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Campus:
CAMPUS TAUA
Tipo da Ação:
Projeto
Título:
Cotas: um diálogo afirmativo entre a universidade e as escolas
Área Temática:
Comunicação
Linha de Extensão:
Direitos Individuais e Coletivos
Data de Início:
08/08/2025
Previsão de Fim:
30/09/2026
Nº mínimo de pessoas beneficiadas:
50
Nº máximo de pessoas beneficiadas:
300
Local de Atuação:
Urbano-Rural
Fomento:
-
Programa Institucional
NAPNEs
Modelo de Oferta da Atividade:
Presencial
Municípios de abrangência
Tauá
Formas de Avaliação:
Participação
Debate
Reunião
Questionário
Formas de Divulgação:
Articulações institucionais
Atividades Realizadas:
Nome do Responsável:
Rafaela de Carvalho Baptista
Equipe:
Nome Instituição Categoria Vínculo Receberá bolsa? Horas Semanais Dedicadas Início da Participação Fim da Participação
Cláudio Gonçalves Lima IFCE Integrante Sem vínculo Sim 12 08/08/2025 09/12/2025
Dieyme de Souza Silva IFCE Integrante Técnico Administrativo IFCE Não 3 08/08/2025 30/09/2026
Jonas Brito dos Santos IFCE Integrante Docente IFCE Não 3 08/08/2025 30/09/2026
Lia Nojosa Sena IFCE Integrante Docente IFCE Não 3 08/08/2025 30/09/2026
Rafaela de Carvalho Baptista IFCE Coordenador Docente IFCE Não 4 08/08/2025 30/09/2026
Regiane Goncalves Feitosa Leal Nunes IFCE Integrante Docente IFCE Não 3 08/08/2025 30/09/2026
Parcerias:
Instituição Parceira Parceria Formalizada? Instrumento Utilizado Número do Instrumento
Orçamento:
Conta Valor
Bolsa - Auxílio Financeiro a Estudantes 0.0
Bolsa - Auxílio Financeiro a Pesquisadores 0.0
Diárias - Pessoal Civil 0.0
Encargos Patronais 0.0
Equipamento e Material Permanente 0.0
Material de Consumo 0.0
Outros Serviços de Terceiros - Pessoa Física 0.0
Outros Serviços de Terceiros - Pessoa Jurídica 0.0
Passagens e Despesas com Locomoção 0.0
Vínculos:
Ação Tipo
Apresentação
A educação pública brasileira tem avançado, mas ainda enfrenta sérios desafios em termos de igualdade de oportunidades, principalmente para grupos historicamente marginalizados. Nesse contexto, o projeto de extensão visa divulgar as cotas para ingresso no ensino médio do Instituto Federal, com foco nos estudantes da 9ª série de escolas públicas. A ação busca informar e sensibilizar os alunos sobre as cotas raciais e para pessoas com deficiência, promovendo uma maior inclusão desses grupos na educação técnica e superior. O projeto pretende oferecer informações claras sobre os critérios de elegibilidade para as cotas e como esses estudantes podem se beneficiar delas, com o objetivo de ampliar o acesso e a participação de negros, pardos, indígenas e deficientes nos processos seletivos da instituição.
Justificativa
O Brasil é um país caracterizado por profundas desigualdades sociais, especialmente no acesso à educação. A população negra, indígena e as pessoas com deficiência enfrentam dificuldades estruturais que limitam suas oportunidades educacionais, criando uma realidade de exclusão no ensino técnico e superior. A Lei nº 12.711, de 2012, que estabelece as cotas raciais e para pessoas com deficiência nas instituições federais de ensino, foi um avanço significativo para corrigir essas desigualdades, garantindo o direito de acesso a esses grupos. No entanto, muitos alunos da 9ª série, especialmente aqueles de escolas públicas periféricas, desconhecem as possibilidades de ingresso através das cotas e, consequentemente, não aproveitam essa oportunidade. As cotas, conforme definido pela legislação, são um mecanismo de inclusão que visa corrigir a desigualdade histórica que atinge negros, pardos, indígenas e deficientes. A autoidentificação racial é o critério principal para o ingresso nas cotas raciais, onde os estudantes se autodeclaram pretos ou pardos, conforme o critério do IBGE (Brasil, 2012). Já para as cotas de deficiência, a lei considera pessoas com limitações físicas, auditivas, visuais ou mentais, que, em interação com as barreiras sociais, dificultam sua participação plena na sociedade (SOUZA, 2018). Contudo, como alertam Almeida e Ribeiro (2019), a implementação dessa política exige um processo de sensibilização para que os estudantes reconheçam sua condição e percebam que podem ser beneficiados. No entanto, os desafios associados à implementação dessas políticas são diversos. Muitas vezes, os próprios alunos não reconhecem sua condição para concorrer às cotas, seja por falta de informação sobre os critérios ou por não se identificarem com os grupos que as políticas de ação afirmativa contemplam. Esse esconhecimento pode ser um grande obstáculo, pois os estudantes podem não se perceber como parte de grupos beneficiados pelas cotas, o que limita suas chances de acesso ao ensino técnico e superior. Para sensibilizar esses alunos e ajudá-los a compreender como as cotas funcionam, o projeto se propõe a esclarecer dúvidas sobre os critérios de elegibilidade, bem como a importância dessas políticas na promoção de justiça social e equidade educacional. Além disso, ainda existem resistências e preconceitos contra as cotas, principalmente por parte de pessoas que acreditam que essas políticas geram discriminação inversa ou favorecem injustamente determinados grupos. Contudo, como Fernandes (2020) aponta, essas críticas ignoram a realidade das desigualdades estruturais e históricas que afastam negros, indígenas e deficientes das oportunidades educacionais. Para lidar com essa resistência, é fundamental que o projeto também desempenhe um papel educativo, esclarecendo a sociedade sobre a importância das cotas como medida reparatória, essencial para a construção de uma educação inclusiva e para o fortalecimento da representatividade desses grupos. De acordo com Oliveira e Santos (2021), um dos maiores desafios da implementação de cotas raciais no Brasil está na resistência social que se manifesta em diversas formas, como a ideia de que as cotas representam uma "injustiça" para os brancos. Para esses críticos, as cotas seriam uma forma de favorecimento baseado em etnia ou deficiência, algo que, para eles, não é justificável em um sistema meritocrático. No entanto, conforme destaca Silva (2019), essa visão ignora as profundas disparidades históricas e sociais enfrentadas por negros, indígenas e deficientes, que sempre tiveram menos acesso à educação de qualidade. Por isso, políticas afirmativas como as cotas são necessárias para que esses grupos tenham as mesmas chances de competir em pé de igualdade com outros estudantes. Portanto, o projeto não visa apenas fornecer informações sobre as cotas, mas também proporcionar um espaço de reflexão e conscientização sobre identidade, direitos e oportunidades. Ao abordar a importância das cotas e orientar os alunos sobre como se inscrever e se beneficiar delas, a ação busca garantir que os estudantes negros, pardos, indígenas e deficientes tenham acesso a uma educação técnica de qualidade. Esse acesso pode, por sua vez, contribuir para a transformação da sociedade, permitindo que esses jovens se tornem protagonistas do seu próprio futuro e da construção de uma sociedade mais justa e inclusiva.
Público Alvo
O público-alvo do projeto de extensão são os estudantes da 9ª série de escolas públicas de Tauá, especialmente aqueles que poderão ingressar no ensino médio do Instituto Federal. Esses alunos têm a possibilidade de se beneficiar das cotas raciais (para negros, pardos e indígenas) e cotas para pessoas com deficiência, mas muitos deles desconhecem os critérios e as oportunidades oferecidas por essas políticas de ação afirmativa.
Objetivo Geral
Divulgar e conscientizar os estudantes da 9ª série de escolas públicas sobre as políticas de cotas raciais e para pessoas com deficiência, visando ampliar o acesso ao ensino médio do Instituto Federal e promover a inclusão educacional de grupos historicamente marginalizados.
Objetivo Específico
O projeto tem como objetivo específicos: - Informar os estudantes da 9ª série sobre os critérios de elegibilidade para as cotas raciais (para negros, pardos e indígenas) e para pessoas com deficiência, esclarecendo o funcionamento dessas políticas afirmativas e seu impacto na educação pública. - Sensibilizar os alunos sobre a importância das cotas como medida de justiça social, abordando a história da exclusão desses grupos e a necessidade de ações afirmativas para promover a igualdade de oportunidades. - Desmistificar preconceitos sobre as cotas, combatendo resistência e estigmas negativos relacionados a essas políticas. - Estimular a reflexão sobre a identidade racial e a inclusão de pessoas com deficiência, promovendo o reconhecimento da diversidade como um fator enriquecedor para a educação e para a sociedade. - Orientar os estudantes sobre o processo de inscrição nas cotas para o ingresso no ensino médio do Instituto Federal, explicando de forma clara como se autodeclarar e quais documentos são necessários.
Metodologia
A metodologia do projeto será baseada em uma abordagem prática e educativa com os estudantes da 9ª série das escolas públicas, na compreensão e reflexão sobre as cotas raciais e para pessoas com deficiência. Serão realizadas reuniões com o grupo para alinhamento das informações a serem repassadas nas palestras, os veículos de divulgação e as dinâmicas a serem realizadas. Na primeira etapa, todos os membros do projeto devem estar conscientizados sobre as informações a serem passadas aos estudantes da 9ºsérie do ensino fundamental, como: a) local de divulgação da abertura de inscrição aos cursos do IF, período de inscrição previsto, documentos necessários, cursos disponíveis, como se inscrever, critérios para se enquadrar nas vagas cotista, etapas do processo seletivo; b) Importância das cotas e sua criação para corrigir as desigualdades, essencial para a construção de uma educação inclusiva e para o fortalecimento da representatividade desses grupos, reflexão e conscientização sobre identidade, direitos e oportunidades; c) Definição da atividade avaliativa pós palestra; d) Alinhamento da logística para a visita técnica ao campus IFCE- Tauá. Também serão utilizadas apresentações multimídia, como slides e vídeos explicativos, para tornar as informações acessíveis e dinâmicas. Adicionalmente, serão agendadas e realizadas visitas técnicas dos alunos do 9º ano do ensino fundamental ao IFCE campus Tauá, em momento oportuno com as escolas.