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Campus:
CAMPUS AVANÇADO DE JAGUARUANA
Tipo da Ação:
Projeto
Título:
A capoeira e afro-brasilidades: história, música, dança e religiosidade
Área Temática:
Direitos Humanos e Justiça
Linha de Extensão:
Diversidade Étnico-racial
Data de Início:
03/07/2025
Previsão de Fim:
03/01/2026
Nº mínimo de pessoas beneficiadas:
30
Nº máximo de pessoas beneficiadas:
100
Local de Atuação:
Urbano-Rural
Fomento:
Edital 04/2025 – Edital para seleção de bolsistas de extensão para os programas/núcleos e projetos institucionais
Programa Institucional
NEABIs
Modelo de Oferta da Atividade:
Presencial
Municípios de abrangência
Aracati
Itaiçaba
Jaguaruana
Palhano
Russas
Formas de Avaliação:
Participação
Relatório
Frequência
Pesquisa de Satisfação
Reunião
Debate
Formas de Divulgação:
Cartaz
E-mail
Folder
Site institucional
Redes sociais
Rádio
Atividades Realizadas:
Nome do Responsável:
Jose Henrique Brandao Neto
Equipe:
Nome Instituição Categoria Vínculo Receberá bolsa? Horas Semanais Dedicadas Início da Participação Fim da Participação
Ana Teresa Oliveira Gonzaga e Silva E.E.F.Gerardo Correia Lima Integrante Sem vínculo Não 3 21/07/2025 28/11/2025
Andreia Alves Monteiro IFCE Integrante Técnico Administrativo IFCE Não 3 21/07/2025 28/11/2025
Breno Brito Cruz IFCE Integrante Docente IFCE Não 3 21/07/2025 28/11/2025
Francisco Fábio da Silva Universidade Estadual do Ceará Integrante Sem vínculo Não 3 21/07/2025 28/11/2025
FRANCISCO RAFAEL OLIVEIRA Grupo de capoeira raízes do Brasil Integrante Sem vínculo Não 3 21/07/2025 28/11/2025
Joao Eudes Portela de Sousa IFCE Integrante Docente IFCE Não 3 21/07/2025 28/11/2025
Jose Henrique Brandao Neto IFCE Coordenador Docente IFCE Não 4 03/07/2025 01/01/2026
Jose Jacinto do Nascimento Junior IFCE Integrante Técnico Administrativo IFCE Não 3 21/07/2025 28/11/2025
Rita de Kassia Kramer Wanderley IFCE Integrante Docente IFCE Não 3 21/07/2025 31/12/2025
Parcerias:
Instituição Parceira Parceria Formalizada? Instrumento Utilizado Número do Instrumento
Orçamento:
Conta Valor
Bolsa - Auxílio Financeiro a Estudantes 2800.0
Bolsa - Auxílio Financeiro a Pesquisadores 0.0
Diárias - Pessoal Civil 0.0
Encargos Patronais 0.0
Equipamento e Material Permanente 0.0
Material de Consumo 0.0
Outros Serviços de Terceiros - Pessoa Física 0.0
Outros Serviços de Terceiros - Pessoa Jurídica 0.0
Passagens e Despesas com Locomoção 0.0
Vínculos:
Ação Tipo
Apresentação
Nas últimas décadas, os debates sobre a questão racial no Brasil têm ganhado maior visibilidade e relevância, impulsionados por um conjunto de políticas públicas voltadas à afirmação e à defesa dos direitos da população negra e indígena. Nesse cenário, destacam-se as Leis nº 10.639/2003 e nº 11.645/2008, que tornaram obrigatória a inclusão da temática "História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena" nos currículos oficiais da educação básica. Essas medidas representam avanços significativos na promoção da igualdade racial e na valorização da diversidade cultural no país. No âmbito da cultura afro-brasileira, a capoeira ocupa um lugar de destaque. Ela consiste de uma manifestação cultural que articula elementos de dança, luta, expressão corporal e música. Sua origem remonta ao período colonial, quando foi desenvolvida pelos africanos escravizados como uma forma de resistência, proteção e afirmação identitária frente à opressão a que eram submetidos. Ao longo do tempo, a capoeira consolidou-se como um importante símbolo da luta pela liberdade e como um patrimônio cultural que expressa a força e a resiliência das comunidades negras no Brasil (Oliveira, 2009). Atualmente, a capoeira se encontra como um instrumento de transformação social, especialmente em comunidades vulneráveis, além de ser um esporte com expressões artísticas. Segundo Oliveira (2009), o ensino e a prática da capoeira contribuem para a formação de valores como disciplina, respeito, empatia e solidariedade, além de estimular a saúde física e mental. Em 2014, a capoeira foi reconhecida como Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO, 2014), o que representa um marco significativo para o Brasil e para o mundo. Esse reconhecimento reforça a importância histórica, cultural e social da capoeira, evidenciando a necessidade de preservar, difundir e valorizar essa manifestação cultural, garantindo que as futuras gerações tenham acesso a sua prática e aos saberes que ela carrega. No âmbito nacional, a Roda de Capoeira e o Ofício dos Mestres de Capoeira foram registrados como Patrimônio Cultural Imaterial pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN, 2008), consolidando ainda mais seu valor enquanto bem cultural coletivo. Nesse contexto, o projeto que ora se propõe tem como objetivo central o desenvolvimento de uma prática extensionista de caráter formativo, fundamentada na valorização cultural por meio da capoeira, articulando elementos de musicalidade, dança e expressão corporal. A proposta busca fortalecer o ensino da capoeira como uma ferramenta pedagógica e social, reconhecendo seu potencial no enfrentamento ao racismo estrutural e à violência, bem como na promoção da cidadania e da valorização das raízes africanas presentes na cultura brasileira. Estabelecer um paralelo entre a capoeira e a histórica resistência do povo negro no Brasil configura-se como uma estratégia fundamental para incorporar esses conteúdos e perspectivas nas ações do projeto. Por meio dessa abordagem, pretende-se contribuir para o reconhecimento da capoeira não apenas como prática esportiva ou artística, mas como um espaço de formação crítica, de afirmação identitária e de construção de uma sociedade mais justa e igualitária.
Justificativa
A capoeira traz consigo uma trajetória marcada por resistência, luta e afirmação da identidade negra no Brasil. Nesse sentido, o projeto busca utilizar a capoeira como ferramenta pedagógica, social e cultural, contribuindo para a conscientização sobre as relações étnico-raciais e para o enfrentamento ao racismo estrutural e à violência de gênero e raça. Além de valorizar as raízes africanas presentes na cultura brasileira, a proposta objetiva difundir produções acadêmicas e artístico-culturais de autoria negra, fortalecendo o acesso a conteúdos que historicamente foram invisibilizados nos espaços educacionais. As oficinas constituem-se como espaços de reflexão e formação, voltados ao reconhecimento da contribuição dos povos africanos e afrodescendentes para a construção da sociedade brasileira. No que se refere às cartilhas, sua elaboração, diagramação e publicação representam uma importante ação de ampliação do acervo bibliográfico e digital relacionado à educação para as relações étnico-raciais no âmbito do IFCE e das comunidades envolvidas.
Público Alvo
Cidadãos e Profissionais da educação estadual e municipal de Jaguaruana. Espera-se obter um público direto de, ao menos, 30 pessoas nas oficinas, que sejam do centro da cidade e distritos vizinhos. Espera-se que a faixa etária deles seja entre 18 e 40 anos com escolaridade a partir do fundamental. Considera-se os profissionais externos como multiplicadores das formações, que serão pensadas e compartilhadas para serem reproduzidas principalmente na educação básica. Também espera-se que ampliem a difusão das cartilhas informativas a respeito das temáticas abordadas nas oficinas.
Objetivo Geral
Promover o letramento cultural e racial a partir de uma prática extensionista de caráter formativo, fundamentada na valorização cultural afro-brasileira por meio da capoeira, articulando elementos de musicalidade, dança e expressão corporal.
Objetivo Específico
Realizar oficinas formativas sobre os temas: história e prática da capoeira enfatizando aspectos culturais e educativos; cultura, capoeira e comunidade; musicalidade e danças afro-brasileiras e religiosidades afro-brasileiras. Divulgar instrumentos legais que concernem aos debates raciais e culturais no Brasil; Elaborar cartilhas educativas para divulgar, veicular e promover culturas afro-brasileiras e campanhas anti-racistas.
Metodologia
As atividades de planejamento, execução e avaliação do projeto serão realizadas com a participação de um bolsista e dos membros do Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros e Indígenas (NEABI) do campus. As atividades do bolsista estarão compreendidas de setembro a dezembro, obedecendo o prazo de duração da bolsa (4 meses). Estão previstas reuniões semanais às quartas-feiras, com duração de duas horas, destinadas à discussão teórica, à leitura de materiais e à organização das oficinas e cartilhas. Outras duas horas semanais serão destinadas à sistematização das informações, elaboração textual e design gráfico dos materiais. O desenvolvimento das oficinas seguirá as seguintes fases: Levantamento e leitura de bibliografia de referência sobre os temas; Rodas de debate entre os membros do NEABI; Definição de metodologias participativas adequadas aos públicos-alvo; Planejamento detalhado das oficinas e produção das cartilhas educativas; Execução das oficinas nas escolas, no campus e em espaços comunitários. A divulgação será realizada por meio dos canais oficiais do IFCE Jaguaruana (site e redes sociais), bem como através de parcerias com a Secretaria Municipal de Educação, escolas estaduais e municipais, rádios comunitárias e mídias locais. Uma parceria especial será estabelecida com o Grupo de Capoeira Raízes do Brasil (Aracati-CE), visando à realização de uma oficina pública e aberta à comunidade, na Praça da Prefeitura. A avaliação do projeto será realizada de forma processual e participativa, utilizando formulários de feedback aplicados ao final das oficinas. Entre os critérios avaliados estarão: o alcance dos objetivos propostos, o interesse dos participantes em replicar os conteúdos em suas instituições e a percepção de mudanças de atitudes em relação às questões raciais e culturais. No caso das cartilhas, será feita uma campanha de disseminação, acompanhada de ações de monitoramento para verificar o alcance das publicações. Além disso, buscar-se-á apoio institucional e de movimentos sociais para viabilizar a distribuição dos materiais em escolas e instituições públicas.