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Campus:
CAMPUS CAMOCIM
Tipo da Ação:
Evento
Título:
Oficina IV SEGAM - Compostagem: Reaproveitamento de resíduos orgânicos na produção de adubo
Área Temática:
Meio Ambiente
Linha de Extensão:
Resíduos Sólidos
Data de Início:
12/06/2025
Previsão de Fim:
12/06/2025
Nº mínimo de pessoas beneficiadas:
10
Nº máximo de pessoas beneficiadas:
30
Carga Horária de Execução do Evento:
2
Local de Atuação:
Urbano
Fomento:
-
Programa Institucional
-
Modelo de Oferta da Atividade:
Presencial
Municípios de abrangência
Barroquinha
Camocim
Chaval
Granja
Formas de Avaliação:
Participação
Frequência
Formas de Divulgação:
Redes sociais
Atividades Realizadas:
Oficina
Nome do Responsável:
Izabela Cristiane de Lima Silva
Equipe:
Nome Instituição Categoria Vínculo Receberá bolsa? Horas Semanais Dedicadas Início da Participação Fim da Participação
Carlos Eduardo dos Santos da Costa IFCE Integrante Discente IFCE Não 2 29/05/2025 12/06/2025
Gardênia Sousa de Almeida IFCE Integrante Discente IFCE Não 2 29/05/2025 12/06/2025
Iasmine de Sousa Cavalcante IFCE Integrante Discente IFCE Não 2 29/05/2025 12/06/2025
Izabela Cristiane de Lima Silva IFCE Coordenador Docente IFCE Não 1 12/06/2025 12/06/2025
Marcos Erick Nascimento Braga IFCE Integrante Discente IFCE Não 2 29/05/2025 12/06/2025
Sueny Carla da Silva Sociedade Civil Integrante Sem vínculo Não 2 03/06/2025 12/06/2025
Parcerias:
Instituição Parceira Parceria Formalizada? Instrumento Utilizado Número do Instrumento
Orçamento:
Conta Valor
Material de Consumo 0.0
Outros Serviços de Terceiros - Pessoa Física 0.0
Outros Serviços de Terceiros - Pessoa Jurídica 0.0
Passagens e Despesas com Locomoção 0.0
Bolsa - Auxílio Financeiro a Estudantes 0.0
Bolsa - Auxílio Financeiro a Pesquisadores 0.0
Diárias - Pessoal Civil 0.0
Encargos Patronais 0.0
Equipamento e Material Permanente 0.0
Vínculos:
Ação Tipo
Apresentação
A crescente geração de resíduos sólidos urbanos, especialmente os de natureza orgânica, representa um dos principais desafios da gestão ambiental contemporânea, exigindo soluções sustentáveis e de baixo custo que estejam ao alcance das comunidades e instituições. No Brasil, segundo dados da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (ABRELPE, 2023), mais de 50% dos resíduos sólidos domiciliares são compostos por matéria orgânica, cujo destino predominante ainda são os aterros sanitários ou lixões, quando poderiam ser tratados e reaproveitados como recurso. Neste contexto, a compostagem se destaca como uma tecnologia ambientalmente adequada, socialmente inclusiva e economicamente viável, sendo capaz de transformar resíduos orgânicos em adubo de alta qualidade, promovendo o retorno de nutrientes ao solo e reduzindo significativamente o volume de resíduos destinados ao descarte final. Além de sua função ambiental, a compostagem fortalece práticas agroecológicas, contribui para o sequestro de carbono e constitui uma ferramenta educativa poderosa para a construção de uma consciência ambiental crítica e participativa. A oficina "Compostagem: Reaproveitamento de Resíduos Orgânicos na Produção de Adubo", a ser realizada no âmbito da VI Semana da Gestão Ambiental do IFCE campus Camocim, tem como objetivo proporcionar uma vivência prática e formativa sobre os processos de compostagem doméstica e institucional, dialogando com os princípios da gestão participativa dos resíduos sólidos e com as diretrizes da Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei nº 12.305/2010). A atividade busca engajar estudantes, servidores e membros da comunidade externa, promovendo o protagonismo local na adoção de práticas sustentáveis e de valorização dos resíduos orgânicos como insumos produtivos.
Justificativa
A crise ambiental global contemporânea, intensificada pelas mudanças climáticas, a degradação dos recursos naturais e a produção excessiva de resíduos, tem exigido respostas articuladas que aliem inovação, inclusão social e sustentabilidade. No centro desta crise, destaca-se a problemática do manejo inadequado dos resíduos sólidos, especialmente os de origem orgânica. De acordo com o Global Waste Management Outlook (UNEP, 2021), a quantidade significativa de resíduos orgânicos gerados no mundo tem ocasionado a partir do seu processo de decomposição, em grande parte sem tratamento adequado, em uma estimativa de 20% das emissões antropogênicas de metano sejam causadas pela decomposição anaeróbica de alimentos e outros materiais orgânicos deixados em aterros sanitários, lixões a céu aberto e águas residuais, contribuindo diretamente para o aquecimento global. No Brasil, o cenário também é preocupante. Segundo a ABRELPE (2023), o país gerou aproximadamente 77,1 milhões de toneladas de resíduos sólidos urbanos (RSU), com uma média de geração per capita de 1,04 kg por habitante por dia em 2022, dos quais cerca de 52% são resíduos orgânicos. No entanto, 0,4% dos resíduos sólidos urbanos gerados no país foram encaminhados aos pátios ou usinas de compostagem do país, o que equivale a cerca de 300 mil toneladas, das quais, após triagem e processo de compostagem, resultaram na produção de 85,5 mil toneladas de composto orgânico. A maior parte é encaminhada para aterros ou, pior ainda, disposta em lixões e aterros controlados, desrespeitando a Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei nº 12.305/2010) e comprometendo a saúde ambiental e pública. No contexto do litoral norte cearense, que abrange os municípios de Camocim, Granja, Barroquinha e Chaval, os desafios se acentuam devido à baixa cobertura de serviços adequados de coleta, tratamento e destinação de resíduos. A atuação do Consórcio Público de Manejo dos Resíduos Sólidos da Região Litoral Norte (CPMRS-RLN) ainda enfrenta dificuldades operacionais para implementar soluções descentralizadas e eficazes, sobretudo em áreas rurais e comunidades tradicionais. Em Camocim, por exemplo, os resíduos de origem orgânica gerados diariamente nas residências, que poderiam ser reaproveitados, são predominantemente descartados de forma inadequada. Esse cenário evidencia uma demanda concreta por soluções ambientalmente apropriadas, de baixo custo e socialmente replicáveis, como a compostagem, que tem o potencial de transformar um passivo ambiental em ativo produtivo. A compostagem doméstica e comunitária fortalece o ciclo de nutrientes, melhora a fertilidade dos solos, reduz a dependência de fertilizantes químicos e contribui para a agroecologia e a segurança alimentar em áreas periféricas e rurais. Sob a perspectiva institucional, o Instituto Federal do Ceará (IFCE), enquanto agente de formação científica, técnica e cidadã, tem como missão promover a inclusão social e o desenvolvimento sustentável por meio da articulação entre ensino, pesquisa e extensão. A presente proposta extensionista responde diretamente a essa missão, ao articular os conhecimentos desenvolvidos no curso Tecnólogo em Gestão Ambiental com a realidade da população local, promovendo o diálogo de saberes, o protagonismo comunitário e o fortalecimento da cidadania ambiental. A proposta da oficina está ancorada em um duplo objetivo: formar tecnicamente os estudantes do IFCE para atuarem em práticas sustentáveis de gestão de resíduos e, simultaneamente, incluir e empoderar a comunidade externa, oferecendo capacitação prática e replicável em compostagem. Trata-se de uma estratégia de intervenção que atende aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), em especial os ODS 11 (Cidades e Comunidades Sustentáveis), ODS 12 (Consumo e Produção Responsáveis) e ODS 13 (Ação contra a Mudança Global do Clima), promovendo impactos ambientais, sociais e educacionais positivos. Portanto, ao apresentar esta proposta, o IFCE reafirma seu papel transformador na sociedade, colocando-se como referência na formação crítica e na promoção de práticas socioambientais sustentáveis que respondem a demandas reais e urgentes do território em que está inserido. Acreditamos que a oficina terá resultados imediatos e replicáveis, com retorno direto à comunidade atendida, fomentando a construção de um modelo de gestão ambiental mais justo, participativo e sustentável.
Público Alvo
-Moradores de comunidades urbanas e rurais dos municípios de Camocim, Granja, Barroquinha e Chaval: com especial atenção para famílias de baixa renda e comunidades tradicionais. -Lideranças comunitárias e agentes de pastorais sociais e ambientais: como representantes da sociedade civil organizada interessados em replicar a prática da compostagem em suas comunidades. -Agricultores familiares, educadores ambientais, catadores e membros de associações e cooperativas de reciclagem: com potencial de multiplicação da técnica de compostagem. -Representantes de escolas públicas e secretarias municipais de meio ambiente e agricultura: que possam integrar a oficina como parte de ações de educação ambiental formal e não formal.
Objetivo Geral
Capacitar os participantes na prática da compostagem, promovendo o aproveitamento de resíduos orgânicos para produção de adubo sustentável.
Objetivo Específico
1. Sensibilizar os participantes quanto aos impactos ambientais, sociais e sanitários do manejo inadequado dos resíduos orgânicos e à importância da compostagem como estratégia de mitigação. 2. Apresentar os fundamentos técnicos e científicos do processo de compostagem, incluindo os princípios biológicos, os tipos de sistemas (caseiro, comunitário, institucional) e os fatores que afetam sua eficiência (carbono/nitrogênio, umidade, oxigenação, temperatura). 3. Realizar demonstração prática de montagem e manutenção de composteiras com materiais acessíveis, adaptáveis à realidade dos participantes, promovendo a autonomia na replicação da técnica. 4. Discutir a viabilidade da compostagem como tecnologia social e política pública, com foco em sua aplicação em ambientes domésticos, escolas, hortas urbanas, quintais produtivos e instituições públicas. 5. Promover a articulação entre ensino, pesquisa e extensão, estimulando o protagonismo estudantil em ações educativas e a produção de conhecimento aplicado por meio do acompanhamento e sistematização dos resultados da oficina.
Metodologia
A oficina será conduzida de forma participativa, dialógica e vivencial, combinando exposição dialogada, demonstração prática, experimentação coletiva e sistematização dos saberes. A metodologia visa não apenas transmitir conteúdos técnicos, mas provocar reflexão crítica, incentivar a autonomia dos participantes e fomentar o protagonismo estudantil na formação ambiental de base comunitária. A execução da oficina será dividida em três momentos principais: 1. Acolhimento e sensibilização ambiental (30 minutos) • Roda de conversa inicial sobre a realidade local da gestão dos resíduos orgânicos nos municípios participantes. • Dinâmica interativa de mapeamento dos resíduos gerados nas casas dos participantes. • Apresentação de dados e vídeos curtos sobre os impactos do descarte inadequado de resíduos orgânicos e os benefícios da compostagem. Ferramentas: apresentação multimídia, recursos visuais impressos, cartazes, vídeos e dinâmica com papéis autocolantes. 2. Parte técnica e científica (1 hora) • Exposição dialogada sobre os fundamentos da compostagem: decomposição aeróbia, proporção C/N, temperatura, umidade, oxigenação. • Apresentação dos diferentes tipos de composteiras: domésticas (baldes, caixas empilháveis), institucionais (pátios), vermicompostagem. • Estudo de caso: compostagem no contexto da agricultura familiar e da educação ambiental. Ferramentas: quadro branco, protótipos de composteiras, materiais recicláveis e orgânicos para demonstração. ________________________________________ 3. Prática de montagem e monitoramento de composteiras (30 minutos) • Divisão dos participantes em grupos para montagem de composteiras utilizando materiais reaproveitáveis (caixas, baldes, restos orgânicos e matéria seca). • Orientações sobre monitoramento (temperatura, umidade e tempo de maturação). • Aplicação de técnica de cobertura e controle de odores. • Discussão sobre formas de replicação em casa, na escola ou na comunidade. Materiais utilizados: baldes com tampa, caixas empilháveis, restos de frutas e verduras, folhas secas, serragem, garrafas PET, termômetro, peneira, pás e borrifadores. Essa estrutura metodológica viabiliza a aprendizagem significativa e a construção coletiva do conhecimento, reforçando o compromisso social do IFCE com a transformação das realidades locais por meio da extensão.