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Campus:
CAMPUS BATURITE
Tipo da Ação:
Projeto
Título:
Baturité de Rachel e João Miguel: cultura, patrimônio e identidade na construção de um roteiro literário
Área Temática:
Cultura
Linha de Extensão:
Patrimônio Cultural, Histórico, Natural e Imaterial
Data de Início:
19/04/2025
Previsão de Fim:
15/01/2026
Nº mínimo de pessoas beneficiadas:
20
Nº máximo de pessoas beneficiadas:
50
Local de Atuação:
Urbano
Fomento:
-
Programa Institucional
Nenhum
Modelo de Oferta da Atividade:
Semi-Presencial
Formas de Avaliação:
Participação
Questionário
Frequência
Debate
Testes Subjetivos
Testes Objetivos
Trabalhos Escritos
Formas de Divulgação:
Áudio
Cartaz
E-mail
Folder
Redes sociais
Atividades Realizadas:
Nome do Responsável:
Paulo Massey Saraiva Nogueira
Equipe:
Nome Instituição Categoria Vínculo Receberá bolsa? Horas Semanais Dedicadas Início da Participação Fim da Participação
Francisca Anahi Kattuly Maciel Nogueira IFCE Integrante Discente IFCE Não 3 19/04/2025 15/01/2026
Leandra Pereira IFCE Integrante Discente IFCE Não 3 19/04/2025 15/01/2026
Maria Angelica Targino Pereira IFCE Integrante Discente IFCE Não 3 19/04/2025 15/01/2026
Maria Gabriele da Silva Oliveira IFCE Integrante Discente IFCE Não 3 19/04/2025 15/01/2026
Mylena Raquel de Lima IFCE Integrante Discente IFCE Não 3 19/04/2025 15/01/2026
Paulo Massey Saraiva Nogueira IFCE Coordenador Docente IFCE Não 4 19/04/2025 15/01/2026
Paulo Rufino dos Reis Junior IFCE Integrante Discente IFCE Não 3 19/04/2025 15/01/2026
Parcerias:
Instituição Parceira Parceria Formalizada? Instrumento Utilizado Número do Instrumento
Orçamento:
Conta Valor
Bolsa - Auxílio Financeiro a Estudantes 0.0
Bolsa - Auxílio Financeiro a Pesquisadores 0.0
Diárias - Pessoal Civil 0.0
Encargos Patronais 0.0
Equipamento e Material Permanente 0.0
Material de Consumo 0.0
Outros Serviços de Terceiros - Pessoa Física 0.0
Outros Serviços de Terceiros - Pessoa Jurídica 0.0
Passagens e Despesas com Locomoção 0.0
Vínculos:
Ação Tipo
Apresentação
Em 1930, a publicação de “O quinze” foi um acontecimento cultural que, desde a estreia, consagrou a jovem escritora cearense Rachel de Queiroz. Em sua carreira como jornalista, autora de inúmeras crônicas publicadas nos grandes veículos de imprensa, e como romancista, tendo algumas de suas obras traduzidas e amplamente divulgadas através do teatro, do cinema e da televisão, Rachel se tornou não apenas a primeira mulher a ingressar na Academia Brasileira de Letras, em 1977, mas acima de tudo se firmou como uma referência intelectual maior, um verdadeiro clássico dentre os intérpretes da nação, ao figurar em sua criação literária as determinações fundamentais de seu tempo e da nossa formação social, unindo passado e presente na produção de uma imagem do Brasil plena de atualidade. Em 1932, a escritora publicou seu segundo romance, “João Miguel” – que permanece, contudo, injustamente pouco conhecido. Para um crítico astuto e singular como o alagoano Graciliano Ramos, seu amigo e entusiasta, esse seria o melhor romance da escritora cearense. Seu enredo se passa na cidade de Baturité, nas primeiras décadas do século XX, e conta a história deste humilde trabalhador, de pouca instrução e recursos. Honesto, pacto e ordeiro, João tinha, contudo, o vício do álcool. Certa vez, embriagado, envolvera-se em um furdunço nas proximidades da Estação ferroviária, ferindo de morte – com faca de ponta e às vistas de todos - um sujeito que lhe provocara. Foi preso em flagrante e conduzido à cadeia pública da cidade, a mesma que fora observada pela escritora, como diz em depoimento, justamente para composição do romance. Na narrativa, surgem diversas outras referências a pontos da cidade, como a capelinha do Putiú, a igreja da Matriz, a praça, a feira livre e um tal “beco dos sete pecados”, perdido na memória coletiva. Os personagens são tipos sociais característicos: Santinha, companheira de João Miguel, o cabo Salu, a detenta Filó que faz a comida, o parceiro de cela Zé Milagreiro, artesão dos ex-votos levados pelos romeiros a Canindé, o coronel Nonato e sua devota filha Angélica e outros. A menção a lugares como Riachão (Capistrano) e Pacoti compõe um panorama da região que inclui os sítios produtores de café na serra e a estrada de ferro que findava na capital. Além disso, em questões de fundo existencial, a autora imprime uma visão própria entre os romancistas do Nordeste, mais próxima de Graciliano e Jorge Amado, com sua crítica social à moderna sociedade de classes, do que de Gilberto Freyre e José Lins do Rego e seu memorialismo patriarcal – o que, no entanto, fortaleceu a literatura, a cultura e o pensamento regionalista.
Justificativa
Um levantamento prévio constatou a inexistência de qualquer referência significativa ao romance objeto deste projeto, ainda mais no que concerne a sua relação com a cidade de Baturité – destaca-se, portanto, sua originalidade e pertinência quanto ao interesse municipal. Muito além disso, contudo, o que se tem em vista é explorar os aspectos potenciais – pedagógico, turístico e cultural – da valorização do patrimônio material e não-material da cidade, uma vez que a proposta de construção de um roteiro literário pretende mediar e enriquecer a experiência de visitação não apenas aos pontos turísticos já estabelecidos (como a Estação ferroviária), ressignificados, mas também descobrir e reconhecer a importância histórica de vários outros. Cidades como Ilhéus e Salvador, na Bahia, são exemplos de roteiros turístico-literários construídos a partir da vida e obra de Jorge Amado. Quixadá, Guaramiranga e Fortaleza possuem vários registros de sua relação com Rachel de Queiróz. Baturité, cenário onde se desenrola a saga de João Miguel, tem muito a fazer neste mesmo sentido, sobretudo a partir da compreensão de que a valorização do patrimônio histórico, fundamental para turismo, não apenas gera oportunidades de negócio, mas, aliado a isso e ao uso das tecnologias da informação e da comunicação, é também um meio de educação, de conhecimento da história e da realidade de nossas cidades, uma vivência profunda dos valores, costumes e tradições do povo, em suas regionalidades brasileiras, uma maneira, enfim, de consolidar a identidade, a diversidade e a consciência nacionais.
Público Alvo
Profissionais da educação, do setor turístico e cultural; estudantes e comunidade em geral; residentes e visitantes turistas e excursionistas.
Objetivo Geral
Construir um roteiro turístico-literário da cidade de Baturité a partir da visitação aos pontos de referência na trajetória dos personagens que aparecem no romance “João Miguel” (1932), de Rachel de Queiroz.
Objetivo Específico
Explorar os aspectos potenciais – pedagógico, turístico e cultural - da valorização do patrimônio material e não-material, mediando a experiência de visitação aos pontos turísticos da cidade através do universo literário do romance; descobrir e reconhecer a importância histórico-cultural de vários outros lugares e figuras identificadoras do lugar que constituem o patrimônio material e não-material do município; utilizar recursos das tecnologias de informação e comunicação para produzir materiais hospedados em ambiente virtual e acessados a partir dos pontos de visitação.
Metodologia
Inicialmente, o coordenador do projeto estará empenhado, durante o mês de abril/25, no planejamento e elaboração do projeto, com ações como a sondagem das condições de visitação dos pontos que estarão no roteiro turístico-literário, a definição de bibliografia e materiais audiovisuais para a sequência de postagens, idealização de atividades paralelas etc. Para tanto, contará com equipe de apoio selecionada entre os alunos da disciplina de Projetos Sociais do curso de Letras da qual é professor. Em seguida, em maio, será feita a divulgação do projeto, através de redes sociais próprias e institucionais, junto a entidades representativas dos setores de educação, cultura e turismo, apresentando a proposta do roteiro turístico-literário a partir do referido romance bem como seus objetivos e cronograma. As inscrições serão feitas por formulário virtual, com limite de vagas e período determinado. Concluída a seleção, será criada uma sala virtual no google classroom para a inclusão dos participantes com inscrições deferidas, bem como para a postagem dos materiais que serão lidos, analisados e debatidos, de acordo com o cronograma previamente estabelecido, em encontros presenciais mensais, além de atividades de avaliação, vídeos e uma bibliografia complementar. Os encontros estão previstos para as terças-feiras da última semana dos meses de agosto, setembro e outubro, a partir das 14h, nos respectivos pontos a serem visitados na cidade (Estação ferroviária, Igreja do Putiú e antiga Cadeia Pública de Baturité), com concentração no campus do IFCE, deslocando-se por caminhada ou transporte coletivo, a depender da disponibilidade e da distância do percurso. A fase seguinte, coincidindo com o final do projeto, nos meses de novembro, dezembro e janeiro, consistirá na produção de materiais informativos e/ou didáticos pelos participantes, que devem perfazer 75% da frequência para a obtenção de declaração. Os materiais informativos e/ou didáticos produzidos serão aproveitados para a elaboração de um site/blog confeccionado e hospedado em plataforma "gratuita" (Canva ou Google sites), com uso de recursos interativos, atrativos, para além do texto, como banners animados, vídeos curtos, fotografias, ilustrações, documentação primaria etc., disponíveis no site cujo endereço circulará pelos meios através dos quais o projeto foi incialmente divulgado (redes sociais próprias e institucionais), e pelos meios a que os participantes tenham acesso, tendo em vista alcançar amplamente o público externo. Por fim, serão produzidos cartazes de divulgação do projeto para que sejam fixados temporariamente em flanelógrafos ou paredes dos locais visitados, caso seja permitido. Os cartazes também poderão ser distribuídos, e serão confeccionados com a arte do projeto, uma breve descrição e, principalmente, um QR Code através do qual será possível acessar - pelo celular - o ambiente virtual e os materiais produzidos pelos participantes do projeto.