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Campus:
CAMPUS CRATO
Tipo da Ação:
Projeto
Título:
Expressões artísticas como ferramentas de identificação das necessidades específicas dos estudantes do ensino fundamental e médio em Crato - CE
Área Temática:
Educação
Linha de Extensão:
Acessibilidade
Data de Início:
17/07/2025
Previsão de Fim:
17/01/2026
Nº mínimo de pessoas beneficiadas:
150
Nº máximo de pessoas beneficiadas:
200
Local de Atuação:
Urbano-Rural
Fomento:
Edital 04/2025 – Edital para seleção de bolsistas de extensão para os programas/núcleos e projetos institucionais
Programa Institucional
NAPNEs
Modelo de Oferta da Atividade:
Presencial
Municípios de abrangência
Crato
Formas de Avaliação:
Participação
Questionário
Relatório
Frequência
Debate
Formas de Divulgação:
Cartaz
E-mail
Folder
Site institucional
Redes sociais
Convite
Jornal e TV
Atividades Realizadas:
Nome do Responsável:
Jorgivania Lopes Brito
Equipe:
Nome Instituição Categoria Vínculo Receberá bolsa? Horas Semanais Dedicadas Início da Participação Fim da Participação
Ana Karolyne Nogueira de Sousa IFCE Integrante Técnico Administrativo IFCE Não 4 17/07/2025 31/12/2025
Aparecida Rodrigues Nery IFCE Integrante Docente IFCE Não 3 17/07/2025 31/12/2025
Germano Elias Gomes IFCE Integrante Técnico Administrativo IFCE Não 4 17/07/2025 31/12/2025
Jorgivania Lopes Brito IFCE Coordenador Técnico Administrativo IFCE Não 4 17/07/2025 31/12/2025
Maria do Carmo Souza Sampaio IFCE Integrante Técnico Administrativo IFCE Não 4 17/07/2025 31/12/2025
Pedro Kalil Freitas Nascimento IFCE Integrante Discente IFCE Não 4 17/07/2025 31/12/2025
Renata Torres Moreira da Silva Feitosa IFCE Integrante Técnico Administrativo IFCE Não 4 17/07/2025 31/12/2025
Vitoria Fernandes Benkert IFCE Integrante Discente IFCE Sim 12 10/09/2025 10/12/2025
Parcerias:
Instituição Parceira Parceria Formalizada? Instrumento Utilizado Número do Instrumento
Orçamento:
Conta Valor
Bolsa - Auxílio Financeiro a Estudantes 2800.0
Bolsa - Auxílio Financeiro a Pesquisadores 0.0
Diárias - Pessoal Civil 0.0
Encargos Patronais 0.0
Equipamento e Material Permanente 0.0
Material de Consumo 0.0
Outros Serviços de Terceiros - Pessoa Física 0.0
Outros Serviços de Terceiros - Pessoa Jurídica 0.0
Passagens e Despesas com Locomoção 0.0
Vínculos:
Ação Tipo
Apresentação
A expressão artística é uma linguagem essencial e estratégica. De forma lúdica, livre e criativa, ela permite trabalhar sentimentos, sensações e descobertas por meio da comunicação não verbal. As possibilidades de criação devem ser valorizadas como ferramentas no processo educativo e inclusivo. Por meio das manifestações artísticas, é possível acessar necessidades específicas que muitos estudantes não conseguem expressar verbalmente, mesmo quando abordados por profissionais, familiares ou professores. A produção artística — como desenhos, pinturas e escritas criativas — pode funcionar como um meio sensível e eficaz para reconhecer demandas emocionais, cognitivas e sociais dos alunos. A expressão “necessidades especiais” tornou-se amplamente utilizada no meio acadêmico, nos sistemas escolares, em discursos institucionais e até mesmo no senso comum. Ela surgiu com o propósito de atenuar ou neutralizar conotações negativas associadas a termos historicamente usados para distinguir indivíduos com singularidades como limitações físicas, motoras, sensoriais, cognitivas, linguísticas, síndromes diversas, altas habilidades ou condutas atípicas. Essa denominação se difundiu rapidamente, possivelmente por sua aplicabilidade abrangente. Por exemplo, pessoas cegas são consideradas com necessidades especiais porque dependem de recursos específicos — como o sistema Braille, livros sonoros, softwares com síntese de voz, bengalas, cães-guia ou guias humanos — para acessar a leitura, a escrita e a mobilidade. O mesmo se aplica a pessoas que utilizam muletas, cadeiras de rodas ou andadores. Essas necessidades podem ser temporárias ou permanentes, dependendo das circunstâncias que as originam. A literatura especializada, como os estudos de Telford e Sawrey (1998), ilustra o longo e complexo caminho até uma conceituação mais precisa, científica e humanizada. Segundo esses autores, a tendência contemporânea é adotar termos menos estigmatizantes, mais empáticos e emocionalmente neutros, em substituição aos antigos termos carregados de desamparo e desesperança. Esses termos mais gentis evitam reforçar uma ideia de inferioridade intrínseca. Embora os rótulos sejam, em certos contextos, necessários, recomenda-se usá-los com parcimônia, devido aos estigmas associados. Bogdan e Taylor (1976 apud Rossman, 1973), argumentam que há um paradoxo no estudo das pessoas com necessidades específicas, pois, à medida que se aprofunda o conhecimento sobre elas, torna-se cada vez mais difícil classificá-las de forma útil e precisa. Esses estudos criticam o uso arbitrário e preconceituoso de terminologias que, historicamente, marcaram negativamente pessoas com limitações físicas, motoras, sensoriais, cognitivas, síndromes diversas ou sofrimento psíquico. A substituição da expressão “alunos excepcionais” por “crianças, jovens e adultos com necessidades educacionais especiais” reflete uma mudança significativa de paradigma, consolidada pela Declaração de Salamanca (BRASIL, 1994). No Brasil, essa mudança já vinha sendo adotada desde 1986 pelo Ministério da Educação, sendo formalizada posteriormente na Política Nacional de Educação Especial (BRASIL, 1994), incorporada à Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (BRASIL, 1996) e reafirmada nas Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Especial (BRASIL, 2001) que passou a figurar como “portadores de necessidades educacionais especiais-PNEE”. Dessa forma, essa nomenclatura permanece oficialmente reconhecida, até que seja superada por uma nova concepção fundamentada e amplamente aceita.
Justificativa
A escola é um ambiente plural, no qual os estudantes expressam suas necessidades de maneiras diversas, muitas vezes por meio de formas não verbais. A produção artística permite o acesso a essas manifestações sutis, facilitando a identificação de dificuldades de aprendizagem, sinais de exclusão social, baixa autoestima, ansiedade e outras questões que comprometem o desenvolvimento integral dos alunos. Nesse contexto, o presente projeto se justifica como uma abordagem complementar aos instrumentos tradicionais de avaliação, promovendo um ambiente escolar mais empático, acolhedor e responsivo. Além disso, oferece subsídios aos professores e integrantes dos núcleos de acessibilidade para adequar suas práticas pedagógicas a partir de uma triagem criativa e sensível — especialmente útil no acolhimento de estudantes que ingressam no ambiente escolar demonstrando timidez ou insegurança. Identificar e atender às diferenças individuais de aprendizagem é fundamental para a construção de um ambiente educacional inclusivo e eficaz. Cada estudante traz consigo um conjunto singular de habilidades, interesses e necessidades que influenciam diretamente sua forma de aprender. Ao reconhecer essas diferenças e adaptar os recursos educacionais, é possível favorecer tanto o desempenho acadêmico quanto o bem-estar emocional dos discentes. Assim, o projeto propõe o uso da arte como um canal de escuta e expressão, contribuindo significativamente para práticas pedagógicas mais inclusivas, sensíveis à diversidade e humanizadas.
Público Alvo
Alunos do 9º ano e respectivos professores de duas escolas da rede pública municipal de Crato - CE, além de membros da comunidade como pais/responsáveis e vizinhança das escolas. Dados gerais: - Quantidade: estimativa de 62 alunos, 46 professores; - Faixa etária: maior parte entre 14 e 15 anos; - Escolaridade: maior parte do Ensino Fundamental; Dados específicos: - Escola de Educação Infantil e Ensino Fundamental Caic Maria Yara De Brito Gonçalves - localizada na Av. Joaquim Pinheiro Bezerra de Menezes, s/n, no Bairro Giselia Pinheiro, no município de Crato - CE, a qual entorna o campus do IFCE. - https://www.instagram.com/caicmariayara/ - Dados do Censo Escolar 2024: - Média de alunos do 9º ano: 27 - Nº de Professores da escola: 26 - Escola de Ensino Fundamental Dom Quintino, localizada na Rua São Francisco, s/n, no Bairro Pinto Madeira, no município de Crato - CE. - https://www.instagram.com/domquintinooficial/ - Dados do Censo Escolar 2024: - Média de alunos do 9º ano: 35 - Nº de Professores: 20 Fonte: Censo Escolar 2024. Disponível em: https://www.gov.br/inep/pt-br/acesso-a-informacao/dados-abertos/indicadores-educacionais/media-de-alunos-por-turma. Acesso em: 02/07/2025. Fonte: QEdu. Censo Escolar 2024. Disponível em: https://qedu.org.br/escola/23268735-maria-yara-de-brito-goncalves-eeief-caic/censo-escolar. Acesso em: 02/07/2025. Fonte: QEdu. Censo Escolar 2024. Disponível em: https://qedu.org.br/escola/23270080-dom-quintino-eef/censo-escolar. Acesso em: 02/07/2025.
Objetivo Geral
Utilizar a produção artística como instrumento de escuta ativa e identificação das necessidades específicas de estudantes do ensino fundamental e médio, visando contribuir para uma educação mais inclusiva e atenta à diversidade dos sujeitos.
Objetivo Específico
● Promover oficinas artísticas nas escolas parceiras e dentro da biblioteca do IFCE Campus Crato, com as turmas previamente selecionadas. ● Estimular a expressão individual e coletiva dos estudantes por meio da arte; ● Analisar as produções artísticas e realizar a leitura de cartas ou bilhetes como forma de identificar demandas emocionais, sociais e pedagógicas; ● Propor ações de apoio com base nas demandas identificadas; ● Contribuir para a formação cidadã e crítica dos estudantes envolvidos, tanto do IFCE quanto das escolas públicas, por meio de rodas de conversa e trocas de experiências sobre a temática. ● Confeccionar a "Caixinha de Escuta – Expressões e Sensações", na qual os alunos poderão depositar, de forma anônima, opiniões, angústias e sugestões relacionadas aos temas abordados; ● Realizar a exposição artística dos desenhos produzidos durante as oficinas; ● Promover uma palestra com um profissional da área da saúde mental, abordando o Transtorno do Espectro Autista (TEA), o Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) e outros transtornos do neurodesenvolvimento, com foco nos impactos desses quadros na sala de aula, voltada para os professores das turmas selecionadas do IFCE campus Crato.
Metodologia
O projeto será desenvolvido por etapas, iniciando-se com a formação da equipe interna e o estabelecimento de parcerias com escolas públicas do município do Crato. Em seguida, serão promovidas oficinas artísticas (desenho, pintura e escrita), conduzidas por discentes e orientadores do projeto. Durante as oficinas, será confeccionada a “Caixinha de Escuta – Expressões e Sensações”, na qual os estudantes poderão depositar cartas ou bilhetes com relatos, angústias, opiniões e sugestões, de forma anônima. Serão realizados encontros artísticos voltados à troca de experiências e ao diálogo sobre os transtornos do neurodesenvolvimento. Também serão promovidas gincanas temáticas, com o intuito de estimular a participação ativa dos alunos e desenvolver um olhar empático e reflexivo sobre as diferentes necessidades específicas existentes no contexto escolar. As produções artísticas dos estudantes serão analisadas por uma equipe multidisciplinar, considerando aspectos simbólicos, expressivos e contextuais. A partir dessa análise, serão elaborados relatórios qualitativos que apontem demandas específicas, servindo como base para ações de acolhimento e intervenção nas instituições envolvidas. Será aplicado, ainda, um questionário diagnóstico com os alunos participantes, com o objetivo de promover uma autoavaliação do seu estado emocional e identificar possíveis fatores que estejam interferindo em seu rendimento escolar ou gerando desconforto no ambiente educacional. Na etapa final, será realizado um momento formativo com os professores das turmas envolvidas, conduzido por um profissional da área da saúde mental. Essa formação abordará os principais transtornos do neurodesenvolvimento, suas manifestações em sala de aula e estratégias de manejo pedagógico, promovendo uma educação mais inclusiva. Como atividade complementar, será realizada uma gincana criativa entre os professores, com o objetivo de sensibilizá-los a partir da experiência prática da produção artística. Essa ação visa não apenas favorecer a empatia por meio da inversão simbólica de papéis (colocando-os no lugar do aluno), mas também identificar suas próprias angústias e desafios, reconhecendo que o bem-estar dos profissionais da educação é fundamental para a promoção de um ambiente escolar saudável e acolhedor.