Exibir Ação

Campus:
CAMPUS PARACURU
Tipo da Ação:
Evento
Título:
Outros saberes, outras criações: caminhos decoloniais e antirracistas na arte, cultura e ciência
Área Temática:
Cultura
Linha de Extensão:
Diversidade Étnico-racial
Data de Início:
12/09/2025
Previsão de Fim:
19/09/2025
Nº mínimo de pessoas beneficiadas:
50
Nº máximo de pessoas beneficiadas:
60
Carga Horária de Execução do Evento:
39
Local de Atuação:
Urbano-Rural
Fomento:
-
Programa Institucional
NEABIs
Modelo de Oferta da Atividade:
Presencial
Municípios de abrangência
Paracuru
Paraipaba
São Gonçalo do Amarante
Formas de Avaliação:
Participação
Relatório
Frequência
Trabalho em grupo
Debate
Formas de Divulgação:
E-mail
Redes sociais
Atividades Realizadas:
Encontro
Minicurso
Ciclo de Debates
Apresentação
Palestra
Oficina
Nome do Responsável:
Iara Saraiva Martins
Equipe:
Nome Instituição Categoria Vínculo Receberá bolsa? Horas Semanais Dedicadas Início da Participação Fim da Participação
Ana Alice de Sousa Azevedo IFCE Integrante Discente IFCE Não 2 02/09/2025 19/09/2025
Ana Cristina Moura Melo IFCE Integrante Discente IFCE Não 2 02/09/2025 19/09/2025
Flávio Sampaio Escola de Dança de Paracuru Integrante Sem vínculo Não 2 02/09/2025 19/09/2025
Giovana Salomão Laredo IFCE Integrante Discente IFCE Não 2 02/09/2025 19/09/2025
Iara Saraiva Martins IFCE Coordenador Docente IFCE Não 1 12/09/2025 19/09/2025
Lia Mara Tamiso IFCE Integrante Discente IFCE Não 2 02/09/2025 19/09/2025
Luzia Rosiany Ribeiro Varela IFCE Integrante Discente IFCE Não 2 02/09/2025 19/09/2025
Maria Geovana Sampaio Viana IFCE Integrante Discente IFCE Não 2 02/09/2025 19/09/2025
Parcerias:
Instituição Parceira Parceria Formalizada? Instrumento Utilizado Número do Instrumento
Escola de Dança de Paracuru Não
Orçamento:
Conta Valor
Bolsa - Auxílio Financeiro a Estudantes 0.0
Bolsa - Auxílio Financeiro a Pesquisadores 0.0
Diárias - Pessoal Civil 0.0
Encargos Patronais 0.0
Equipamento e Material Permanente 0.0
Material de Consumo 0.0
Outros Serviços de Terceiros - Pessoa Física 0.0
Outros Serviços de Terceiros - Pessoa Jurídica 0.0
Passagens e Despesas com Locomoção 0.0
Vínculos:
Ação Tipo
Apresentação
A formação busca analisar criticamente o impacto do epistemicídio na formação do conhecimento e da arte no Brasil, capacitando estudantes e comunidade a desenvolverem processos criativos e pedagógicos fundamentados em uma perspectiva decolonial. Com carga horária distribuída em quatro encontros presenciais e atividades complementares, a formação se conecta diretamente à formação de professores da Escola de Dança de Paracuru, ampliando repertórios críticos e metodológicos para que a prática docente dialogue com saberes afro-brasileiros e indígenas. A proposta prevê a integração de experiências pedagógicas e artísticas que problematizem a colonialidade presente nos currículos, ao mesmo tempo em que valorizam outras formas de ciência e arte como espaços de resistência, reinvenção e criação coletiva. Como parte do processo formativo, será produzido um relatório elaborado pela turma da disciplina Psicologia do Desenvolvimento do curso de Licenciatura em Ciências Biológicas, cujo objetivo é identificar e analisar de que modo os impactos do racismo são narrados na formação e no desenvolvimento dos participantes. Essa sistematização permitirá articular teoria e prática, fortalecendo tanto a dimensão crítica da formação quanto o compromisso com a transformação social e educacional.
Justificativa
A colonização no Brasil instituiu um processo de apagamento de corpos, saberes e práticas culturais, caracterizado pelo epistemicídio, que se expressa na desvalorização de conhecimentos produzidos por povos afro-brasileiros e indígenas. Esse processo, embora histórico, ainda reverbera na escola, na universidade e nas artes, silenciando contribuições fundamentais para a formação do país. Como aponta Sueli Carneiro (2005), o epistemicídio não se limita à exclusão de conhecimentos, mas atua na negação de sujeitos enquanto produtores de ciência, cultura e pensamento crítico. Diante desse cenário, a proposta deste curso justifica-se pela necessidade de ampliar o debate sobre a decolonialidade no campo artístico e educativo, alinhando-se às Leis 10.639/03 e 11.645/08, que tornam obrigatória a inserção da história e cultura afro-brasileira e indígena nos currículos escolares. Essas legislações reafirmam a urgência de uma educação comprometida com a diversidade cultural e o combate ao racismo. Como destaca Nilma Lino Gomes (2012), a educação antirracista não se limita à inserção de conteúdos, mas implica repensar metodologias, currículos e práticas pedagógicas para efetivar processos formativos emancipatórios. No campo da arte e da educação estética, a valorização de matrizes culturais afro-brasileiras e indígenas é também um movimento de resistência. Beatriz Nascimento (1985) já apontava que as experiências históricas de quilombos demonstram a capacidade de reinvenção contínua das comunidades negras, preservando sua essência de resistência e criação de alternativas. Da mesma forma, Abdias Nascimento (1980), ao formular o conceito de quilombismo, enfatiza o potencial político e cultural dessas experiências como base para a construção de um projeto de sociedade mais justo e plural. A parceria com a Escola de Dança de Paracuru amplia ainda mais a relevância social da intervenção. Reconhecida por sua atuação na formação de professores e artistas, a escola integra inclusão social e produção artística, tendo impacto significativo no município e no Ceará. Ao promover uma formação voltada para a valorização de saberes afro-brasileiros e indígenas, o curso fortalece a atuação de seus docentes, oferecendo subsídios teóricos e práticos para que possam desenvolver metodologias críticas, criativas e coerentes com a realidade sociocultural de seus estudantes. O município de Paracuru, localizado no litoral oeste do Ceará, é marcado pela presença de comunidades tradicionais, como pescadores e marisqueiras, e por manifestações culturais que fazem parte de seu patrimônio. Essa diversidade cultural torna o território propício para práticas educativas que articulem arte, ancestralidade e justiça social. Como lembra Lélia Gonzalez (1988), é fundamental reconhecer a centralidade da cultura negra e indígena na constituição da identidade brasileira, deslocando narrativas coloniais que ainda predominam nas instituições de ensino e arte. A proposta também se ancora no princípio da indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão, que orienta o IFCE. A formação será articulada com a produção de um relatório elaborado pela turma da disciplina Psicologia do Desenvolvimento, que analisará de que modo os impactos do racismo são narrados na formação e no desenvolvimento dos participantes. Essa sistematização permite não apenas avaliar a experiência, mas também produzir conhecimento crítico que subsidiará futuras ações pedagógicas, artísticas e extensionistas. Assim, a justificativa desta proposta encontra-se na urgência de fortalecer a formação docente da Escola de Dança de Paracuru, contribuindo para a consolidação de uma prática educativa e artística que reconheça e valorize a pluralidade cultural brasileira. Ao promover o diálogo entre saberes afro-brasileiros, indígenas e acadêmicos, o curso reafirma o compromisso com a construção de uma educação decolonial, antirracista e emancipatória.
Público Alvo
Professores e estudantes da Escola de Dança de Paracuru, fazedores de cultura do município, educadores.
Objetivo Geral
Apresentar criticamente o impacto do epistemicídio na formação do conhecimento e da arte no Brasil, promovendo processos criativos e pedagógicos de base decolonial.
Objetivo Específico
- Valorizar e integrar saberes afro-brasileiros e indígenas na prática artística. - Estimular a reflexão crítica sobre o currículo escolar e seus silenciamentos. - Reconhecer e divulgar tecnologias e saberes ancestrais como formas legítimas de ciência. - Desenvolver performances, oficinas e experimentações artísticas decoloniais.
Metodologia
A atividade será desenvolvida em quatro encontros noturnos presenciais nos dias 11, 12, 18 e 19 de setembro, combinados a ateliês de investigação e criação. Estratégias: - Exposição dialogada dos conceitos centrais. - Construção coletiva com participação ativa dos participantes. - Ateliês criativos para tradução da teoria em movimentos e produções artísticas. - Pesquisas orientadas: análise de livros didáticos, estudo de tecnologias ancestrais, elaboração de propostas pedagógicas.