola Não
Bomberos Agroecologicos do México Não
Orçamento:
Conta Valor
Material de Consumo 6180.21
Outros Serviços de Terceiros - Pessoa Jurídica 0.0
Equipamento e Material Permanente 3208.1
Diárias - Pessoal Civil 6920.7
Encargos Patronais 0.0
Passagens e Despesas com Locomoção 7693.0
Outros Serviços de Terceiros - Pessoa Física 0.0
Bolsa - Auxílio Financeiro a Pesquisadores 0.0
Bolsa - Auxílio Financeiro a Estudantes 3600.0
Vínculos:
Ação Tipo
Sementes do saber: iniciação da educação das relações etnico raciais na infância Projeto
A casa do milho como ferramenta de fortalecimento social e econômico: do rural ao urbano Projeto
Arqueologia como ferramenta agroecológica: preservação ambiental e a defesa de territórios" Evento
Práticas etnoagroecológicas: Ação 5303 Evento
Apresentação
Este Programa trata sobre a necessidade de um Projeto e eventos cujas ações visem a preservação e fortalecimento dos nossos biomas baseadas nas práticas dos Povos autóctones de Pyndo M'arahan – Brasil – e quilombolas do Estado do Ceará dos quais a Ciência e seus parâmetros alimentaram e alimentam a Agroecologia. Entretanto, a Agroecologia, hoje, possui um leque de vertentes, dentre estas é na Agroecologia Emancipadora que as Ciências dos Povos autóctones e quilombolas assumem o protagonismo das práticas milenares que preservam hoje mais de 85% da biodiversidade mundial. Nós temos no Estado do Ceará e, particularmente, na Região do Cariri Cearense a presença de três, dos seis biomas brasileiros – Cerrado, Mata Atlântica, e Caatinga – este presente, somente, no Brasil. O Bioma Caatinga abrange 11% do território nacional, dos quais 70% encontram-se no Nordeste. Essa realidade geo-sócio-política presente nas ações realizadas permitiu-nos a observação, por meio de avaliações de projetos anteriores, a falta de compreensão aprofundada, por parte da população e do senso comum, da importância do sócios-biomas Caatinga e as relações sócio-bióticas transcorridas neste. Nessa perspectiva, a importância da relação entre a população e o bioma desta; a importância da relação entre os conhecimentos autóctones e quilombolas e a preservação da nossa biodiversidade, ou seja, a importância de compreender a magnitude do que é sócios-biomas e as relações sócio-bióticas tem urgência de ser apresentada à práxis acadêmica. Este Programa é a terceira fase da programação de implantação da Agroecologia emancipadora no Campus Crato baseada nos conhecimentos dos Povos Autóctones e Quilombolas (nota de rodapé, p. 05) e vem sendo tema de diálogo com a Direção Geral do Campus Crato, com a Pró-reitoria de Extensão e com a Reitoria. O Campus Crato conta hoje com quatro doutorandas e um doutorando em Agroecologia e Desenvolvimento Territorial cujos projetos de pesquisa abrangem diversos aspectos da Agroecologia emancipadora. Estes vão dos quintais produtivos, passando por biofertilizantes, turismo e parâmetros epistemológicos todos em caráter interdisciplinar. Nesse Programa contamos com Sebastião Pinheiro e Oliver Blanco – Organização Juquira Candiru Satyagrara (OJCS) – e Melissa Michelotti Veras – OJCS –, como também, idealizadora e docente do Curso em Agroecologia – IFAM Maúes –, que nos presta assessoria pedagógica na construção e desenvolvimento das ações deste Programa. O Programa previsto, inicialmente, com duração de um ano abriga as ações – um Projeto, dois eventos, visitas técnicas e Processo Social que serão descritas, detalhadamente, na metodologia abaixo buscando movimentos para fortalecimento e restabelecimento de experiências coletivos. Assim, entendemos ser este Programa pilar de um Projeto de longa duração como contribuição efetiva para mitigar e evitar as tragédias decorrentes diretamente da devastação dos biomas. Acreditamos que o aporte orçamentário e financeiro para este Programa será provido pelo Campus Crato, Pró-reitoria e a própria Reitoria, como também, apoio das instituições parceiras. Cabe-nos aqui relembrar que a plataforma do Sigproext autoriza as parcerias não formalizadas e dessa forma inserimos as intuições parceiras no intuito de, ao logo do Programa estas sejam formalizadas Segue anexo abaixo com o detalhamento orçamentário. ¹Esta categoria substituirá a ação “diagnóstico”.
Justificativa
Era vésperas do solstício de verão na Europa em 1972 quando aconteceu, em Estocolmo, a chamada 1ª Conferência do Clima. 113 Nações Estado para analisar as mudanças climáticas e sobre o como solucionar as transformações antrópicas degenerativas na paisagem. Na ocasião, mais de 400 organizações levaram suas reivindicações, quase nada foi feito. Vinte anos depois, com 179 países, foi realizada a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento ou Cúpula da Terra ou Eco-92 ou, ainda, Rio-92, as vésperas do Bati – Ano Novo para a Nação Kariri –, também conhecido como solstício de inverno no hemisfério Sul. As mudanças climáticas e o desenvolvimento sustentável, com ênfase na preservação da água e nas políticas de reciclagem foram a tônica da Rio-92. Porém, mesmo sendo perceptíveis os efeitos trágicos das ações antrópicas, muito pouco foi concretizado em virtude de que políticas públicas se alinharam mais ao complexo coorporativo dos donos meios de produção. No contexto, introduzimos o IFCE Campus Crato cujo instalação foi em 1954 enquanto Escola Agrotécnica do Crato foi vinculada a vários órgãos – secretarias do Ministério da Educação, Coordenação Nacional de Ensino Agrícola, Coordenação Nacional de Ensino Agropecuário – e hoje à Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica (SETEC). Desde a criação do IFCE campus Crato em 1954, observamos a inclinação institucional no atendimento dos anseios produtivistas de uma elite agrária despida de qualquer preocupação socioambiental, alheias às comunidades tradicionais (indígenas e quilombolas) que possuem reconhecidamente um papel vital na alimentação da população brasileira e na regulação climática mundial. Nessa direção, é importante lembrar, de acordo com os dados do PNAD/IBGE, 12 milhões de pessoas no campo encontra-se em situação de extrema pobreza e vulnerabilidade ao mesmo tempo que atualmente a FAO (2022) reconhece que de cada dez pobres do planeta 7 são campons. Concomitantemente, temos os estudos comprobatórios dos efeitos da devastação dos nossos biomas levando a transformação do Cerrado em semiárido e da Caatinga a se tornar deserto enquanto as políticas de sustentabilidade não proporcionam autonomia e muito menos soberania aos agricultores familiares, às comunidades indígenas e às quilombolas. Esses dados são refletidos no Índice de Desenvolvimento Sustentável das Cidades – Brasil (IDSC-R). Aqui, como exemplo, o Município do Crato que ocupa a posição geral 4.612 dentre os 5.570 municípios brasileiros com 41.37 de 100, indicando Nível e Desenvolvimento Sustentável Baixo. Individualmente, na ODS Comunidades e Cidades Sustentáveis, o Município do Crato tem NDS médio, todavia, caiu de 58.64 (2015) para 52.19 (2023). Na ODS Parcerias e Meios de Implementação o município está classificado como NDS Muito Baixo, embora tenha passado de 6.27 (2015) para 11.6 (2023). Dessa forma, a estima de lembrar a práxis interdisciplinar do direito à cidadania no pensamento de Dallari torna-se inestimável, pois “A sociedade humana é um conjunto de pessoas, ligadas entre si pela necessidade de comunicação intelectual, afetiva e espiritual” (1998, p 14). Para o exercício dos direitos efetivos da cidadania é necessário a ampliação de conhecimento daquelas e daqueles que tem no IFCE Campus Crato como um preceptor do futuro deles nas práticas dentro das comunidades deles. Portanto, urge o intercâmbio entre discentes indígenas, quilombolas e filhas/os de agriculturas/os entre os sócio-biomas. Assim, o Programa Agroecologia Emancipadora sob os parâmetros epistemológicos dos Povos originários e quilombolas justifica-se para além do ineditismo. Serão ações consubstanciadas para gerar autonomia e soberania biopolítica – primado alimentar, de saúde e econômico-político – trabalhando com, para e sob os prismas de indígenas, quilombolas, agriculturas/agricultores familiares e comunidades tradicionais.
Público Alvo
Nosso público colaborador e construtor da proposta constitui-se de comunidades indígenas, quilombolas, como também, as de agriculturas/es familiares da Mesorregião do Cariri cearense. Quanto ao objetivo geral deste Programa é necessário vê-lo em duas perspectivas. Em uma concêntrica menor, por meio do Curso FIC “Extensão Rural para Produção Orgânica e Agroecológica como bombeiras/os Agroecológicas/os – Módulo Convivência com o Semiárido brasileiro” (IFCE, 2017, p. 42) – para multiplicadores O Programa e atenderá de forma direta 80 pessoas: 32 comunidades, previamente mapeadas, em 09 municípios da mesorregião do Cariri cearense; I) 09 Insituições apoiadoras II) 03 Estados do Nordeste. 60 vagas disponibilizadas para o Curso FIC incluindo as/os egressas/os, filhas (os) de agricultoras (es) familiares. Sendo: a) 04 Vagas para cada cada comunidade – 02 classificadas e 02 reservas; b) 10 vagas destinadas à convites livres pela equipe de Programa; c) 10 vagas destinadas às Instituições parceiras. As demais ações multiplicadoras do Programa têm o potencial de atingir a integralidade dos egressos, servidores e discentes do IFCE Campus Crato, além das comunidades já mencionadas, estimando-se que sejam atendidas, de forma direta e indireta, cerca de 11 mil pessoas na mesorregião do Cariri cearense.
Objetivo Geral
Este tópico é construído sob as bases filosóficas de uma Academia interdisciplinar, segundo a exposíção de Guy Berger (1972) e Hilton Japiassu (1976). Nós sabemos dos verbos utilizados na pesquisa clássica. Trabalhamos buscando aprofundar o que é a metodologia interdisciplinar que foge aos padrões do preciosismo acadêmico clássico e formatado O Programa tem como proposta um retorno ao passado para o salto seguro ao futuro. Assim, propõe como objetivo o resgate e a regeneração, no sobrelevar e na integração abordando o território rural – indígena, quilombola e campesino – no devir histórico de suas lutas, evoluções e conquistas em prover a segurança alimentar, o acesso ao espaço e mercado local como forma de ser protagonista na práxis da biopolítica nas relações dos sócio-biomas. Também provoca nos participantes a inclusão socioeconômica de empreendedorismo familiar coletivo – resgata o oikos familiar e de cooperativas – na perspectiva de uma evolução natural em nível de ruralidade tecnológica e avanços atuais das biopolíticas públicas, no âmbito econômico e social, entre campo-cidade e sociedade organizada.
Objetivo Específico
a) Ofertar formação para estudantes e agricultores indígenas e quilombolas, através de cursos de extensão e oficinas, visando fortalecer seus conhecimentos e modos de vida, além de promover a inserção socioeconômica, a soberania e a segurança alimentar; b) Apresentar e desenvolver tecnologias sociais de baixo custo, utilizando metodologias participativas para apropriação e replicação destas junto às comunidades e suas organizações; c) Realizar um amplo processo de diálogo e mobilização social junto das comunidades visando desenvolver estratégias de proteção e restauração ambiental nos e entre os sócios-biomas, construindo sustentabilidade e autonomia biopolítica na região; d) Apreender e transmitir junto com os Karão Jaguaribaras as estratégias de proteção e recuperação por meio da forma de reflorestamento indígena; e) Construir, transversalmente, série de diálogos entre sócio-biomas em busca da autonomia produtiva no campo frente aos avanços da monocultura mental e total heteronomia; f) Estabelecer metodologias e estratégias de acompanhamento sistemático do processo de restauração da biodiversidade e da saúde do solo, visando sensibilizar para a colaboração entidades e agências governamentais na implementação de políticas e diretrizes pró-clima; g) Contribuir para os participantes a inclusão socioeconômica de empreendedorismo familiar coletivo – resgata o oikos familiar e de cooperativas – na perspectiva de uma evolução natural em nível de ruralidade tecnológica e avanços atuais das biopolíticas públicas, no âmbito econômico e social, entre campo-cidade e sociedade organizada; h) Acompanhamento por dez anos pelo projeto integrando saúde no solo – Biodiversidade: harmonia climática e levantamento de fauna microbiológica – passo a passo com os analises de cromatografia de solos.
Metodologia
Um belo dia, alguns amigos viram Nasrudin, de joelhos, à beira de uma lagoa, adicionando um pouco de iogurte velho à água. Um dos homens perguntou: – O que está tentando fazer, Nasrudin? – Estou tentando fazer iogurte — respondeu. – Mas você não pode fazer iogurte desse jeito! Disse um dos amigos. – Sim, eu sei; mas imagine se isso der certo! Nasrudin Evocando Nasrudin buscamos responder as exigências acadêmicos da ProExt, da missão do Campus Crato, do IFCE como um todo para contar com todo o apoio, posto queremos responder, principalmente, às demandas emanadas das etnias e comunidades campesinas da mesorregião do Cariri cearense. Para tanto procuramos nos apropriar de um referencial teórico-metodológico diverso, aqui apresentado resumidamente, e, por sua natureza, complexo. Assim, deste arcabouço efervescente, elegemos como metodologia a interdisciplinaridade e seus aportes. Interessa-nos, assim, a contribuição, não de uma terminologia, mas da série de apresentações colaborativas, investidas em aspectos conceituais, capazes de traduzir as intenções extensionistas, investigativas e educacionais às quais nos propomos para desembocar na ruptura com a colonialidade pela práxis emancipatória. Nossa metodologia, método e ferramentas buscam captar a relação sujeita/o-sujeitas/os-interação societal; sujeitas/os-natureza-processo (Latour, 2020) por meio de La nouvelle communication (Bateson, 1989) exprimindo metadiálogos no que se aproxima da oralidade, tradição das etnias e agricultoras/es em foco. Nessa direção, sabemos ser necessário apresentar este Programa de forma coerente e evitando a escolha estreita de procedimentos metodológicos de uma ou duas só áreas de conhecimento – que não reflete a práxis da Agroecologia – e, nessa linha somente a interdisciplinaridade enquanto metodologia pode superar os desafios presentes. Cabe-nos advertir ser este inédito Programa complexo cujo exige a apreensão vertical da capacidade de interfaces entre as áreas de conhecimento reunidas para descrever o Programa, o como será feito e quais objetos (Berger, 1976) a serem propostos. Dessa forma, acreditamos ser possível fazer as relações das interfaces gerarem uma transformação inside nas áreas de conhecimentos envolvidas, a partir de um movimento em dois níveis no processo: permutas virem a ser comunicação / comunicação vir a ser transmutações . Essa elipse interna da metodologia interdisciplinar escolhida pode decantar o campo, o recorte do universo e melhor integrar as atrizes e atores do processo para depois rearranjar a “unidade” do “objeto” a partir da interconexão profunda das áreas de conhecimento envolvidas. Nesse contexto, o Programa é incluso na própria metodologia interdisciplinar, é uma unidade dentro do seu meio, assim como as pessoas das comunidades e etnias com suas experiências em si mesmas, não nos escapando como esta foi construída. A decantação dar-se a partir da convergência dos métodos das áreas temáticas. O Programa objetará via ação crítica-reflexiva em dois modos. A prospecção, ou seja, “a descoberta de um objeto comum aos vários conhecimentos a se traduzirem em prática [e] a retrospecção que é a reflexão sobre o sentido das intervenções concretas próprias deste nível” (Japiassu, 1976, p. 123) evidenciando as congruências integrativas. Baseando-nos nessa percepção , assumindo a interdisciplinaridade como metodologia nos utilizaremos de um conjunto de métodos e ferramentas de pesquisas presentes nas seguintes áreas de conhecimentos Agroecologia, Antropologia, História, Arqueologia Histórica, Educação e Ciências Agrárias, para citar apenas estas. Dessa maneira, nos caber responder se pariremos algo útil e capaz de uma transmutação à praticidade da vida, portanto, para esta primeira fase do Programa estão mapeadas 32 comunidades ao total entre agricultoras/es familiares, indígenas, quilombolas mais IFCE e instituições parceiras– Assim, serão 32 comunidades distribuídas em 09 municípios da mesorregião do Cariri cearense. Sendo 4 multiplicadores com uma família em média de 5 pessoas, atuando em comunidades com média de 335 habitantes, desenvolvendo os Projetos de Vida – estes elementos para avaliações e certificação. Concomitantemente o Programa contará com mais os discentes e servidores do IFCE Campus Crato envolvidos no Projeto para Reutilização de Resíduos Sólidos e os multiplicadores das instituições parceiras formados nos Cursos e Oficinas. Nessa perspectiva, metodologicamente, a aferição dos resultados deste Programa após 12 meses tem como base a média do público atendido diante da prospecção dos números, caculadamente com grande distanciamento, apontados entre o mínimo e máximo no subtítulo Dados Básicos da Plataforma Sigproext. Os indicadores serão o fruto que nos permitirá melhor mensurar os resultados posto a construção de 04 multiplicadoras/es, a serem indicadas/os por cada comunidade mapeada a serem formadas/os nos cursos e oficinas cujas avaliações serão or meio dos Projetos de vida tutoreados pelas facilitadoras/es e auxiliares. Para esta primeira fase do Programa estão mapeadas 18 comunidades ao total entre agricultoras/es familiares, indígenas, quilombolas mais IFCE e instituições parceiras– Assim, serão 18 comunidades distribuídas em 09 municípios da mesorregião do Cariri cearense. Sendo 4 multiplicadores com uma família em média de 5 pessoas, atuando em comunidades com média de 335 habitantes, desenvolvendo os Projetos de Vida – estes elementos impreteríveis para avaliações e certificações. Nessa direção elencamos as etapas deste Programa, oriundas do conjunto de vivências e práticas nas comunidades realizadas, de forma presencial, hibrida e ou virtualmente. E6.1 ETAPAS DO PROGRAMA: O Programa inicialmente será desenvolvido em 5 fases - Dessas fases algumas serão concomitantes e complementares. I) PROCESSO SOCIAL Baseado na coetaneidade: a população deixa de ser um objeto de pesquisa e é encarada, uma a uma, (Munduruku, 2009; 2020”; Fabian, 2013) como colaborador ativo, seu contexto é vivo e não mais distanciado, ou seja, O Tempo está presente nos estudos das relações interétnicas (Cunha, 2017; Fabian, 2013), na complexidade da coetaneidade, no lugar (Thuan, 2013; Gupta, 2000) construído pelas/os protagonistas na dinâmica do processo histórico. Aqui serão sistematizadas as informações durante visitas às comunidades. Esta etapa é contínua durante todas as ações do Programa. Método e ferramentas: Etnográfico e pedagogia da autonomia a) Visitas às comunidades; b) rodas de conversas; c) levantamento de temas geradores. II) PROJETO: Reutilização de resíduos sólidos; OFICINA 1: Preparação para implantação do Programa para a comunidade interna do IFCE; a) Reutilização da borra de café como elemento para biocompostagem; b) b) Reutilização de resíduos sólidos a partir das necessidades multiplicadores do Curso FIC “Extensão Rural para Produção Orgânica e Agroecológica como bombeiras/os Agroecológicas/os – Módulo Convivência com o Semiárido brasileiro” c) Utilização da biocompostagem para a borra de café e das necessidades levantadas durante o Processo Social e no Curso FIC “Extensão Rural para Produção Orgânica e Agroecológica como bombeiras/os Agroecológicas/os – Módulo Convivência com o Semiárido brasileiro.”. Carga horária: 40h OFICINA 2: Acompanhamento da saúde do solo a) Implantação do laboratório de Cromatografia Pfeiffer b) Encontro de Agroecólogos e multiplicadores do Curso FIC “Extensão Rural para Produção Orgânica e Agroecológica como bombeiras/os Agroecológicas/os – Módulo Convivência com o Semiárido brasileiro” c) Carga horária: 40h III) CURSO FIC HÍBRIDO EM ALTERNÂNCIA “Extensão Rural para Produção Orgânica e Agroecológica como bombeiras/os Agroecológicas/os – Módulo Convivência com o Semiárido brasileiro.” a) Visitas biomáticas; b) Projetos de Vida em alternância em socio-biomas: Campus Crato, Kalembre Feijão, IFAM Maués; aberto a outros biomas; c) Conteúdo Programático Módulo em Linha – Tempo Escola - TE Introdução 3. Não Fermentados Conteúdo Extra Cultura e a sacralidade do alimento 3.1. Charcobiomineral Decifrando os Agrotóxicos Saúde do Solo e Planta / Teoria da Trofobiose 3.2. Fosfito Nascimento dos Agrotóxicos Terra Preta Indígena: como é produzida 3.3. Farinha de osso Dançando com as cascavéis Herbicida, origem e comportamento 3.4. Micorrizas – boneca africana Remineralização dos solos 3.5. Charcobiomineral betoneira 1. Fermentados 1.1. Biofertilizante Supermagro 4. Ferramentas de Monitoramento 1.2. Microrganismo Eficiente 4.1. Biochar 1.3. Inoculação de serragem 4.2. Cromatografia: Pfeiffer e Kolisko 1.4. Lactobacilos 4.3. Cromatografia do café 1.5. Bokashi 4.4. Campo metagenômico 2. Controle e Fortalecimento 2.1. Água de vidro – Preparo 2.1.1. Água de vidro – Aplicação 2.2. Leonardita 2.3. Controle de formigas 2.4. Peletização de sementes 4.2 Evento: Curso Híbrido em alternância: Módulo Presencial – TE Campus Crato e Kalembre Canindé Parte Geral Princípios gerais da agricultura camponesa, Conteúdo Extra Crise de identidade, devastação da natureza 1. Demanda das/os colaboradores Soluções nas mãos camponesas Construção do laboratório campons 1. Bioremineralização 2. Como se forma a terra preta indígena 3. Cromatografia de Pfeiffer, simples e especial 4. Farinhas de rocha 5. Biocarvão 6. Bokashi 7. Adubos verdes 8. Peletização de sementes 9. Microrganismos Camponeses (sólido + líquido) 10. Biofertilizantes 11. Fosfito 12. Água de vidro 13. Caldas Minerais e) Inscrições no Curso O Curso FIC estando inserido neste Programa as inscrições serão semelhantes ao Edital livre para o público já especificado; As inscrições serão via formulário eletrônico. Os representantes das comunidades mapeadas, agentes das instituições apoiadoras e convidados ligados à área Agroecologia e desenvolvimento territorial. f) Processo Avaliativo. a) Frequência b) Implantação do Projeto de Vida na Comunidade c) Acompanhamento dos tutores da implantação do Projeto de Vida na local excluído pela Comunidade; d) Apresentação relatório de em Vídeo, do desenvolvimento do Projeto de Vida; e) Apresentação Presencial durante o Encontro de Agroecólogos e multiplicadores do Curso FIC “Extensão Rural para Produção Orgânica e Agroecológica como bombeiras/os Agroecológicas/os – Módulo Convivência com o Semiárido brasileiro”; IV) INTERCÂMBIO SÓCIO-BIOMÁTICO O intercâmbio será contado como Tempo Comunidade – TC – e baseia-se na necessidade da produção e compartilhamento de conhecimento sde sócios-biomas distintos para conhecer a dinâmica da saúde do solos e as possibilidades de uso de tecnologias sociais em bioma diverso. Propomos, inicialmente, possibilitar o envio de 02 discentes – indígenas e ou quilombolas e ou filhas/os de agricultoras/es familiar – egressas/os ou não para biomas de instituições apoiadoras e ou parceiras. ³Um metadiálogo é uma conversa acerca de um assunto problemático. Esta conversa deve ser tal que não só o problema seja discutido pelos participantes, mas a estrutura da conversa como um todo seja também relevante para o mesmo problema. (Bateson, 1989, p.7). ⁴Aqui apreendida na visão nietzschiana em “Assim falou Zaratustra” (1983). ⁵La proposition infinitive sans être absolument de règle après les verbes de perception y est du moins très habituelle; sans doute parce que ces verbes forment avec l'infinitif complément une unité sémantique si étroite que la langue en fait un bloc (Le Bidois, 1967, p. 308). ⁶Dessas fases algumas serão concomitantes e complementares.