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Campus:
CAMPUS LIMOEIRO DO NORTE
Tipo da Ação:
Projeto
Título:
EducAN CEARÁ - EDUCAÇÃO ALIMENTAR E NUTRICIONAL NA ESCOLA CEARENSE
Área Temática:
Saúde
Linha de Extensão:
Promoção à Saúde
Data de Início:
05/08/2025
Previsão de Fim:
21/07/2026
Nº mínimo de pessoas beneficiadas:
140
Nº máximo de pessoas beneficiadas:
563
Local de Atuação:
Urbano
Fomento:
Edital Redes de extensão MEC - 2025
Programa Institucional
Nenhum
Modelo de Oferta da Atividade:
Presencial
Municípios de abrangência
Limoeiro do Norte
Formas de Avaliação:
Participação
Questionário
Relatório
Trabalho em grupo
Debate
Testes Objetivos
Frequência
Formas de Divulgação:
Cartaz
Folheto
Entrega presencial de convites
Convite
Atividades Realizadas:
Nome do Responsável:
Bruna Yhang da Costa Silva
Equipe:
Nome Instituição Categoria Vínculo Receberá bolsa? Horas Semanais Dedicadas Início da Participação Fim da Participação
Bruna Yhang da Costa Silva IFCE Coordenador Docente IFCE Não 4 05/08/2025 21/07/2026
Havilla Rannya Cavalcante Viana Ramos IFCE Integrante Discente IFCE Sim 10 05/08/2025 21/07/2026
Jefferson Luigi Barreto de Almeida IFCE Integrante Discente IFCE Sim 10 05/08/2025 21/07/2026
JOSÉ ANAEL NEVES UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CERÁ Integrante Sem vínculo Não 4 05/08/2025 21/07/2026
Marisa Kelly da Silva IFCE Integrante Discente IFCE Sim 9 05/08/2025 21/07/2026
Vitoria Silva Ferreira IFCE Integrante Discente IFCE Não 10 05/08/2025 21/07/2026
Parcerias:
Instituição Parceira Parceria Formalizada? Instrumento Utilizado Número do Instrumento
Universidade Estadual do Ceará Não
Secretaria de Educação - Prefeitura de Limoeiro do Norte Não
Orçamento:
Conta Valor
Bolsa - Auxílio Financeiro a Estudantes 3000.0
Bolsa - Auxílio Financeiro a Pesquisadores 0.0
Diárias - Pessoal Civil 0.0
Encargos Patronais 0.0
Equipamento e Material Permanente 0.0
Material de Consumo 40000.0
Outros Serviços de Terceiros - Pessoa Física 0.0
Outros Serviços de Terceiros - Pessoa Jurídica 24000.0
Passagens e Despesas com Locomoção 3000.0
Vínculos:
Ação Tipo
Apresentação
Compreendendo que as escolhas alimentares de cada pessoa acarretam consequências individuais e coletivas, impactando a saúde pública, o meio ambiente, as relações econômicas, sociais e culturais, deve-se ressaltar a importância da educação alimentar e nutricional para o desenvolvimento de sistemas alimentares sustentáveis, de forma a contribuir não só com a saúde de crianças, adolescentes e seus familiares e com a formação de possíveis produtores, empreendedores e gestores, mas também formar consumidores e promover a transferência de tecnologias que ajudem a alavancar o desenvolvimento sustentável por meio da interação da academia com a sociedade, interrelacionando atividades de pesquisa e extensão (RABELO et al., 2020). Diante desse cenário, propõe-se aqui a criação de uma Rede de Extensão transdisciplinar, intersetorial e multiprofissional para promoção da Educação Alimentar e Nutricional em Escolas Públicas da rede de ensino básico cearense.
Justificativa
A Educação Alimentar e Nutricional (EAN) está descrita no Marco de Referência da Educação Alimentar e Nutricional para Políticas Públicas (BRASIL, 2012) como um campo de conhecimento permanente, transdisciplinar, intersetorial e multiprofissional, de promoção de práticas autônomas e voluntárias de hábitos alimentares saudáveis, e que utiliza a problematização, abordagens e recursos educativos ativos, considerando os sistemas alimentares e as interações e significados que compõem o comportamento alimentar. Por sua vez, apenas 14,1% dos municípios brasileiros referem dispor de práticas de EAN incorporadas nos currículos da Educação Básica. Sua execução é pontual, restrita a abordagens pouco ativas, centradas nos nutrientes, em detrimento de outras dimensões da alimentação adequada e saudável, como a cultura alimentar local, sustentabilidade, soberania e sistemas alimentares (OTTONI et al., 2019a.; OTTONI et al., 2019b.; OTTONI et al., 2022). A presente proposta contempla o desenvolvimento do Projeto EducAN CEARÁ - EDUCAÇÃO ALIMENTAR E NUTRICIONAL NA ESCOLA CEARENSE em 2(duas) escolas públicas da rede de educação básica de municípios do Estado do Ceará onde estão sediados os Campi da UECE e do IFCE. Propõe-se a duração de 12 meses para implementação e consolidação da EAN no currículo do ensino básico. Ressalta-se que o Estado do Ceará vem apresentando queda na desigualdade social, mesmo em um cenário de crescimento populacional nos últimos anos. Por sua vez, ainda é cenário de desigualdades regionais, refletidas em indicadores como o Índice de Gini, que evidencia uma concentração significativa de renda, o PIB per capita, e sua relação com o percentual de população ocupada e os salários médios mensais. Em 2023, o índice de Gini do Ceará foi de 0,513, o menor da série histórica iniciada em 2012. Por sua vez, os municípios que integram a proposta do projeto EducAN CEARÁ - EDUCAÇÃO ALIMENTAR E NUTRICIONAL NA ESCOLA CEARENSE apresentam índice de gini superior à média estadual (IBGE, 2024). Outro importante indicador social é o nível de segurança e insegurança alimentar e nutricional, que mede a percepção das famílias quanto ao acesso e a disponibilidade de alimentos nos domicílios. O município de Fortaleza tem mais de 978 mil domicílios, sendo 29,7% do total de domicílios no Ceará, dessa quantidade 30,1% foram encontrados em situação de insegurança alimentar grave, trata-se da região do Ceará com maior percentual de domicílios em insegurança alimentar grave. Os municípios da região Litoral Ocidental e Norte representam 20,6% dos municípios cearenses, sendo o segundo maior estrato geográfico. Desse número, 16,6% sofreram com a fome. O terceiro maior estrato, é o entorno metropolitano de Fortaleza, com 14,3% dos domicílios, concentrando 14% dos domicílios em insegurança alimentar grave. Na região Sul, esse percentual foi de 16,6% em situação de insegurança alimentar grave. As regiões dos Sertões e do Litoral Orienta/Vale do Jaguaribe concentram apenas 11,8% e 9,4%, respectivamente dos domicílios cearenses. Nas regiões dos Sertões, os domicílios nos quais os moradores, inclusive crianças e adolescentes, conviveram com a fome, o percentual foi de 10,6%, sendo menor que o percentual de domicílios nessa mesma condição no Litoral Orienta/Vale do Jaguaribe, onde chegou a 12,1% (IPECE, 2024).
Público Alvo
563 estudantes da Educação Básica da cidade de Limoeiro do Norte (Escola Padre Joaquim de Menezes).
Objetivo Geral
Fomentar a criação de uma Rede de Extensão transdisciplinar, intersetorial e multiprofissional para promoção da Educação Alimentar e Nutricional em Escolas Públicas da rede de ensino básico cearense.
Objetivo Específico
- Estimular a cooperação e articulação transdisciplinar, intersetorial e multiprofissional para prevenção e combate à insegurança alimentar e nutricional, com foco na obesidade e outras formas de má nutrição, por meio da promoção da Educação Alimentar e Nutricional nas Escolas da rede de ensino básico cearenses. - Ampliar o diálogo entre Escolas, Universidades, Poder Público e Sociedade Civil tendo como horizonte a garantia da alimentação adequada e saudável. - Promover protagonismo dos agentes executores e beneficiários do Programa Nacional de Alimentação Escolar na curricularização da Educação Alimentar e Nutricional nas Escolas cearenses. - Fortalecer a extensão universitária como vertente de impacto e transformação social e de consolidação da indissociabilidade com o ensino e a pesquisa.
Metodologia
Estima-se que a prevalência de obesidade já supera a de baixo peso entre crianças e adolescentes do Brasil (BHUTTA et al., 2023). Considerando a escola como um espaço onde indivíduos dessa faixa de vida passam no mínimo um terço do dia e consomem de uma a duas refeições, o que corresponde de 30 a 50% de sua ingestão alimentar diária (Stallings et al., 2007), o ambiente escolar é favorável para promoção da saúde e possui a configuração ideal para a realização de atividades de intervenção com objetivo de alterar o comportamento de crianças e adolescentes. Uma vez que a maioria das crianças e adolescentes frequenta a escola e por esta apresentar grande influência no indivíduo durante suas duas primeiras décadas de vida (STORY, 2009), a promoção de hábitos alimentares saudáveis na escola e, consequentemente, para a prevenção do excesso de peso entre crianças e adolescentes, pode influenciar de maneira significativa os desfechos de saúde desses indivíduos (STORY, 2009). Deste modo, serão beneficiados nesse projeto de extensão todos os estudantes matriculados no sétimo ano do ensino fundamental das escolas referidas que desejarem participar das ações que serão desenvolvidas, as quais serão detalhadas a seguir. Essa série foi a escolhida em virtude do Coordenador do projeto vinculado à Universidade Estadual do Ceará ter realizado diagnóstico situacional na escola de Fortaleza, em atividade anterior com estagiários de Nutrição da UECE e, a partir deste, ter percebido melhor adesão dos estudantes desse ano de escolaridade e de seus docentes às ações de Educação Alimentar e Nutricional. Assim, com vistas a manter a homogeneidade do grupo e possibilitar comparações de indicadores nas etapas pré e pós-programa de intervenção alimentar e nutricional, as turmas de sétimo ano também serão as abordadas nesse projeto de extensão. De maneira geral, no Brasil, estão nessa série de ensino sujeitos com idade entre 11 e 13 anos. A agenda de ações a serem desenvolvidas será fixa e sua definição será acordada entre extensionistas, coordenadores das escolas e docentes de Ciências das turmas. As ações serão inseridas, preferencialmente, nos dias das aulas de Ciências, onde a temática de Educação Alimentar e Nutricional melhor se insere. Portanto, não haverá necessidade de inscrição de estudantes nas ações, pois serão beneficiários, automaticamente, aqueles que estiverem matriculados no sétimo ano do ensino fundamental. A adesão às ações será monitorizada por meio de lista de frequência. A presente proposta integra 5 frentes de atuação, as quais têm sua estratégia de execução descrita de forma mais detalhada a seguir: I. Criação de espaço de diálogo e compartilhamento de experiências sobre a comida: para a consecução desta frente serão realizadas rodas de conversa com grupo focal sobre EAN, com definição de agenda fixa para diálogos sobre alimentação na perspectiva e experiência dos agentes envolvidos com o PNAE: merendeiras e demais manipuladores de alimentos, dos pais e/ou responsáveis pelos escolares, das crianças e adolescentes, dos professores, dos agricultores familiares, dos agentes do Conselho de Alimentação Escolar, dos(as) nutricionistas do PNAE. Os temas a serem trabalhados nas rodas de conversa serão levantados pelos próprios protagonistas da alimentação escolar. II. Oficinas Culinárias: nesta frente serão desenvolvidas oficinas culinárias, a partir de uma agenda fixa pré-definida, pautada nas demandas da comunidade escolar, e a partir do mapeamento do ambiente alimentar escolar e seu entorno, para o compartilhamento de habilidades culinárias e construção de novas receitas, com incentivo ao uso de ingredientes in natura e/ou minimamente processados, bem como o aproveitamento integral e as boas práticas de manipulação de alimentos, com vistas a uma alimentação escolar adequada, saudável e sustentável. Para tanto, haverá a promoção do envolvimento dos escolares, pais e/ou responsáveis, professores, merendeiras, agricultores familiares, membros do CAE, entre outros . III. Educação Artística e sua relação com a alimentação: serão desenvolvidas atividades, em agenda pré-definida e fixa na escola, para imersão da comunidade escolar no cancioneiro nordestino e iniciação artística a partir de temas relacionados à alimentação. Será um espaço com escuta de músicas, discussão das letras, aprendizado de instrumentos musicais, criação do cordel, articulando com os artistas locais e envolvendo, sempre que possível, os Mestres e Mestras da Cultura, laureados pela UECE. IV. Curricularização da EAN nas Escolas: para esta frente será criado o Fórum de Discussão para Curricularização da EAN. Além disso, será proposta a disciplina de “Educação em Nutrição e Saúde” para o currículo eletivo da Educação Básica. V. Promoção de um ambiente alimentar saudável nas Escolas: nesta frente serão implementadas diferentes estratégias de promoção de mudanças no ambiente alimentar escolar, a partir do diagnóstico prévio, de forma a influenciar a arquitetura das escolhas alimentares e a prática de atividade física. Antes e após a execução das atividades descritas, serão realizadas avaliações de indicadores, os quais possibilitarão avaliar a eficácia das ações de extensão: A coleta de dados para avaliação dos indicadores englobará a aplicação de inquérito alimentar de modo a triar mudanças na qualidade da alimentação, redução do consumo de produtos ultraprocessados, aumento no consumo de alimentos in natura e regionais, aumento no consumo de água serão aplicados recordatórios de 24h e o questionário de marcadores de alimentação saudável e não saudável do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (SISVAN). Para avaliar mudanças no peso corporal e as prevalências de baixo peso e excesso de peso (sobrepeso e obesidade), será realizada aferição de medidas antropométricas (peso e estatura) para avaliação do estado nutricional por meio dos índices IMC por idade e estatura para idade para os adolescentes. Para avaliar a melhora na qualidade dos cardápios da merenda escolar serão utilizadas as ferramentas Índice de Qualidade para Cardápios da Alimentação Escolar (IQCAE), Índice de Qualidade da Coordenação de Segurança Alimentar e Nutricional (IQCOSAN) e teste de aceitação sensorial das preparações. Finalmente, será investigado o conhecimento e a percepção dos escolares sobre alimentação saudável, considerando a perspectiva do Guia Alimentar para a População Brasileira. Assim, as crianças e adolescentes classificarão uma série de 24 imagens de alimentos e bebidas usando a Classificação NOVA proposta pelo Guia, que define quatro principais grupos de alimentos: alimentos in natura e minimamente processados, ingredientes culinários processados, alimentos processados e ultraprocessados. Em seguida, os escolares serão convidados a explicar a classificação dos alimentos por meio de entrevista semiestruturada, conforme metodologia proposta por Menegassi et al. (2020).