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Campus:
CAMPUS TAUA
Tipo da Ação:
Projeto
Título:
Aquilombando saberes: ciclos de formação em identidades, memória e resistência afro-brasileira e indígena
Área Temática:
Direitos Humanos e Justiça
Linha de Extensão:
Diversidade Étnico-racial
Data de Início:
16/12/2024
Previsão de Fim:
16/12/2025
Nº mínimo de pessoas beneficiadas:
150
Nº máximo de pessoas beneficiadas:
300
Local de Atuação:
Urbano-Rural
Fomento:
-
Programa Institucional
NEABIs
Modelo de Oferta da Atividade:
Presencial
Municípios de abrangência
Tauá
Formas de Avaliação:
Participação
Questionário
Relatório
Pesquisa de Satisfação
Reunião
Trabalhos Escritos
Formas de Divulgação:
Cartaz
E-mail
Folder
Site institucional
Redes sociais
Rádio
Articulações institucionais
Atividades Realizadas:
Nome do Responsável:
Karina de Morais e Silva
Equipe:
Nome Instituição Categoria Vínculo Receberá bolsa? Horas Semanais Dedicadas Início da Participação Fim da Participação
Claudio Gonçalves Lima IFCE Integrante Discente IFCE Não 3 11/05/2025 16/12/2025
Emanuel Lucas de Sousa Nobre Secretaria da Educação do Estado do Ceará SEDUC-CE Integrante Sem vínculo Não 3 16/12/2024 16/12/2025
Francisca Patricia da Conceicao IFCE Integrante Docente IFCE Não 3 16/12/2024 16/12/2025
Gabriela Ismerim Lacerda IFCE Integrante Docente IFCE Não 3 16/12/2024 16/12/2025
João Vital da Costa Neto IFCE Integrante Discente IFCE Não 3 16/12/2024 16/12/2025
Jonas Brito dos Santos IFCE Integrante Docente IFCE Não 3 16/12/2024 16/12/2025
Karina de Morais e Silva IFCE Coordenador Docente IFCE Não 4 16/12/2024 16/12/2025
Lia Nojosa Sena IFCE Integrante Docente IFCE Não 3 12/02/2025 16/12/2025
Marselle Marmo do Nascimento Silva IFCE Integrante Docente IFCE Não 3 16/12/2024 16/12/2025
Mauricio Custodio da Silva IFCE Integrante Docente IFCE Não 3 16/12/2024 16/12/2025
Valeria Correia Lourenco IFCE Integrante Docente IFCE Não 3 16/12/2024 16/12/2025
Parcerias:
Instituição Parceira Parceria Formalizada? Instrumento Utilizado Número do Instrumento
SECRETARIA DA EDUCAÇÃO DO ESTADO DO CEARÁ (SEDUC-CE) Não
Orçamento:
Conta Valor
Bolsa - Auxílio Financeiro a Estudantes 0.0
Bolsa - Auxílio Financeiro a Pesquisadores 0.0
Diárias - Pessoal Civil 0.0
Encargos Patronais 0.0
Equipamento e Material Permanente 0.0
Material de Consumo 0.0
Outros Serviços de Terceiros - Pessoa Física 0.0
Outros Serviços de Terceiros - Pessoa Jurídica 0.0
Passagens e Despesas com Locomoção 0.0
Vínculos:
Ação Tipo
Aquilombando saberes: ciclos de formação em identidades, memória e resistência afro-brasileira e indígena Evento
Aquilombando saberes: ciclos de formação em identidades, memória e resistência afro-brasileira e indígena (Oficina de escrita criativa) Evento
Apresentação
O verbo "aquilombar" carrega um profundo significado histórico, cultural e político no Brasil. Ele tem sido amplamente utilizado por intelectuais, artistas e movimentos sociais para evocar não apenas a memória dos quilombos – espaços de resistência negra durante o período colonial – mas também como uma metáfora contemporânea para práticas de organização coletiva, solidariedade e resistência frente às opressões. Derivado de "quilombo", "aquilombar" originalmente significava "formar ou buscar refúgio em quilombos". Hoje, "aquilombar" é usado de forma simbólica para representar: reunir-se em solidariedade para resistir a sistemas de opressão; reforçar laços comunitários e promover a valorização da cultura negra; construir espaços de autonomia e luta por direitos. No que diz respeito aos povos indígenas, os quilombos e os povos indígenas compartilham uma história de resistência e luta contra a opressão no Brasil. Ambos os grupos sofreram com o processo de colonização, sendo alvos de exploração, violência e tentativa de apagamento cultural. Suas interações históricas revelam alianças, convivência moldadas por interesses comuns e circunstâncias locais. Entendendo o aquilombamento como uma prática, este projeto estende seus sentidos e interesses à luta radical que diferentes etnias indígenas vem, historicamente, travando contra o genocídio e etnocídio cotidianos a que são submetidas. Nas palavras da escritora Conceição Evaristo, "Aquilombar-se é resistir. É fazer do encontro um lugar de força coletiva, um território de luta e existência”. É com isso em perspectiva que o projeto Aquilombando saberes, idealizado pelo Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros e Indígenas do IFCE campus TAUÁ, visa tecer uma rede de encontros formativos de caráter acadêmico, científico e cultural que articule a comunidade interna e externa da instituição a pesquisadores, professores e representantes de movimentos sociais, coletivos, órgãos e secretarias que atuam para a preservação das identidades, memória e resistência dos povos negros e indígenas, considerados, cada qual, em sua complexidade, ao mesmo tempo que compreendidas as particularidades da macrorregião do Sertão dos Inhamus e, mais especificamente, do município de Tauá.
Justificativa
A implementação de um projeto de ciclos de formação sobre memória e identidade afro-brasileira e indígena no Instituto Federal do Ceará (IFCE), campus Tauá, é uma iniciativa fundamental para promover o resgate, a valorização e a disseminação de histórias e culturas essenciais à construção da identidade brasileira. Localizado no coração do Sertão dos Inhamuns (região que compreende também os territórios de Aiuaba, Arneiroz, Parambu e Quiterianópolis), o campus Tauá está em uma região marcada pela ancestralidade afrodescendente e indígena, com uma rica herança cultural que muitas vezes é negligenciada ou subrepresentada no currículo educacional formal. 1. Reconhecimento Histórico e Cultural: Tauá abriga a 5ª maior população quilombola do Ceará, com comunidades como a do Bairro Aldeota, reconhecido pela Fundação Palmares, além de descendentes de povos indígenas, como os Tabajaras, de Quiterianópolis, e os Jucás, de Parambu. Essas populações contribuíram de forma significativa para a formação sociocultural da região, sendo imprescindível valorizar suas memórias e narrativas. 2. Fortalecimento da Identidade Regional: Promover a compreensão da história afro-brasileira e indígena ajuda a fortalecer o senso de pertencimento e identidade local, especialmente entre os jovens que vivem em contextos marcados pela diversidade étnica e cultural. 3. Cumprimento da Legislação Educacional: A iniciativa está alinhada com as leis nº 10.639/2003 e nº 11.645/2008, que tornam obrigatória a inclusão da história e cultura afro-brasileira e indígena nos currículos escolares, promovendo uma educação antirracista. 4. Combate ao Racismo e à Discriminação: Ações educativas voltadas para a valorização das culturas afro-brasileira e indígena são fundamentais para combater o racismo e a discriminação, promovendo uma sociedade mais inclusiva e igualitária. 5. Formação Cidadã e Crítica: O projeto contribui para a formação de cidadãos conscientes e críticos, capazes de reconhecer as contribuições das populações afrodescendentes e indígenas para a construção da sociedade brasileira e atuar como agentes transformadores em suas comunidades. 6. Preservação de Tradições e Conhecimentos: Muitas práticas culturais, como o uso de ervas medicinais, danças, celebrações religiosas e técnicas agrícolas, são legados afro-indígenas presentes na região e podem ser preservados e revitalizados por meio da educação. 7. Promoção de Políticas Públicas Locais: A formação de jovens e educadores sensibilizados para essas temáticas fortalece movimentos sociais e ações que reivindicam direitos territoriais e culturais de comunidades quilombolas e indígenas nos Inhamuns. O projeto não só contribui para a promoção da diversidade cultural e étnica como também é um passo estratégico na formação de uma sociedade que reconhece, respeita e celebra suas origens plurais.
Público Alvo
1. Comunidades Quilombolas e Indígenas Locais: Representantes de comunidades quilombolas, como os moradores do Bairro Aldeota em Tauá, e descendentes de povos indígenas da região dos Inhamuns, com o objetivo de incluir suas vozes e experiências na construção do conhecimento. 2. Professores e Educadores da Rede Básica de Ensino: Educadores de escolas públicas e privadas da região interessados em implementar as diretrizes das Leis 10.639/2003 e 11.645/2008, que tratam do ensino de história e cultura afro-brasileira e indígena. 3. Pesquisadores e Acadêmicos: Profissionais interessados em estudar a história e os desafios contemporâneos das populações afrodescendentes e indígenas do Ceará, de um modo geral, e do Sertão dos Inhamuns, mais especificamente. 4.Sociedade Civil e Público Geral: Cidadãos da comunidade local e regional, especialmente aqueles que têm interesse em compreender e apoiar ações de valorização e preservação da memória e identidade afro-brasileira e indígena.
Objetivo Geral
Promover a valorização e o resgate das identidades afro-brasileira e indígena por meio de ciclos de formação que articulem memória, resistência e educação, fortalecendo práticas pedagógicas antirracistas e anticoloniais no Instituto Federal do Ceará – Campus Tauá e na comunidade local.
Objetivo Específico
Fomentar o debate sobre as contribuições afro-brasileiras e indígenas na formação histórica e cultural do Brasil, com foco no Sertão dos Inhamuns. Capacitar educadores e servidores do IFCE para o cumprimento das diretrizes das Leis 10.639/2003 e 11.645/2008, que tratam do ensino de história e cultura afro-brasileira e indígena. Estimular a participação de lideranças quilombolas e indígenas da região nos processos de ensino e aprendizagem, promovendo o diálogo entre saberes acadêmicos e comunitários. Contribuir para a construção de redes colaborativas entre o IFCE, movimentos sociais, comunidades quilombolas, indígenas e outras instituições a nível local e estadual.
Metodologia
A metodologia do projeto combina abordagens participativas, educativas e interculturais, buscando articular os saberes acadêmicos e comunitários. Etapas de Execução: Planejamento e Organização: 1. Reuniões iniciais com o NEABI (Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros e Indígenas) para definir cronograma, temas e convidados. 2. Identificação de lideranças quilombolas e indígenas da região e estabelecimento de parcerias com movimentos sociais e instituições locais. Divulgação e Mobilização: 1. Divulgação do projeto nas redes sociais, canais institucionais do IFCE e escolas locais. 2. Contato com comunidades quilombolas e indígenas, escolas e movimentos sociais para incentivar a participação. Realização dos Ciclos de Formação: 1. Desenvolvimento de encontros presenciais e/ou virtuais, com foco em: História e memória afro-brasileira e indígena; Identidade e resistência cultural; Educação antirracista e práticas anticoloniais. 2. Condução de palestras, conferências, rodas de conversa, minicursos e exibições audiovisuais e apresentações culturais. Produção de Conhecimento: 1. Registro dos ciclos de formação em formatos audiovisuais, relatórios ou publicações acadêmicas para disseminar os resultados do projeto. 2. Organização de um banco de relatos orais, contribuindo para a preservação da memória afro-brasileira e indígena na região. Avaliação e Encerramento: 1. Aplicação de questionários de avaliação junto aos participantes para medir o impacto das formações. 2. Realização de um evento de encerramento com a participação das comunidades envolvidas, incluindo apresentações culturais e debates sobre os resultados do projeto. Métodos e Procedimentos: Abordagem Participativa: Envolvimento direto de estudantes, professores, pesquisadores e lideranças quilombolas e indígenas na construção e execução das atividades. Interdisciplinaridade: O projeto "Aquilombando Saberes" busca integrar diferentes áreas do conhecimento, utilizando métodos e procedimentos que conectem os cursos técnicos e superiores oferecidos pelo IFCE – Campus Tauá. A abordagem interdisciplinar permite que os participantes relacionem suas áreas de estudo às temáticas afro-brasileira e indígena, promovendo uma formação ampla e contextualizada. A exemplo, tem-se: resgate e valorização de práticas agroecológicas afro-indígenas, digitalização e preservação da memória cultural, criação de plataformas digitais interativas para ensinar sobre a história afro-brasileira e indígena, com recursos audiovisuais e acessíveis. Educação Popular: Utilização de metodologias inspiradas em Paulo Freire, valorizando o diálogo, o reconhecimento dos saberes comunitários e a construção coletiva do conhecimento. Técnicas utilizadas: Promoção de rodas de conversas, palestras, conferências, minicursos e oficinas. Visitas técnicas às comunidades e coletivos da região compreendidos pela temática do projeto. Exibição de materiais audiovisuais educativos sobre história e cultura afro-brasileira e indígena. Produção de relatos e materiais (escritos e orais) para disseminação das experiências vivenciadas no projeto.